Veículo: Acessa.com

Editoria: Educação

Data: 16/04/2016

Link: http://www.acessa.com/educacao/arquivo/noticias/2016/04/16-marcos-david-toma-posse-como-novo-reitor-ufjf/

Marcus David toma posse como novo reitor da UFJF

O novo reitor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Marcus Vinícius David, e a vice-reitora, Girlene Silva, foram empossados no cargo na noite da última sexta-feira, 15 de abril, em cerimônia de transmissão de cargos realizada no Cine-Theatro Central. Os dois reafirmaram o compromisso com a universidade pública, com a qualidade e a excelência, com a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, com a democracia e a transparência, além do compromisso com a valorização das condições de trabalho e formação. O reitor destacou que irá valorizar a importância do diálogo no processo de tomada de decisões junto à comunidade acadêmica.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Cultura

Data: 17/04/2016

Link: http://www.tribunademinas.com.br/a-cultura-precisa-ser-encarada-como-um-bem-essencial/

‘A cultura precisa ser encarada como um bem essencial’

Ao assumir, em abril de 2015, a pró-reitoria de Cultura da Universidade Federal de Juiz de Fora, a artista plástica e professora Valéria Faria declarou que agarrava a missão com disposição. Não demorou muito, e veio uma série de adversidades, como indefinições quanto à realização do Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e
Música Antiga, que este ano volta para julho, greve de funcionários, renúncia e troca de reitores e, claro, poucos recursos. Apesar das condições nada favoráveis, Valéria se mantém otimista e, dentre os pró-reitores da gestão que acabou de deixar a instituição, ela foi a única que se manteve. Agora, bem mais animada por estar em casa. “Fui muito bem acolhida por uma turma com a qual eu estava trabalhando de forma colaborativa. Mas a gestão atual é formada por pessoas que pertencem à minha ideologia, é o meu grupo de trabalho, com o qual pude construir o Museu de Arte Moderna (Murilo Mendes). Eu me sinto mais motivada a trabalhar com frentes de ação ainda maiores”, afirma Valéria.
À Tribuna, Valéria abriu seus projetos para os próximos quatro anos e enfatizou, várias vezes, durante a conversa, o interesse de realizar ações conjuntas com outras pró-reitorias. “É com muito esforço e criatividade” que ela pretende driblar a crise, diante de um cenário apresentado pelo reitor Marcus David. Pode-se concluir que, se dos recursos
à manutenção da universidade, estão garantidos apenas 80% dos R$ 83 milhões previstos para 2016, a cultura será uma das mais afetadas.
“Ainda não sei quanto vem para mim, mas tenho essa preocupação muito forte. Já tive uma primeira conversa com o Eduardo Condé (Pró-reitor de planejamento, orçamento e finanças). É preciso ter um olhar muito sensível com a cultura, porque ela precisa ficar à parte dessas instabilidades financeiras. Eu não posso fechar um museu porque o
governo está passando por uma crise financeira, porque um museu é um centro de excelência e pesquisa. Então, pretendo buscar soluções alternativas que deem autossustentabilidade para os equipamentos culturais”, planeja a pró-reitora, almejando uma mudança de rumo quanto ao encerramento do convênio com a Fadepe (Fundação
de Apoio e Desenvolvimento ao Ensino, Pesquisa e Extensão).
Segundo decisão final do Tribunal de Contas da União (TCU), de 2009, a UFJF deveria “deixar de contratar fundação de apoio para desempenhar atividades administrativas e de gerência financeira”. “Com isso, perdemos a flexibilidade na utilização da verba em prol do teatro. Hoje, o dinheiro vai para a conta única da universidade, saiu das mãos da pró-reitoria de cultura, o que criou um engessamento, tirou uma mobilidade que tínhamos para resolver questões do dia a dia, como a quebra de uma maçaneta. Acho que o caminho é o retorno para a fundação. Não faz sentido, andei pesquisando várias outras universidades que não têm um patrimônio tão suntuoso quanto o nosso, mas têm teatros e outros aparatos culturais, e trabalham com fundações. É uma questão de interpretação e de buscar caminhos viáveis.”
Tribuna – Na gestão anterior, você enfrentou um período de crise financeira e pouco tempo para trabalhar. Quais são seus projetos para os próximos quatro anos?
Valéria Faria – Para este ano, a primeira meta, talvez, seja justamente restabelecer os marcos regulatórios dos equipamentos que estão ligados à pró-reitoria de Cultura, dentre os quais o Pró-Música. Ele continua sendo um dos espaços com maior número de questões difíceis para resolver, ligadas à estrutura física do teatro, que ainda é muito
ruim. Recebemos um recurso por emenda da deputada Margarida Salomão (R$ 190 mil), mas o valor é muito baixo. Vai dar para comprar, somente, um equipamento de som e iluminação de alta qualidade para o teatro. Já vai ser uma vantagem porque, neste tempo, recebi muitos pedidos de produtores, que eram obrigados a alugar esses equipamentos. O Pró-Música e o Central não têm ar condicionado ainda, por isso passamos um sufoco no verão. Em termos de estrutura, o Central está muito bem equipado, mas há demandas com recursos imensos. Imagine colocar um ar condicionado num lugar do tamanho do Central e tombado pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional)? É um procedimento de alta complexidade e muitos recursos financeiros. A nova gestão inteira já compreende esse investimento como prioridade.

