Juliana Gonçalves defendeu sua tese que analisa o impacto do investimento em P&D. (Foto: Caique Cahon)
Juliana Gonçalves Taveira defendeu nessa sexta-feira, 17, a tese “P&D, Inovação e Produtividade na Indústria: uma abordagem para o Brasil” pelo Programa de Pós-graduação em Economia da UFJF. Orientada pelo professor Eduardo Gonçalves, Juliana analisou como os projetos de pesquisa e desenvolvimento (P&D) são concebidos e como influenciam no processo de inovação; e como a inovação, por sua vez, determina a produtividade de empresas.
De acordo com Juliana, na teoria, a inovação é tida como um dos principais determinantes do desenvolvimento, tanto da indústria quanto da região onde se localiza. Zvi Griliches, em 1979, foi o primeiro pesquisador a incorporar o processo de inovação dentro da função de produção de empresas, colocando a inovação junto com o capital para determinar a produtividade e eficiência. Dentro dessa abordagem de Griliches, a principal medida utilizada como inovação é o investimento em P&D. “Muita gente critica isso, porque o P&D estaria ligado ao insumo de inovação, dado que ele parte do pressuposto de que todo P&D, necessariamente, gera um produto inovador, mas nem sempre isso acontece”, afirma a pesquisadora.
Em 1998, o modelo CDM (Crepon Duguet Mairesse) surge para contestar o de Griliches. “Essa abordagem defende que nem todo P&D gera inovação, e vem como um modelo que vai relacionar três etapas: como definir o insumo de inovação, como esse insumo gera o produto de inovação e, por fim, como esse produto de inovação vai influenciar a produtividade”, explica Juliana.
Para estudar o impacto da inovação na produtividade e eficiência de firmas, a pesquisadora aplicou a modelagem de CDM, com algumas modificações, dado que também existem críticas à esse modelo. A variável utilizada foi a Pessoal Ocupado Técnico-Científico (POTec).
Entre os principais resultados alcançados, Juliana destaca a redução de firmas que realizam P&D internamente, apesar de existir um aumento das que realizam inovação de produto e de processo. Também houve crescimento na porcentagem de empresas que declararam utilizar conhecimento externo.