Após oito dias de atividades, a equipe paralímpica de atletismo do Canadá fez as três últimas sessões de treino, neste domingo, 4, na UFJF, como preparação final para os Jogos Paralímpicos. A delegação vai para a Vila dos Atletas, no Rio de Janeiro, nesta segunda, 5 – parte dos 32 integrantes já viajou neste domingo.
Na reta final para a competição, a maioria dos atletas entraram na pista e no campo da Faculdade de Educação Física de manhã e à tarde. A equipe de cadeira de rodas para corrida fez atividades de disparada, velocidade e resistência. Em uma delas, os competidores seguiam o ritmo ditado pelo gerente de Operações Logísticas, Jared MacLeod, à frente, em uma bicicleta. Ao som do rock da banda australiana AC/DC, gostaram do calor, com temperatura acima dos 25ºC e céu com poucas nuvens.
E especialmente o quiroterapeuta Duriell Bernard se animou com a capoeira da estudante angolana de Educação Física da UFJF, Miraldina Santos. No fim, os dois ensaiaram demonstração juntos e, em seguida, o técnico Kelly Smith arriscou movimentos na cadeira de rodas.
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Estreia
A princípio a equipe não participará da cerimônia de abertura, na próxima quarta, 7. O chefe da delegação de atletismo Peter Eriksson considera que o envolvimento na festa não é adequado para a concentração dos atletas e porque as provas de atletismo começam no dia seguinte.
A primeira a entrar na pista do Estádio Olímpico será Ilana Dupont, na primeira fase dos 100 metros com cadeira de rodas, classe T53, a partir das 12h39, do dia 8. A canadense conquistou o quinto lugar, na modalidade, no Mundial, em 2015.
Foi a mesma posição obtida pelo colega de equipe Mitchell Chase, 19 anos, nos 1.500 metros, classe T38 (paralisia cerebral) na mesma competição. Chase tem seu irmão gêmeo, Scott, que não nasceu com paralisia, como uma das pessoas que o incentivou a correr. Quando eram mais novos, os dois costumavam disputar corridas.
“Era aquela competitividade entre irmãos. Ele ganhava de mim quando iniciamos a correr. Mas, quando comecei no esporte, passei a ganhar”, explica. Para esta edição dos Jogos, anseia que o irmão e os outros espectadores o veja chegar ao pódio ou ao menos entre os cinco melhores.
Visitante assídua aos treinos, a estudante Letícia Rodrigues, 20, promete acompanhar mais uma vez as competições. Este domingo marcou a quarta ida dela à Faefid para assistir aos canadenses. Durante o período olímpico, foram 11 visitas, sendo dez dedicadas como attaché (auxiliar de relações internacionais da UFJF) da seleção masculina egípcia de vôlei.
“A história de vida dos atletas paralímpicos me comoveu. Alguns sofreram acidente e encontraram no esporte uma motivação para seguir adiante”, diz a estudante, que assistiu a todos os jogos do Egito pela TV e levou cartazes de apoio no jogo, no Rio, contra o Irã. No Maracanãzinho, ainda conversou com integrante da equipe técnica.
Base olímpica e paralímpica
Com a partida do Canadá, a UFJF encerra duas temporadas de treinamentos para a Olimpíada e a Paralimpíada. Foram 159 atletas e 144 integrantes de equipe técnica, totalizando 303 profissionais de nove países.
Durante 34 dias de treinos e 36 de estadia, em Juiz de Fora, desde 22 de julho, foram praticados três esportes – atletismo, levantamento de peso e vôlei. São mais dias de preparação somados do que de competição – os dois Jogos no Rio terão 31 dias.
Outro número de destaque é o total de medalhas. Na Olimpíada, esportistas que se concentraram na UFJF e na BR-440 conquistaram 15 láureas, sendo cinco de ouro. Se formassem um país, ficariam na 17ª posição no ranking de medalhas pelo critério de insígnias douradas.
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