– A gestão anterior tinha a proposta de democratizar o acesso à UFJF e levou várias atrações, inclusive populares, para o campus e outros espaços. Quando assumiu da primeira vez, você também disse que tinha esse propósito…

– Esse caminho já traçado pelo Gerson (Guedes, ex-pró-reitor de Cultura) é muito enriquecedor não só para a universidade, mas para a comunidade. A gente precisa dar maior visibilidade à grande diversidade cultural que é produzida na própria comunidade tanto no campo da cultura popular quanto erudita, junto à cultura também popular e erudita produzida na universidade. Inclusive, queremos resgatar alguns projetos do Gerson, como o “Leitura no campus”, e alguns bem antigos, como o “Som aberto”.

– O DCE está restaurado, mas fechado. No final do ano passado, sem saber se iria continuar na pasta, você disse que tinha planos para aquele espaço. Em 2016, ele abre?
– O DCE está parado, e eu considero uma vergonha que um espaço totalmente restaurado esteja lá consumindo energia. Enquanto tem outros setores precisando de guardas, a gente fica com guarda deslocado para tomar conta de um espaço vazio. Mas isso já está em andamento. O acervo do Museu Dinâmico de Ciência e Tecnologia está lá. Está de portas fechadas ainda, porque o próprio DCE está desfigurado, ele está se reconstruindo agora, e existe um acordo judicial para que o diretório tenha uma participação na gerência administrativa do local. Foi feita uma conversa preliminar com o DCE e não há qualquer impedimento da parte deles. Outro acervo que precisa de cuidado especial é o do Museu de Arqueoastronomia e Etnologia Americana, que quase foi extinto. Os antigos coordenadores faleceram, e, depois disso, está fechado até hoje. Ele vai ser reaberto. Temos poucos espaços para recebê-lo, a coleção é muito grande e preciosa. Existe um projeto inicial de levá-lo para o Museu de Cultura Popular do Forum da Cultura, mas não posso defender essa ideia antes de estudar o acervo. Há dez anos, estive lá para escrever um livro sobre o patrimônio vivo da universidade e vi que ele era imenso. Por isso, acho que o espaço do Forum da Cultura já não vai ser suficiente.

