Foto 1 Concerto de encerramento 31-07

Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga se encerra com a apresentação de As Quatro Estações de Boismortier. (Foto: Ana Clara Miranda)

Como concerto de encerramento do 27º Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga, dia 31 de julho, às 20h, no Cine-Theatro Central, o público juiz- forano terá a oportunidade de apreciar um dos mais populares autores barrocos franceses de seu tempo, Joseph Bodin de Boismortier (1689–1755), que escreveu e publicou em 1724, em Paris, As Quatro Estações – cantatas francesas a uma voz acompanhadas de instrumentos.

Sob a direção de Marcelo Fagerlande, considerado um dos maiores cravistas do país, o espetáculo conta com ambientação em vídeo especialmente criada por Angélica de Carvalho e participação dos cantores Marilia Vargas e Marcelo Coutinho e dos instrumentistas Paulo Henes (violino barroco), Paulo da Mata (flauta barroca) e Cecilia Aprigliano (viola da gamba). A entrada é franca.

A série do autor francês, publicada um ano antes da famosa obra de Antonio Vivaldi, é a menos conhecida das composições inspiradas pelo tema das estações do ano, como o oratório Die Jahreszeiten, de Joseph Haydn, e as Cuatro Estaciones Porteñas, de Astor Piazolla. A apresentação acontece neste domingo, 31, às 20h, no Cine-Theatro Central.

Elegância

De família modesta e sem a ajuda de mecenas, Joseph de Boismortier ascendeu socialmente ao se casar com a sobrinha de seu professor de música, de família de joalheiros. Instalado na corte parisiense, logo se destacou nos salões e obteve o privilegio real para imprimir suas composições – concertos, sonatas, cantatas, motetos e quatro obras cênicas, uma grande quantidade e diversidade de obras de “inspiração, elegância e simplicidade”, segundo Marcelo Fagerlande.

As Quatro Estações (Les Quatre Saisons) foi uma das primeiras publicações que Boismortier realizou após se mudar para Paris em 1724. Como ressalta Fagerlande, os textos das cantatas são convencionalmente pastorais e árcades, com a presença de figuras mitológicas: Primavera elogia as delícias de Amor; o Verão é uma época de calor e secura, mas também do trabalho; o Outono é dedicado aos prazeres de beber vinho e o Inverno aguarda e clama pelo retorno da Primavera.

Para Fagerlande, As Quatro Estações ilustram a inspiração e a facilidade do autor para compor, notórias na época, e muitas vezes referidas com humor, como na frase do compositor e historiador de música La Borde (1780): “Bem-aventurado Boismortier, cuja fértil pena consegue todos os meses, sem dificuldade alguma, dar luz a um volume.”

 

 

Programa

A Primavera – primeira cantata

Recitativo / Aria – Louré / Recitativo / Aria – Gracieusement / Recitativo / Aria –

Tendre

O Verão – segunda cantata

Recitativo / Aria – Lentement / Recitativo / Air – Gayment / Recitativo –

Legerement – Lentement / Aria – Gracieusement

O Outono – terceira cantata

Gayment / Aria – Gayment / Recitativo / Aria – Gracieusement / Recitativo /

Aria – Doucement / Aria – Gayment

O Inverno -quarta cantata

Doucement / Recitativo / Aria – Vivement / Recitativo / Aria – Lentement /

Legerement – Recitativo / Aria – Gayment / Recitativo / Aria – Gayment

Músicos:

Marilia Vargas (soprano)

Marcelo Coutinho (barítono)

Paulo Henes (violino barroco)

Paulo da Mata (flauta barroca)

Cecilia Aprigliano (viola da gamba)

Marcelo Fagerlande (cravo e direção)

Concepção de vídeo: Marcelo Fagerlande e Angelica de Carvalho

Direção de vídeo: Angelica de Carvalho

Assistência de direção: Aline Mielli

Marcelo Fagerlande

Natural do Rio de Janeiro, é graduado em cravo com grau máximo pela Escola Superior de Música de Stuttgart (em 1986, na classe de Kenneth Gilbert), e Doutor em Musicologia pela Uni-Rio (2002). Realizou em 2004/2005 um estágio pós-doutoral no Institut de Recherche sur le Patrimoine Musical en France (IRPMF/CNRS), de Paris. É professor da Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro desde 1995. Realizou concertos por todo o Brasil e nos Estados Unidos, México, Alemanha, França, Portugal, Espanha, Hungria, Peru e Uruguai. Dirigiu óperas de Monteverdi, Telemann, Boismortier e Purcell e espetáculos musicais de sua criação no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, na Sala Cecilia Meireles, no Teatro Amazonas, no Teatro de Santa Isabel (Recife) e nos Centros Culturais Banco do Brasil no Rio, São Paulo e Brasília. Gravou diversos CDs no Brasil e na Alemanha – com destaque para Marcelo Fagerlande no Museu Imperial, Bach e Pixinguinha (Núcleo Contemporâneo) Modinhas Cariocas (Biscoito Fino) e A Arte da Fuga (Clássicos). Publicou O Método de Pianoforte de José Maurício (Relume-Dumará).

Outras informações:

Pró-reitoria de Cultura – (32) 2102-3964

Cine-Theatro Central – (32) 3215-1400

Centro Cultural Pró-Música/UFJF – (32) 3218-0336