som aberto Amplitud

Amplitud será uma das atrações da segunda edição do Som Aberto. (Foto: Géssica Leine)

Após o sucesso da edição piloto, o Som Aberto está de volta neste sábado, 30, para mais uma edição, a partir das 14h, na Praça Cívica da UFJF, com entrada franca. O evento realizado pela Pró-reitoria de Cultura da UFJF, com apoio da Diretoria de Imagem Institucional da Universidade, se propõe a misturar diferentes atividades, da música às artes plásticas, dança, moda e literatura.

Com edições mensais previstas até dezembro deste ano, o Som Aberto contará com atrações circenses, apresentações de dança e capoeira, poesia a céu aberto e bazar com quase 60 espaços de moda, gastronomia, artesanato, decoração e variedades, que ocuparão a Praça Cívica a partir das 14h.

Para esta edição, o evento contará com a apresentação da Orquestra Sinfônica Pró-Música – integrando a programação do 27º Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga – e das bandas Legrand e Coroña, selecionadas pelo edital lançado pela Pró-reitoria de Cultura (que permanece aberto para novos cadastramentos), para estudantes, professores e técnicos administrativos que participam de alguma formação musical. Como integrante das atrações musicais, o DJ Cláudio Jr. (SomdeCláudio) tocará ao longo de todo o evento. A apresentação da Orquestra e das bandas acontece das 17h às 21h30h.

som aberto orquestrapromusica

Abrindo as atrações musicais, a Orquestra Sinfônica Pró-Música apresenta música clássica no campus. (Foto: Divulgação)

Do clássico ao alternativo

Abrindo as atrações musicais, a Orquestra Sinfônica Pró-Música chega para trazer a complexidade da música clássica em uma apresentação com composições barrocas e coloniais brasileiras. Com 40 integrantes, a Sinfônica Pró-Música surgiu em 1996, reunindo jovens instrumentistas promissores, que passavam a ter a oportunidade de integrar um grande trabalho de conjunto. Idealizada pelo maestro Nelson Nilo Hack, a orquestra logo se consolidou entre os grupos estáveis do centro cultural, como um estágio fundamental no processo de formação de músicos. De acordo com o atual regente e maestro Victor Cassemiro, a expectativa de tocar no Som Aberto é grande por um motivo especial: “Os integrantes da orquestra estão muito ansiosos para essa apresentação, pois é a primeira vez que a orquestra toca dentro do Campus, desde que o Pró-Musica foi incorporado à universidade”.

som aberto Legrand

Banda Legrand com seu rock alternativo. (Foto: Divulgação)

Em seguida, a Legrand traz o rock alternativo à Concha Acústica da UFJF. Influenciada por bandas como The Strokes, Kings of Leon, Moptop e Gram, a banda apresentará um repertório diversificado que mescla músicas autorais e versões. Atualmente, a Legrand está em processo de gravação de seu primeiro EP e conta que tocar no Som Aberto é uma oportunidade perfeita de difundir o trabalho autoral da banda junto a um público que extrapola o universitário.

som aberto Coroña

Banda Coroña encerra as atrações musicais. (Foto: Divulgação)

“Nós estamos muito felizes de poder participar de um evento desse tamanho e importância. O Som Aberto une muitas coisas importantes ao mesmo tempo: dá oportunidade para artistas divulgarem seu trabalho (e aqui não falo só das bandas, mas de grupos de dança, circo, entre outros); incentiva a produção artística na cidade oferecendo as condições para a participação e apresentação no evento e, de quebra, promove o acesso à cultura fazendo o evento em um espaço público e gratuito”, afirma o guitarrista e estudante de Direito da UFJF, Vinícius Fonseca.

