Atleta deve correr inclinado para poder acionar freios e girar a roda traseira (Foto: Twin Alvarenga/UFJF)

Atleta deve correr inclinado para poder acionar freios e girar a roda traseira (Foto: Alexandre Dornelas/UFJF)

Feitas sob medida para o biotipo de cada atleta, cadeiras de rodas de corrida podem custar até 30 mil dólares canadenses (R$ 75 mil), quando produzidas de fibra de carbono. Oito desses equipamentos, mais simples, estão sendo pilotados na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) por atletas canadenses que disputarão os Jogos Paralímpicos Rio 2016. As cadeiras precisam seguir exigências do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês). Entenda como elas funcionam:

O técnico da equipe com cadeira de rodas Kelly Smith explica que a cadeira de rodas para corrida precisa ser estruturada com três rodas, uma dianteira e duas traseiras, um freio, puxadores manuais (acoplados às rodas traseiras), um tipo de guidão, usado para apoio e guia de curva. Além disso, possuem pinos direcionais, localizados antes da roda dianteira, que conduzem a cadeira para a direita, esquerda ou a mantém em linha reta. Ao se aproximar de uma curva, o atleta bate no pino, alterando a direção da roda.

“As cadeiras não podem ser automáticas ou ter alguma assistência mecânica,  por isso, são puxadas pelos atletas manualmente, por meio das rodas traseiras, o que exige muita força”, destaca o técnico. Os atletas também usam acessórios, como luvas, capacete e cinto de segurança. Nas cadeiras canadenses, um dispositivo de monitoramento vem acoplado para calcular distância e velocidade. É possível ainda incluir câmeras para filmar a atuação dos esportistas.

Alumínio e fibra de carbono

Detalhe cadeira de rodas para corrida (Foto: Twin Alvarenga/UFJF)

Detalhe do guidon, freios e pino usado para mudar a direção da cadeira na curva (Foto: Twin Alvarenga/UFJF)

As cadeiras usadas pelos canadenses são produzidas nos Estados Unidos e no Reino Unido e, a maioria, são feitas em alumínio, semelhante à liga de materiais utilizada na produção de bicicletas. “Existem cadeiras que usam tecnologias mais aprimoradas, como fibra de carbono. Fui o primeiro canadense a testar uma assim”, explica Smith. Segundo ele, o custo do equipamento de alumínio varia entre 5 mil a 8 mil dólares canadenses (R$ 12.500 a R$ 20 mil), dependendo da tecnologia.

O técnico explica que leva cerca de três meses até que o aparelho esteja pronto para a competição, incluindo testes em treinos. Além da adaptação ao corpo do atleta, as cadeiras também se alinham de acordo com a distância de corrida e o estilo da pista.

“Existem pequenas diferenças. A principal é que percursos mais longos demandam cadeiras mais longas e, geralmente, com tecnologia mais aprimorada. O guidão de apoio (ou guia de curva) também costuma ser maior, por conta da velocidade impressa e pela diferença nas curvas”, explica o técnico.

Assista ao vídeo com o técnico Kelly Smith, em que explica em inglês sobre cada dispositivo das cadeiras:

 

https://www.youtube.com/watch?v=a2U6q_pZPQE

 

Regulamento IPC
Os equipamentos devem respeitar os princípios fundamentais de Comitê Paralímpico Internacional (IPC), que regulamenta os jogos paralímpicos, como segurança, equilíbrio competitivo, universalidade (os equipamentos devem ser minimamente iguais para todos os atletas) e garantia de desempenho dos atletas.

O equipamento não pode ser produzido especificamente para um atleta e equipe e ser retirado do mercado. Deve estar disponível para aquisição dos outros competidores. A cadeira não deve conter mecanismos eletrônicos, robôs, elementos biônicos, implantes ósseos ou qualquer dispositivo que altere o desempenho biológico do atleta.

Confira o regulamento do Comitê Internacional Paralímpico

Assistir à preparação

Três atletas da equipe paralímpica canadense

Tarde desta sexta terá treinos a partir das 15h15 e das 17h15 (Foto: Alexandre Dornelas/UFJF)

Na tarde desta sexta-feira, 2, ainda haverá treinos das equipes canadenses a partir das 15h15 e das 17h15. As atividades na Faculdade de Educação Física e Desportos da UFJF são abertas ao público. Não é preciso fazer cadastro.

A delegação tem informado os horários dos próximos treinos na véspera à noite. A programação é divulgada no portal e na página UFJF 2016 no Facebook. Parte da equipe paralímpica do Canadá estará em Juiz de Fora até o próximo domingo, 4. O restante parte para o Rio de Janeiro na segunda.

Portal UFJF 2016

UFJF 2016 no Facebook e no Instagram