O observador técnico do Palmeiras, Douglas Gramani, chegou na tarde desta sexta à Faculdade de Educação Física e Desportos (Faefid) da UFJF. O “olheiro” tem a missão de acompanhar os treinos e os jogos das equipes do projeto de extensão Futebol UFJF. Douglas já atuou nos times do São Paulo, do Santos e do Paulínea, além de já ter trabalhado na Nike, na área de futebol.
O projeto, que é uma parceria entre a Universidade e o time amador Uberabinha, de Juiz de Fora, tem chamado a atenção de grandes times nacionais. O interesse pelo Futebol UFJF se deve, em parte, à boa campanha que as duas equipes de base, sub 15 e sub 17, vêm fazendo no Campeonato Mineiro. Ambas estão em segundo lugar na primeira fase da disputa, na Segunda Divisão, e precisam estar entre as três melhores para se classificarem à próxima fase. No início do returno, o projeto UFJF vai a Ouro Branco, neste sábado, 21, para enfrentar a equipe do Bétis, às 14h, pelo Sub-17, e às 16h, pelo Sub-15.
Desde o início do projeto em 2014, outros times, como Flamengo, Cruzeiro e Atlético-MG, realizaram jogos com as equipes do projeto e selecionaram alguns atletas. Esse também é um dos objetivos da visita de Gramani: “Ficarei até domingo, mas só assistirei os treinos de hoje (sexta) e os jogos de amanhã (sábado). Pelo que tenho visto nos treinamentos até agora, já enxergo possibilidades de levar alguns atletas para testes no Palmeiras”, disse.
O contato do Futebol UFJF com o clube não é recente. No ano passado, alguns integrantes do projeto foram fazer um curso de aprimoramento em São Paulo e apresentaram o trabalho ao Palmeiras. Em seguida, o clube entrou em contato com o coordenador Marcelo Matta. Como já estaria em Ubá, o olheiro do time paulista resolveu estender sua viagem e acompanhar o Futebol UFJF.
“A maioria dos atletas atendidos no projeto são dos bairros Dom Bosco e São Pedro, boa parte deles vêm de uma realidade social adversa e possuem poucos recursos financeiros. Além de descobrir e preparar esses esportistas, o Futebol UFJF também os inclui em ciclos sociais aos quais antes não tinham acesso,” afirma Thadeu Rodrigues, bolsista do projeto.
Segundo Gramani, vários atletas foram revelados em times de base ou em projetos sociais, caso do atacante da equipe principal, Gabriel Jesus. Ele foi descoberto em Pirituba, no Projeto Anhanguera. O Palmeiras oferece suporte profissional, social, fisiológico e nutricional para os selecionados. Quando eles não entram para equipe, são indicados para outros clubes parceiros. “Infelizmente há pouco investimento em educação no país. O esporte acaba sendo outro grande agente de transformação social. É muito válido uma universidade estar aberta à comunidade com um projeto desses, porque dá oportunidades a jovens e crianças que não teriam outra chance. O futebol acaba sendo a salvação para esses meninos,” avalia.
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