Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Cultura
Data: 01/07/2016
Link: http://www.tribunademinas.com.br/cinema-do-mundo-em-jf/
Cinema do mundo em JF
Juiz de Fora receberá na próxima semana parte dos curtas-metragens que fazem parte da programação da 17ª edição do Festival Internacional de Curtas de Belo Horizonte (Fest-curtas BH), realizado na capital mineira. As produções de diversas partes do mundo terão exibições na UFJF e também no Museu Mariano Procópio, com a programação incluindo ainda a realização de debates. A iniciativa é uma parceria das fundações Museu Mariano Procópio e Clóvis Salgado, com o apoio do Cineclube Movimento, projeto de extensão do IAD (Instituto de Artes e Design).
A programação teve início no último sábado, com a realização da oficina temática “Colecionadores de quê?”, no Mariano Procópio, que teve a exibição do curta-metragem “O melhor som do mundo”, de Pedro Paulo de Andrade. As atividades terão continuidade nesta segunda, dia 4, às 14h, na Sala de Cinema Germano Alves, na UFJF, com a exibição de sete curtas. Já na quarta-feira, às 17h, será realizado o projeto “Férias no Museu”, no Mariano Procópio, em que nove curtas-metragens infantis serão exibidos.
O Parque do Museu será palco de outro evento na sexta-feira, com a exibição de mais cinco produções. Ela será seguida pelo debate “Do curta às telas: O desafio da produção e exibição”, que será mediado pela professora Alessandra Brum, do curso de cinema e audiovisual da UFJF e uma das responsáveis pelo Cineclube Movimento. Este será o único evento em que será necessário fazer inscrição prévia, a partir de segunda-feira, pelo telefone 3690-2027.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Cultura
Data: 01/07/2016
Link: http://www.tribunademinas.com.br/a-cidade-que-nao-mais-sera/
A cidade que não mais será
Dragão pode se referir a um animal fabuloso e também a um soldado de cavalaria. Dragões da Independência podem se referir ao 1º Regimento de Cavalaria de Guardas (1º RCG), a uma unidade do exército criada durante o regime imperial, e também aos desenhos que estampam trecho da Avenida Presidente Itamar Franco, outrora Avenida Independência. As formas, idealizadas por Itamar quando era prefeito, podem se referir, hoje, aos dragões e também a bichos sem forma, a manchas, a rabiscos, a nada. O dragão pode ser tudo e pode ser nada. “Como fazer arte moderna ou a evolução das espécies segundo Charles Darwin”, fotomontagem de Ricardo Cristofaro, pode ser registro irônico e hilário e também denúncia crua de um tempo que transforma até deformar.
Instigante pela reflexão que desperta, curioso pelo documento que conforma e inventivo pela simplicidade do olhar sensível, o trabalho que integra a exposição “Memorabilia urbis”, em cartaz no Museu de Arte Murilo Mendes, dá conta de uma cidade e seus passados conflitantes. Enumerando a ideia original e 64 fotografias de imagens recentes do “Dragão da Independência” do trecho entre o Colégio Stella Matutina e a Maternidade Therezinha de Jesus, o artista oferece uma visão da construção cotidiana que foge dos olhares menos atentos, ainda que calcem seus pés. “Querendo ou não, há um desleixo, que não é do pedreiro que executou a obra no local, mas de quem mandou fazer. Quem designou achou que estava tudo certo”, comenta Cristofaro sobre as imagens, subvertidas ao longo do tempo por conta de inúmeras reformas nos passeios.
“Encontro ali uma matéria de trabalho. A ideia de uma obra ser portavoz de um inconformismo é um dos muitos papéis da arte. Talvez meu primeiro olhar sobre isso não tenha sido para criar esse atrito entre a memória da cidade e as pessoas. Existem aberturas de leituras que em certos casos nem vão tocar numa pauta de denúncia”, explica o artista, professor e diretor do Instituto de Artes e Design (IAD) da UFJF. Num tom semelhante, os registros da demolição da capela e do Colégio Stella Matutina (em pintura, Renato Stehling retrata o espaço), de Nívea Bracher, bradam por uma Juiz de Fora que se foi, assim como as pinturas de Fernanda Cruzick, sobre os ladrilhos hidráulicos, e as telas e os dioramas de Rámon Brandão, com cenas de um casario já ausente.
Retratando a “história anônima, que fica oculta no olhar”, como ele mesmo diz, Rámon recusa a ideia de maquete, com seus espaços numa forma ideal, e assume os dioramas, que são representações realistas da forma como o artista observou. Já Lotus Lobo recorre à restauração para visualizar uma tradição gráfica expressa na produção da Estamparia Juiz de Fora. Após ter recuperado pedras de matrizes litográficas, embalagens em folha de flandres, papéis impressos com imagens restauradas e matrizes em zinco, Lotus reúne em mídia digital material capaz de versar sobre a Manchester Mineira e suas fábricas, como a tecelagem de Bernardo Mascarenhas impressa em metal por Thereza Miranda. Reordenando o material proposto por Lotus, Roberto Vieira reverencia a litografia e a tal tradição em imagens que rumam a um abstrato, distante do lugar publicitário de tais criações juizforanas.