Encerrando as apresentações musicais, a Coroña sobe ao palco da Concha Acústica. Formada por Jordan Pereira (vocal/guitarra), Ramon Montorse (baixo) e Leonel Prestes (bateria), o trio trará um repertório especial para o Som Aberto, misturando releituras de clássicos do rock, hits do grunge e canções autorais cheias de crítica e atitude. O guitarrista e vocalista, Jordan Pereira, conta que trará um setlist que agradará muito a quem gosta do bom e velho rock n’ roll. “AC/DC, Jimi Hendrix, Led Zeppelin e Beatles. Todos tocados do nosso jeito. E, é claro, reforçar a nossa música autoral, que segue uma linha politizada e com conteúdo. Ficamos muito felizes em ser escolhidos. É uma proposta importante para a cidade. Vamos tocar em um lugar bacana e com uma ótima estrutura e será ótimo apresentar a banda para novas pessoas”.

Ao longo de todo o evento, o DJ Cláudio Jr. estará presente com seu projeto SomdeCláudio. Mantendo uma narrativa de forte nuance da presença marcante da música negra, o projeto é composto por uma identidade musical particular e intercultural, que atravessa estilos como kuduro, cumbia, samba, reggaetoon, funk, entre outros. O DJ afirma que está bem ansioso para mostrar seu trabalho e que o evento chegou em ótimo momento. “O Som Aberto vem com uma proposta de ocupação de arte bastante importante para o momento político que estamos vivendo. Participar dessa edição será uma experiência engrandecedora”.

Bazar e gastronomia

Em sua edição piloto, realizada no mês passado, o Som Aberto possibilitou que mais de 40 marcas se apresentassem e vendessem seus trabalhos no bazar. Para esta, o projeto reúne quase 60 participantes, agregando ainda mais diversidade ao evento. Entre presenças confirmadas, a maioria oferece produtos originais, exclusivos e customizados, produzidos com técnicas artesanais ou rústicas e alinhados com os princípios da reciclagem e da sustentabilidade.

Responsável pela marca Bom Apetite, participante da edição passada e também presente nesta, Lucilha Magalhães elogia a iniciativa e diz que ela proporcionou boa visibilidade aos participantes. “Foi um evento completo e bem organizado. O que mais me chamou a atenção foi a diversidade de atividades. Conseguimos alcançar uma ótima receptividade junto ao grande público presente”.

Outra participante do piloto que retorna para esta edição é Chintia Pucci, com sua marca de produtos artesanais Cuca de Moça. Ela conta que eventos democráticos deste porte são importantes para a cidade: “Para a grife foi maravilhoso. Muitas pessoas elogiaram a diversidade e a democracia. O evento era referência na década de 1970 e a retomada foi um sucesso. A diversidade era tamanha que me disseram até que daria para morar na praça”, brinca.

Após o sucesso da primeira edição, muitas pessoas se interessaram em participar do Som Aberto. Karla Mauler vende vestuário para cães e atua em um projeto de lar solidário para animais abandonados, que estarão disponíveis para adoção no evento. “Assisti a uma matéria sobre o Som Aberto na TV e me interessei. Esse resgate cultural é muito bacana e achei que o evento seria perfeito para divulgar o meu trabalho. Além disso, levarei cães para serem adotados, agregando um espaço de solidariedade ao evento”.

Outra nova participante é Carla Dualibi, da marca Maria Xicrinha, que produz pães, bolos e biscoitos artesanais. Ela conta que conhecia o evento desde sua primeira edição e que o resgate do evento pela UFJF irá trazer muitos benefícios à cidade. “A UFJF é um polo importante não só da cultura, mas também do esporte, por exemplo. A iniciativa é muito importante porque fomenta a economia local e valoriza o produtor da cidade em um evento democrático, que atende a diversos públicos. Estou muito ansiosa pelo evento”.

Atrações culturais

Poesia, capoeira, dança de salão e atividades circenses são algumas das atrações que promovem a diversidade cultural nesta segunda edição do Som Aberto. Deborah Lisboa, da escola de circo Amplitud, traz, com a ajuda de alguns monitores, uma oficina de vivências circenses (Vivenciando o Circo), que inclui equilibrismo, malabarismo e acrobacias. Além disso, na performance conceitual Entre Bambolês, Deborah terá o corpo escrito com dizeres preconceituosos, buscando provocar reflexões no público. Com o uso de um bambolê coberto de tinta, esses termos negativos irão desaparecer. Na edição anterior, Deborah trouxe a personagem Palhaça Magrela, além de uma oficina de bambolê iluminado, que teve grande participação do público.