– Em uma das vezes que falou com a Tribuna, você disse que o Memorial da República e o Mamm poderiam se tornar um complexo cultural. De forma efetiva, ainda não existe uma integração.
– Não existe uma integração efetiva ainda entre o Mamm e o Memorial porque o Memorial foi inaugurado muito recentemente e está agora em processo de pesquisa do acervo. A gente pretende fazer uma aproximação não só entre esses dois espaços, mas também em outros. Eu realmente acho que o Mamm está à frente do Memorial, porque já tem uma série de atividades muito bem traçadas. Vamos fazer uma primeira junção numa exposição que vai fazer parte da programação da Semana Nacional dos Museus. Ela vai fazer um resgate da memória da cidade e vai acontecer nos dois espaços.

– Pode-se esperar por exposições de vulto para o Museu de Arte Murilo Mendes?
– Eu mesma, este ano, entrei em contato com curadores da exposição do Abraham Palatnik, que é maravilhosa. É um artista vivo, um grande nome da arte moderna com 90 e poucos anos. Seria interessante trazer, inclusive, o próprio Abraham. A curadoria é muito cara. Ainda está sendo definido. A gente faz muita parceria. Por exemplo, a vinda
da orquestra para a comemoração dos 87 anos do Cine-Theatro Central foi possível graças ao governo francês. Nós é que fomos escolhidos. Eles fizeram uma turnê pelo Brasil e, quando viram o festival que fazemos aqui anualmente de música antiga, decidiram se apresentar no Rio de Janeiro, em Duque de Caxias e aqui. Só pagamos a hospedagem. Recurso não temos. Temos parcerias. Assim, podemos desenvolver várias ações. Estamos trabalhando para trazer a Bienal de São Paulo, em 2017, novamente. E temos grandes chances. Sou otimista, acho que dias melhores virão.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Cidade

Data: 17/04/2016

Link: http://www.tribunademinas.com.br/tempos-de-conversas-divergentes-nos-nao-somos-treinados-para-o-dialogo/

Tempos de conversas divergentes ‘Nós não somos treinados para o diálogo’

A definição da palavra “diálogo” segundo o dicionário Houaiss, consiste na troca de palavras entre dois ou mais indivíduos sobre um ou mais assuntos. Nos dias de hoje, as pessoas estão se comunicando mais, principalmente por meio da internet e de todas as ferramentas agregadas a ela, mas isso não quer dizer que elas estejam em um profundo diálogo. Pelo contrário. O que se vê atualmente é a expressão nua e crua de opiniões. Se forem divergentes, então, a “conversa” parte para a agressão, o desrespeito e, em muitos casos, a violência.
Nesta segunda e terça-feira, dias 18 e 19, o Dialogar, Central de Mediação Extrajudicial do Núcleo de Práticas Jurídicas da UFJF, promove o seminário “A arte do encontro através do diálogo”, que busca, exatamente, reverter este cenário. “Queremos mostrar como o diálogo pode ser mais profundo e positivo para a sociedade. O conflito precisa ser encarado como positivo, e não negativo, o que induz a uma conduta destrutiva. Os conflitos hoje são fomentados pela ausência de diálogo”, explica Fernando Guilhon, coordenador do Dialogar. Ele acrescenta que o objetivo do evento é abranger vários cursos, pois a programação contempla temas voltados para a arte, educação, psicologia, saúde, entre outros.

Extrajudicialmente
O Dialogar é um braço do Núcleo de Práticas Jurídicas da Faculdade de Direito da UFJF. Por meio dele, é possível solucionar, de forma extrajudicial, problemas provenientes de relações continuadas, como conflitos familiares, divisão de patrimônio, assuntos empresariais e de convivência. Recentemente, o projeto foi agraciado com a
menção honrosa pelo prêmio “Conciliar é legal”, concedido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A premiação reconhece as práticas de sucesso, estimulando a criatividade e disseminando a cultura dos métodos consensuais para resolução dos conflitos.