Os pés de ontem e as penas de amanhã
Como a filha, o pai da artista Valéria Faria guardava tudo. Um dia faria sentido. E seus sapatos, 30 deles, ganharam novo lugar. Enfileirados – junto da placa da já extinta A Cabocla Calçados, na Marechal Deodoro, e de montagens digitais com fotografias e anotações do estabelecimento, os sapatos pretos revolvem os afetos estabelecidos entre cidadãos e comércio. “Ah! Quanta saudade daquela casa onde ia ainda menino!”, dizem, aos montes. “Todos os sapatos são do meu pai, que só comprava na loja. E por ser um acumulador, ele não jogava fora. Quando o sapato ficava velho, ele guardava. A loja era da minha avó Rosinha. Como meu pai era viúvo, adotei a avó do meu irmão, mais velho que eu, como minha”, conta a artista.
Embrenhado de uma sensibilidade que extrapola a objetividade jornalística, o artista, portanto, dá conta de uma memória que transcende o caráter oficial. “Não é possível preservar tudo. A cidade é como se fosse um ser vivo. Mas Juiz de Fora tinha várias referências visuais na parte central, de épocas diferentes. O ritmo da especulação imobiliária engoliu muita coisa, e acabamos perdendo o equilíbrio entre o que precisa ser preservado e o que merece ser renovado”, aponta Rámon Brandão. “Particularmente, acho a cidade muito mais feia hoje. Juiz de Fora perdeu uma arquitetura mais agradável visualmente e esteticamente mais coesa. Por mais eclética que fosse, havia um jogo”, concorda Ricardo Cristofaro. “O que se tem hoje não é nada em termos do que ela possibilitava como experiência.”
Nesse sentido, então, uma memória visual das mais recentes, a instalação de penas de gesso na Rua Halfeld, realizada no dia 10 de junho, integra a exposição, dando ainda mais potência à ideia de “experienciar” a urbe. O trabalho elaborado pelo jovem artista Francisco Brandão foi instalado no jardim do museu na tarde de ontem (quinta-feira) e recebe, nesta sexta, um vídeo na porção interna da instituição, retratando a obra que existiu por horas no Calçadão e criou um impacto de grandes proporções nos passantes. Ainda que não tenha sido acolhida pela Prefeitura, que solicitou a retirada do trabalho horas depois de sua demorada colocação, a instalação parece, enfim, abraçada, justamente pela instituição que formou o corajoso artista. “Exvotos” representa, no discurso de “Memoriabilia urbis”, essa saudade que é ontem, mas também hoje. Essa cidade que, nostalgicamente, se foi. Infelizmente.
“MEMORABILIA URBIS”
Segunda-feira, do meio-dia às 18h, e de terça a sexta-feira, das 9h às 18h. Até 2 de setembro
Museu de Arte Murilo Mendes
(Rua Benjamin Constant 790 – Centro)
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Veículo: G1
Editoria: Zona da Mata-MG
Data: 01/07/2016
Abertas inscrições para 11º Encontro de Musicologia Histórica da UFJF
Estão abertas as inscrições para os interessados em participar do 11º Encontro de Musicologia Histórica – do colonial à Belle Époque – da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). O prazo vai até o próximo dia 15 e é precico preencher o formulário no site do evento.
O XI Encontro de Musicologia Histórica acontecerá nos dias 21 e 22 deste mês, no Instituto de Artes e Design (IAD) da UFJF. Além das comunicações de trabalhos, o evento contará com a realização de três mesas-redondas, a participação de especialistas nacionais e estrangeiros, e o lançamento de livro e dos Anais do X Encontro.
Confira aqui a programação completa do XI Encontro de Musicologia Histórica. Outras informações pelo telefone (32) 3218-0336.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Cidade
Data: 03/07/2016
Link: http://www.tribunademinas.com.br/portais-ajudam-pessoas-a-viver-sem-alcool-e-tabaco/
Portais ajudam pessoas a viver sem álcool e tabaco
Pessoas dependentes de álcool e tabaco contam com dois suportes online para auxiliar na diminuição do consumo abusivo das substâncias. Criados em Juiz de Fora pelo Centro de Referência em Pesquisa, Intervenção e Avaliação em Álcool e Outras Drogas (Crepeia) em parceria com o Departamento de Ciência da Computação da UFJF, os sites “Álcool e Saúde” e “Viva sem tabaco” oferecem acompanhamento gratuito e personalizado para auxiliar na diminuição e finalização da dependência. O www.alcoolesaude.com.br, lançado no último dia 24, foi criado por professores e alunos, com o auxílio de quem já passou pelo processo de redução de bebidas no dia a dia. O projeto possui parceria também com professores da Universidade de Kansas (EUA). Já o www.vivasemtabaco.com.br foi criado em maio deste ano e já foi acessado mais de dez mil vezes, contando atualmente com cerca de 500 usuários ativos que estão tentando parar de fumar.