A expectativa é que a interação agora seja ainda maior. Entusiasmada, Deborah já planeja apresentar, em edições futuras, números de trapézio, tecidos, pernas-de-pau, entre outros. A artista considera a iniciativa muito importante, por ser um projeto que busca promover a diversidade cultural e a interatividade com o público juiz-forano, além do fato de a universidade ser um lugar importante e simbólico para a cidade. “Ver o público de Juiz de Fora mais participativo nessas atividades foi o que mais me marcou. As pessoas estão se envolvendo mais, e aceitação vem sendo cada vez maior”, ressalta.

Uma atração dançante traz movimento à edição de julho. A intervenção artística Pela Praça, do Estúdio de Dança Silvana Marques busca a interação do público com o espaço da Praça Cívica, enquanto o mesmo se envolve e acompanha a movimentação dos dançarinos. As pessoas são convidadas a percorrer a praça, ao passo que esse passeio vai agregando mais pessoas à performance, que terá valsa, forró, tango, bolero, salsa, zouk e samba. Silvana Marques, que trabalha com dança de salão há 25 anos, conta ter assistido a uma edição da versão antiga do Som Aberto, que foi, para ela, um “choque estético”. “É uma honra levar esse trabalho para a Praça Cívica, local marcado pela presença de pessoas que se preocupam com o corpo, com o movimento. Espero que haja uma boa interação por parte do público na apresentação”, declara.

Na edição de junho, um “Varal de Poesia” agregava os versos ao Som Aberto. O Varal contou com poemas de Prisca Agustoni, André Monteiro e Otávio Campos. Agora a poesia ganha um espaço maior: 14 poetas da cidade declamarão suas obras em uma roda denominada “Poesia a céu aberto”. O grupo conta com poetas do Eco Performances Poéticas, professores da UFJF, entre outros. A ideia é promover a diversidade, pois cada poeta tem seu estilo. André Monteiro acredita que a Praça Cívica precisa estar próxima das pessoas, não só da universidade, mas da cidade em geral. “É um espaço político, podendo ser entendido até mesmo como uma ágora grega, onde as pessoas se encontravam para discutir ideias e pensamentos. A presença da poesia em lugares assim pode instigar ainda mais o pensamento. Espero que o público interaja com os poetas”, destaca.

Atração que também chamou a atenção na edição anterior e estará de volta neste sábado é a apresentação de capoeira do mestre Cuité. Ele traz uma pequena demonstração de alguns toques de capoeira e de maculelê, ambas representantes da cultura afro-brasileira. Segundo o mestre, a velocidade do jogo é determinada pelo berimbau. Ele acredita que a tendência do evento é se tornar cada vez melhor. “Estar no meio de pessoas interessadas em participar torna o evento agradável. Minha expectativa é que esta edição seja ainda melhor, pois acredito que algumas pessoas que estiveram na primeira venham novamente, mais sintonizadas com a proposta e compreendendo a importância delas na apresentação”, conclui.

Roteiro:

14h – Abertura do Bazar

14h – “SomdeCláudio” (DJ Cláudio Jr.)

14h40 – Roda de Capoeira com Mestre Cuité e seus Alunos

15h – Sarau “Poesia a Céu Aberto”

15h30 – Oficina “Vivenciando o Circo” (Amplitud)

16h – Apresentação de dança “Pela Praça” (Estúdio Silvana Marques)

17h – Apresentação Orquestra Sinfônica Pró-Música

18h – Performance “Entre Bambolês” (Deborah Lisboa/Amplitud)

18h30 – Pista de dança “SomdeCláudio” (DJ Claudio Jr.)

19h30 – Show Banda Legrand

20h30 – Show Banda Coroña

Outras informações:

Pró-reitoria de Cultura – (32) 2102-3964