Entrevista
Coordenador do Dialogar, Fernando Guilhon fala nesta entrevista sobre os conflitos que vêm sendo travados nas redes sociais e sobre a necessidade de a sociedade aprimorar o exercício de saber ouvir. Guilhon ressalta ainda que as pessoas hoje no país não são treinadas para o diálogo, o que pode ser fruto de uma geração criada durante a ditadura
militar. Como exemplo, ele cita a escola, que, embora esteja passando por reformulações, ainda demonstra graus de autoritarismo. O coordenador lembra, finalmente, dos conflitos de temática política, que são centrais neste momento no país. E como podemos lidar com isso? “Através do diálogo”, ensina, lembrando que “dialogar é buscar conhecimento sobre a posição do outro”.
Tribuna – Com as redes sociais e demais ferramentas de comunicação, a sociedade poderia estar mais aberta para o diálogo, porém, o que se vê não é bem isso. A que você atribui este comportamento?
Fernando Guilhon – Atribuo à forma como elas são utilizadas. As redes facilitam a sua fala, mas não a sua locução. Isto acaba incentivando o conflito, e ele passa a ser tratado de maneira destrutiva, pois você não consegue ouvir o outro. Na verdadeira comunicação, um percentual muito reduzido pertencente à palavra escrita ou falada. A parte maior está no gestual, no tom de voz, no contato visual e no coração que se coloca na conversa. As redes sociais não permitem este alcance. Elas propagam a expressão da opinião, mas não o diálogo. Posso expressar minha opinião, mas para a construção do diálogo, eu preciso ouvir. Ouvir é um exercício que a sociedade precisa aprimorar.

– Qual seria a diferença entre dialogar e expressar opinião?
– Partimos do principal princípio, que é a escuta ou a observação ativa. Na mediação, aplicamos a teoria do iceberg: aquilo que fica acima da linha de superfície seria a nossa posição, mas o verdadeiro interesse está naquilo abaixo da água, que é muito maior do que é exposto. Numa conversa dialogada, a ideia é essa: sair da posição e entender o
verdadeiro interesse da pessoa, onde ela quer chegar e os motivos que a levaram a tomar tal posição. O diálogo exige esta percepção para iniciar a compreensão entre as partes. A expressão de opinião é o contrário disso. Fala-se,
mas não tem um interlocutor. Você precisa ouvir bem para compreender e fazer com que os encontros sejam possíveis. Por isso a escolha de nome para o seminário. É o encontro que vai promover o diálogo.

– A sociedade, então, expressa mais sua opinião do que dialoga?
– Nós não somos treinados para o diálogo. Acredito que isto seja fruto de uma geração criada durante a ditadura militar. Temos como exemplo a escola, que, embora esteja passando por reformulações, ainda demonstra graus de autoritarismo. A participação dos alunos para os rumos dela ainda é muito reduzida, pois eles ainda devem servir e
obedecer ao professor. Não formamos cidadãos capazes de ouvir, mas de reproduzir este comportamento.

– Percebe-se um acirramento da intolerância, especialmente quanto às questões religiosas, políticas e de gênero. Por que isso ocorre?
– Entendo como a falta de diálogo, pois cada um constrói o seu mundo e, até para se sobressair, sente-se na obrigação de criticar. Esta falta de empatia, de inverter os papéis e de se colocar no lugar do outro, gera este tipo de problema. Quando as pessoas passam a compreender os interesses, as posições e os motivos que a levaram a adotar
determinada postura, esta posição radical vai se diluindo aos poucos. Você só consegue entender o mundo do outro se você entrar e ouvir o que ele tem a dizer e o que está no seu coração, e não tratá-lo com violência, com repressão e com ódio. Quando você entende o mundo e a cultura de um povo, você passa a ter mais conhecimento e se enriquece culturalmente.

