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De acordo com a pesquisa, com a chegada de movimentos como o concretismo e o neoconcretismo ao Brasil, após a Segunda Guerra, alguns grupos de artistas passaram a ligar a arte à vida cotidiana, dispensando plataformas como pintura e escultura, que antes predominavam. 

O estudante do Programa de Pós-graduação em Artes, Cultura e Linguagens (PPGACL), Clecius Campos Correa, defendeu, nessa quarta-feira, 31, a dissertação “Agentes da modernização: os artistas plásticos, suas atuações na arte, na moda e na imprensa brasileiras dos anos 1950 e 1960”. O trabalho, orientado pela professora Maria Lúcia Bueno, aborda as mudanças na percepção da sociedade brasileira sobre a arte, ao longo desse período, tendo como exemplo a trajetória da artista brasileira Olly Reinheimer.

“No Brasil, até a 2ª Guerra, as principais plataformas da arte eram a pintura e a escultura. Com a chegada de movimentos como o concretismo e o neoconcretismo, alguns grupos de artistas passaram a dispensar esses suportes e ligar a arte à vida cotidiana”, explica Correa.

Para reconstruir essa narrativa, o estudante lançou mão de registros da época, retirados de publicações de jornais que tratavam da artista. Os periódicos utilizados – Jornal do Brasil e Correio da Manhã – foram selecionados por terem encabeçado a reforma gráfica da imprensa. Nessa época, a parte visual dos veículos estava sob responsabilidade de Amilcar de Castro e Alexandre Wollner, respectivamente, ambos artistas plásticos ligados ao concretismo e ao neoconcretismo.

A atuação deles marcou a abertura da imprensa para a cultura e outras manifestações artísticas, o que culminou, inclusive, na unanimidade da presença de uma editoria de cultura nos jornais impressos. Nesse contexto, o mestrando observa como Olly – que apesar da origem alemã, não só realizou toda a sua produção no Brasil, como também trabalhava com o tema da brasilidade -, uma artista plástica que se expressava através da moda, se inseriu no mundo das artes, e qual foi o tratamento dado a ela pela imprensa.

Além da pesquisa documental, Correa teve a oportunidade de trabalhar com fontes primárias de seu objeto de estudo, tendo acesso às obras da artista e ao acervo digital, organizado pela neta de Olly, Patrícia Reinheimer.