O governo federal oficializou, no dia 22 de setembro, a Medida Provisória nº 746/2016, que prevê a reforma do Ensino Médio. No dia 13 de outubro, o Fórum de Licenciaturas da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) assinou uma manifestação em repúdio à MP. A Faculdade de Educação (Faced) e o Colégio de Aplicação João XXIII montaram uma agenda de mobilização para debater os pontos centrais da reforma. Na próxima terça-feira, 18, às 19h, na Sala de Demonstração da Faced, acontece o debate “Idas e Vindas: a reorganização do Ensino Médio no Brasil”.
O evento é aberto ao público e não precisa de inscrição prévia. Segundo o professor Eduardo Magrone, que organiza o debate pelo Núcleo de Estudos Sociais do Conhecimento e da Educação, o objetivo é “problematizar e questionar a MP junto com toda a comunidade acadêmica. Pensar nas possíveis consequências que a reforma terá e como ela influenciará na sociedade”.
Os pontos centrais do debate serão a retirada da obrigatoriedade de disciplinas, como Educação Física e Artes, da grade curricular, e a permissão para contratar profissionais com “notório saber” para atuarem como professores, mesmo que eles não sejam licenciados para lecionar.
Além de Magrone, o debate terá a participação de outros dois professores da UFJF. A especialista em Políticas Públicas e docente da Faced, Elita Betânia, apresentará o conteúdo da reforma e quais mudanças a MP propõe. Em seguida, o professor da Faculdade de Educação Física e Desportos (Faefid), Wilson Alviano, debaterá com Magrone as consequências de contratações de profissionais com notório saber, da flexibilização da grade e da obrigatoriedade das escolas atuarem em tempo integral, além de outros pontos da MP. Mas Magrone afirma que será, na verdade, um debate aberto. “Vamos conversar sobre a reforma e sobre o que é positivo ou não para todos os envolvidos no ensino”.
Na quarta-feira, dia 19, às 18h, na Casa de Cultura, acontece outro evento da agenda de mobilização: o encontro entre professores da rede pública de ensino. “Manifestar a opinião universitária neste momento é muito importante, pois a medida foi aprovada sem nenhuma consulta à opinião pública. Precisamos expressar nosso ponto de vista e nos mobilizar “, reforça Magrone.