– Com a polarização política, as pessoas se mostram muito mais dedicadas a falar do que a ouvir. O que se perde com isso e qual o caminho para reverter essa tendência?
– O que se perde são as soluções que poderiam ter sido construídas. A ausência do diálogo e da construção cria um vácuo de diálogo e faz com que as posições sejam muito consolidadas nos dois aspectos. O conflito é inerente à sociedade e o de temática política é um deles. E como podemos lidar com isso? Através do diálogo. O que isso vai
trazer de construtivo para a sociedade? Quando as pessoas passam a dialogar, elas entram no caminho da cooperação. Negociando a solução é que se constrói uma terceira via. O conflito é positivo, pois sem ele não teríamos a indicação de que algo está errado e a sociedade não avança. O que esta crise está nos dizendo? Que precisamos
de uma reforma política, da necessidade de reformulação do sistema político e previdenciário. O fato de não ouvir faz perder a oportunidade de evoluir.

– Quais atitudes e comportamentos poderiam ser evitados por meio do diálogo?
– Atitudes agressivas e atos de violência física e psicológica, que, muitas vezes, são frutos da ausência de diálogo. O fato de alguém não lhe dirigir a palavra e não saber os motivos que levaram você a tomar determinada atitude é, por si só, um tipo de violência. Isso é uma bola de neve. Por isso é importante tratar o conflito de maneira adequada,
tanto positivamente como negativamente. Na teoria do conflito, ou se aumenta a espiral ou se reduz. O diálogo está sempre relacionado à redução. Minimizamos até chegar à cooperação. Não existe razão para a agressividade pura, simples e natural. A sociedade hoje está agressiva, pois falta cooperação.

– A filósofa Márcia Tiburi, autora do livro “Como conversar com um fascista”, diz que o “diálogo não é a conversa entre iguais, mas uma conversa real e concreta entre diferenças que evoluem na busca do conhecimento e da ação que dele deriva”. Você concorda com ela?
– Concordo totalmente. Dialogar é buscar conhecimento sobre a posição do outro. É a teoria do iceberg mais uma vez. Conhecer o mundo do outro é fundamental e para você conversar com um desigual, você precisa se deslocar do seu mundo, e isso não é fácil. Estamos treinados em ter apenas um conceito sobre determinada coisa e não ter
flexibilidade. Na compreensão vem o respeito e a tolerância. Isso faz com que você evolua e expanda seu horizonte. Hoje não sabemos construir isso.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Cidade

Data: 17/04/2016

Link: http://www.tribunademinas.com.br/cientistas-politicos-refletem-sobre-momento-atual/

