A mestranda Esther Grizende Garcia, do Programa de Pós-Graduação em Economia da UFJF, defendeu nesta segunda, 20, a dissertação “Estado de saúde e seus efeitos sobre rendimentos do trabalho”. O objetivo da pesquisa foi mensurar o quanto as questões de saúde interferem nos rendimentos provenientes do trabalho. Para isso, a dissertação buscou analisar, quantitativamente, questões como perdas salariais por indivíduo devido à problemas de saúde, e diferenças salariais entre o indivíduo saudável e o não saudável.
As principais variáveis incluídas para determinar o componente principal do estado de saúde dos indivíduos foram a presença de doenças crônicas; dificuldade em realizar atividades cotidianas; número de internações e duração dessas internações. A mostra selecionou pessoas, economicamente ativas, do sexo masculino, com idade entre 18 e 65 anos.
Esther conta que a ideia para o projeto surgiu a partir do seu trabalho como residente em economia da saúde no Hospital Universitário da UFJF. Segundo ela, o desenvolvimento da pesquisa foi motivado pela “importância que a mensuração da interferência das condições de saúde no rendimento do trabalho têm na possibilidade de formulação de políticas públicas adequadas para minimizar as diferenças salariais entre pessoas saudáveis e não saudáveis”.
De acordo com a orientadora, Flávia Lúcia Chein Feres, do ponto de vista acadêmico, o projeto tem extrema relevância, uma vez que passamos por uma transição demográfica, com o envelhecimento populacional, e epidemiológica, em que as doenças que mais matam, hoje são caracterizadas por doenças crônicas. Para além do âmbito acadêmico, Flávia acredita que a dissertação propõe questões relevantes em termos de investimento em políticas públicas que melhorem a qualidade de vida da população, uma vez que avalia que há, de fato, uma relação entre o estado de saúde e o rendimento.
“O trabalho evidencia a importância da saúde, pois não adianta comemorar a longevidade, sem pensar na saúde. Além do investimento em educação como capital humano, é preciso pensar, também, em saúde como capital humano. O retorno dos investimentos em educação será ainda maior, se houver investimento em saúde”, afirma a orientadora.