Estudo analisou cotidiano da prática da disciplina nos anos iniciais do ensino fundamental em uma escola pública de Juiz de Fora (Foto: Caique Cahon)
O mestrando Moacyr dos Santos Oliveira, do Programa de Pós-Graduação Profissional em Gestão e Avaliação da Educação Pública, do Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação (Caed), defendeu, nesta segunda-feira, 18, a dissertação “O planejamento pedagógico como possibilidade de valorização do trabalho docente na educação física escolar: o estudo do caso de uma escola pública de Juiz De Fora”. A realidade escolhida para a pesquisa foi um colégio da cidade.
Professor efetivo de educação física do terceiro ao quinto ano do ensino fundamental na instituição, Moacyr, a partir do exercício da docência, identificou questões que poderiam ser melhoradas, sobretudo na disciplina que leciona. “Os principais resultados encontrados foram o distanciamento do saber produzido pela educação física pelo coletivo da escola; e que a educação física recebe um tratamento diferenciado quando comparada aos demais componentes curriculares, reproduzindo o que acontece na educação de modo geral, sendo vista em segundo plano,” disse.
Segundo Oliveira, os maiores desafios da pesquisa foram analisar o seu próprio contexto de trabalho, conseguindo ter a clareza e o discernimento necessário para compreender aquela realidade para questões além do professor, entrando em cena o pesquisador. “Os profissionais da escola compreendem bem o que é o planejamento pedagógico e sentem necessidade de revisão dos documentos disponíveis para a elaboração dos planos” ressalta.
Para a orientadora Alexandra Zanetti, a importância deste estudo reside na discussão apresentada sobre o papel da educação física como componente curricular dos anos iniciais do ensino fundamental, tendo como referência as diretrizes legais, a organização da disciplina, as concepções e as práticas presentes no cotidiano escolar e especialmente na proposição de alternativas para sua valorização.
De acordo com a docente, a dissertação constatou a permanência de uma cultura escolar de desvalorização da disciplina traduzida pelo uso do tempo destinado às aulas para a execução de atividades desarticuladas com seus objetivos, recursos materiais escassos, participação limitada dos professores da área nos encontros com as famílias e com seus pares. “A pesquisa inova ao propor reuniões sistemáticas de planejamento pedagógico como espaços coletivos de reflexão crítica e possível transformação da educação física na escola pesquisada” pontua.