O fim de tarde de domingo reservou um momento especial para o juizforano, a tocha olímpica que faz um tour por todo o Brasil passou pela cidade. Com a partida no dia 3 de maio de Brasília, a tocha percorrerá mais de 300 cidades até chegar no dia 04 de agosto ao seu último destino, o Rio de Janeiro, sede das Olimpíadas de 2016. Juiz de Fora é a 45ª cidade a receber o fogo olímpico. A tocha chegou por volta das 18h, depois de passar pelos municípios de São João Del Rei, Tiradentes, e Barbacena.
Entre os 12 mil condutores que revezam a passagem histórica por todo o Brasil, quatro fazem parte da UFJF. São eles: os professores Carlos Fernando Cunha, Jeferson Viana e Renato Miranda e o técnico-administrativo em educação Gedair dos Reis. A passagem pela cidade começou pelo Parque da Lajinha e encerrou o percurso no Terreirão do Samba onde foi acendida a Pira Olímpica.
O professor Carlos Fernando foi o primeiro a carregar a tocha pela cidade. Carlos, professor da Faculdade de Educação Física e Desportos (Faefid) da UFJF há 18 anos, foi o responsável por acender a tocha no Parque da Lajinha e relata a experiência inesquecível. “Fico muito emocionado por fazer parte desse momento, pela importância que a chama olímpica tem, por tudo que ela representa: união, paz, ética, fair play. Por trabalhar com a história do esporte, foi um momento muito especial pra mim”.
Graduado na UFJF e atuando há mais de 24 anos como professor da instituição, na Faefid, Jeferson Viana, percorreu a Av. Japiassu Coelho, no bairro Cascatinha. Segundo ele, o momento vai ser guardado pra sempre com muito carinho. “Foi difícil dormir nas últimas duas noites, passa pela cabeça a história da sua vida e também a história das olimpíadas, é um momento mágico”.
O professor foi indicado para o momento por Giovane Gávio, a quem ensinou judô antes do campeão olímpico mudar do tatame para as quadras de vôlei. O ex-atleta que foi o primeiro brasileiro a carregar a chama olímpica, ainda em solo grego, diz que o professor foi muito importante para a sua carreira esportiva. “Ele foi meu primeiro professor no esporte, foi quem plantou a sementinha da paixão pelas atividades esportivas, me ensinou a ter a disciplina, fundamento das artes marciais, o que me ajudou bastante em toda a minha carreira no vôlei. Quando tive a oportunidade de escolher alguém para o revesamento aqui em Juiz de Fora, pensei nele na mesma hora. O “Jefinho” é um dos responsáveis por me fazer amar tanto o esporte, ele fez isso há 40 anos e continua fazendo até hoje, ensinado a crianças a importância da pratica esportiva”.
Já na Avenida Itamar Franco, a tocha olímpica passou pelas mãos do professor Renato Miranda, Doutor em Psicologia do Esporte, professor e ex-diretor da Faefid. Renato também foi secretário de Esporte da Prefeitura de Juiz de Fora de 2009 a 2012. Esteve à frente da primeira edição dos Jogos Pan-Americanos Escolares no município e um dos articuladores para a divulgação da cidade junto às delegações olímpicas. O professor ressaltou a felicidade com o momento e disse que é uma realização muito mais coletiva do que individual. “É um momento único na vida, claro, mas vejo muito mais a passagem como algo mais coletivo do que individual, como se a chama olímpica estivesse viva passando pelos participantes, o evento da passagem é simbólico para destacar a importância da prática esportiva, principalmente nas crianças que estão assistindo e tendo o seu primeiro contato com as atividades esportivas ”.
O revezamento foi um momento muito especial para o servidor Gedair Soares dos Reis, técnico de laboratório de Química Analítica, que já dedicou mais de 27 dos seus 60 anos à UFJF. A paixão do servidor público está no esporte, Gedair é corredor, já participou de várias maratonas, conquistando a 23ª colocação nacional da sua categoria em 2010. Além disso, desenvolve trabalho voluntário como guia de deficientes visuais em corridas, já tendo participado, desta forma, duas vezes da São Silvestre, em São Paulo. “Não estou aqui representando o corredor Gedair, por que eu sei que tem centenas e centenas de corredores aqui de Juiz de Fora, que correm muito mais do que eu. Mas estou aqui representando todo o trabalho que desenvolvo com a
sociedade e para a sociedade, com os amigos portadores de necessidades especiais, e também estou representando o nosso trabalho voluntário nas creches, asilos e hospitais. Eu, menino, morei às margens do (rio) Paraibuna e hoje estar na Universidade, ter dois livros lançados e fazer parte dessa nata, é maravilhoso, eu sinto que meu trabalho não foi em vão.”
Quando a tocha passou pelas suas mãos em frente ao Colégio Santa Catarina, família e amigos que vieram prestigiar o momento aplaudiram o atleta. A professora Célia Claveland é esposa de Gedair e fala sobre a emoção de participar desse momento: “É muito emocionante por toda história de vida dele, do voluntariado e de ser maratonista também. Por toda ajuda que ele dá aos meninos atletas que ele acompanha e que são deficientes visuais e intelectuais. É uma emoção muito grande pra mim e pra toda família ver o Gedair, que é uma pessoa que dá tanto valor ao esporte, chegar até aqui e ter esse ápice na condução da tocha olímpica. É gratificante!”
Após passar por Juiz de Fora, a tocha segue, nesta segunda, 16, para Bicas, Leopoldina e Muriaé, na Zona da Mata. Os Jogos Olímpicos começam, no dia 5 de agosto, no Rio de Janeiro. Confira o trajeto da tocha.
Olimpíadas na UFJF
A Universidade já está em contagem regressiva para receber as delegações de atletismo olímpicas e paralímpicas do Canadá e a olímpica da China. A previsão de chegada dos chineses é o dia 20 de julho. Os canadenses aportam logo depois, no dia 31.
Estas são as duas delegações que já formalizaram acordo para treinarem nas instalações da Faculdade de Educação Física. A UFJF negocia a vinda de mais equipes.
Elogiada pela coordenação técnica canadense (veja a notícia), a infraestrutura da faculdade conta com pista de atletismo em padrão internacional e equipamentos para todas as modalidades de atletismo.
Veja mais fotos da passagem da Tocha Olímpica.
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