Conforme o coordenador do Crepeia e um dos idealizadores dos projetos, Telmo Ronzani, os sites fornecem inicialmente informações de possíveis danos e riscos que o consumo de álcool e tabaco pode oferecer. “O usuário responde a um questionário, que faz uma avaliação daquela pessoa, analisando os danos e o comprometimento dela em relação às substâncias. O resultado sai de imediato, juntamente com explicações sobre seu significado. A partir daí, o usuário é convidado a ler sobre algumas dicas e estratégias de diminuição e parada do consumo”, explica. Neste momento, conforme Telmo, são avaliados outros aspectos do consumo, como período e quantidade utilizados. A partir das respostas dadas, o usuário vai recebendo orientações específicas para seu caso. “Além disso, a pessoa pode receber por email, conforme frequência desejada, outras orientações que vão ajudá-la a se manter nesta mudança de comportamento.”
Pesquisador do Crepeia, Leonardo Martins explica que estas ferramentas oferecidas pelo site são rápidas e interativas. No caso do álcool, por exemplo, o internauta pode conhecer consequências do consumo para a sua saúde, criar estratégias para beber menos, registrar seu consumo diário e verificar se está dentro do recomendado. “O site também conta com um sistema que permite ao usuário receber lembretes sobre a sua meta de consumo semanal, dentre outras informações que podem motivá-lo a alcançar seu objetivo.” Segundo Telmo, este tipo de iniciativa é válida tanto para quem já parou de consumir as substâncias e deseja se manter livre delas, quanto para quem está
iniciando ou no meio deste processo. “Ajudamos também para que não haja recaída.” Os sites oferecem, ainda, contatos para que o usuário possa tirar suas dúvidas com a equipe de apoio.
No mesmo formato, o Crepeia oferece também o site “Viva sem tabaco”, que já foi acessado mais de dez mil vezes. “Por enquanto temos mais amostras qualitativas, que já estão dando um retorno muito positivo. As pessoas têm avaliado como bastante útil na diminuição do uso da substância. Estamos agora preparando uma amostra maior para uma comparação mais consistente”, explica Telmo.
Conteúdo deve ser traduzido para outras línguas
As informações e ferramentas presentes em ambos os sites foram desenvolvidas a partir de guias clínicos reconhecidos internacionalmente, além de contarem com resultados de pesquisas anteriores, consulta a especialistas na área, assim como avaliação do públicoalvo (pessoas que fumam, pararam de fumar, usuários de álcool que fazem consumo pesado de álcool e outros que já fizeram, mas conseguiram diminuir). O projeto iniciou-se em 2012, com revisão da literatura científica da área, participação de membros da equipe em projetos internacionais semelhantes e
captação de recursos.
Apesar de o foco inicial ser o público brasileiro, que tem de 18 a 65 anos e que consome álcool em alguma quantidade, os pesquisadores esperam que, em breve, o conteúdo do site seja traduzido para outras línguas, começando pelo inglês e espanhol. “Isso nos dá a expectativa de aumento do público-alvo. O Viva sem Tabaco, por exemplo, tem traduções para estas línguas, além do italiano, alemão e russo”, afirma o pesquisador Leonardo Martins.
Leonardo ressalta ainda que os resultados obtidos nas páginas podem variar de pessoa para pessoa. “Alguns estudos apontam que apenas a avaliação do consumo etílico e o recebimento de informações adequadas já podem produzir efeitos positivos, impactando na redução. Alguns casos, principalmente aqueles que envolvem um consumo mais pesado ou até mesmo a dependência, exigem maiores cuidados e tratamento mais intensivo, feito por um profissional de saúde qualificado e pode durar mais tempo. Em média, o programa atual está previsto para acompanhar de forma mais intensa os usuários por seis meses, com uma reavaliação anual préprogramada.”
Dados
No Brasil, estimativas de 2012 apontam que cerca de 50% da população ingerem bebidas alcoólicas. Entre homens, este número chega a 62%. Segundo pesquisa realizada pela Organização PanAmericana da Saúde (Opas), a cada cem mil mortes no Brasil, 12,2 mil estão relacionadas ao consumo de bebidas alcoólicas. “O que chama mais atenção é que mais da metade destas pessoas que bebem, fizeram consumo de álcool de forma pesada, podendo gerar algum tipo de prejuízo para a saúde. Dificilmente as pessoas sabem qual é o nível de consumo de álcool que pode ser considerado de baixo risco. Sempre pergunto aos meus amigos ou pessoas que não são da área, e elas geralmente não respondem de forma correta. Acessando o site, elas poderão descobrir,” afirma Leonardo.