Cientistas políticos refletem sobre momento atual

O dia seguinte
O instrumento constitucional do impeachment, que em essência deve ser visto como mecanismo de defesa da democracia, não pode ser banalizado nem deturpado por contingências de maiorias políticas ocasionais. Quando utilizado para afastar um presidente que não tenha cometido algum crime de responsabilidade, deixa de cumprir o
papel para o qual foi criado e deve ser chamado pelo que de fato ele eventualmente pode representar se for mal utilizado: golpe parlamentar – tal como aquele que ocorreu poucos anos atrás no Paraguai, quando da rápida destituição, por um Congresso majoritariamente oposicionista, do então presidente Fernando Lugo.
O impeachment, o mais extremo recurso da legislação, não deveria ser assentado em questões tão pouco consensuais até mesmo entre os especialistas do campo da contabilidade pública e do direito como as chamadas “pedaladas fiscais”. A assimetria de tratamento nos casos dos ex-presidentes e dos passados e atuais governadores (nos quais as antecipações foram admitidas) e no caso de Dilma (no qual se pede o fim de seu mandato) mostra que a verdadeira questão por trás do debate não é técnica, mas apenas e tão somente de luta política. E uma luta política iniciada, na Câmara, por um ato de retaliação do presidente da Casa, Eduardo Cunha. Esse, sim, investigado, denunciado pelo Ministério Público, réu na Justiça e com fartas evidências de corrupção (inclusive com provas da Justiça da Suíça).
Até o presente momento, Dilma é pessoalmente investigada em algum inquérito policial?
Não. Ela foi denunciada pelo Ministério Público? Não. Foi julgada por alguma instância do Poder Judiciário? Não. O juízo dos congressistas que avaliam um processo de impeachment não pode ser apenas político. Deve ser uma decisão política necessariamente amparada em evidências que permitam a tipificação de crime de responsabilidade. Se não for assim, basta haver uma maioria parlamentar oposicionista que nenhum chefe do Poder Executivo chegará ao fim do seu mandato.
O que está em jogo agora é o respeito às regras do jogo e à estabilidade democrática. A defesa do resultado das urnas não impede uma abordagem crítica do atual Governo. Qualquer cidadão pode ser investigado (respeitada a lei, não com grampos feitos à presidência e vazados ilegalmente), e a corrupção deve obviamente ser combatida por todos os meios legais disponíveis. Não é disso que se trata agora: setores da sociedade querem tirar a presidente eleita em algumas semanas de rápida tramitação no Congresso, mesmo que não haja provas contra ela. Isso não tem nenhuma relação com justiça: é golpe parlamentar.
Se efetivado nessas bases, o impeachment cobrará um alto preço não de Dilma mas de todos os presidentes nos anos vindouros. A mensagem será clara: em momentos de impopularidade, qualquer mandatário poderá ser defenestrado do poder apenas porque uma eventual maioria oposicionista assim o quis, sem necessidade de provas ou bases
jurídicas que tipifiquem crime de responsabilidade.
Aumentará ainda mais a já presente necessidade de os presidentes forjarem maiorias parlamentares esdrúxulas (do modo como isso for possível, mesmo que por meio dos piores métodos). Parlamentares venais terão seu passe valorizado. A disputa pela presidência da Câmara será tratada como tão vital por parte do Poder Executivo, para
evitar a ascensão de alguém que possa admitir pedidos de impeachment indevidos, que, na prática, a autonomia do Poder Legislativo acabará diminuída. Portanto, argumenta-se aqui que o atual processo de impeachment, conduzido deste modo abastardado, deixará de servir à democracia e, verdadeiramente, se prestará exatamente ao oposto disso.

Possibilidades da mentira
Uma coisa é certa: qualquer que seja o resultado da votação de hoje na Câmara dos Deputados, o Governo Dilma acaba. A recusa em aprovar o pedido de admissibilidade do processo de impeachment levará a um novo arranjo no núcleo de poder no Planalto, com Lula ao centro. Dilma terá tempo e liberdade para pedalar constitucionalmente, mas a conjuntura não terá nenhum de seus nós desatados. A alma de Lula é fáustica, e é dele a percepção aguda daquilo que poderá salvar o resto deste mandato: crescimento, crescimento e crescimento. Ele sabe disso, como sabe que terá poucas opções e pouquíssimo tempo para fazer com que isto aconteça. Mesmo prisioneiro de duas armadilhas, estará obrigado a tentar, caso a admissibilidade do impeachment seja negada. A primeira armadilha é que ele não tem mais a possibilidade de reorganizar nada parecido com a grande aliança costurada em seu governo. A Lava Jato não só o ameaça pessoalmente como trouxe à luz e feriu de morte o escandaloso modus
operandi com que ela foi tecida.
O monumental esquema de corrupção apodreceu o sistema representativo – a política e o próprio PT – e acabou por liquidar o poder dos parceiros na economia e no mundo sindical. A outra armadilha é a fantasia criada para sustentar o Governo Dilma: uma fantasia que não toma a história nacional como comédia – uma trama que sempre
avança para um estágio superior, mas que toma a comédia pessoal de Dilma e do PT pela história nacional, parafraseando o velho Marx. Lula sabe que isto é um discurso para encantar a militância e maravilhar a surpreendente quantidade de intelectuais que o Brasil desconhecia possuir. Consciente de que hoje ele é mais do que os dois, reza silenciosamente a todos os deuses para que o impeachment o livre do fúnebre destino de prolongar um governo moribundo. Ele prefere as ruas e 2018, resta saber se repensando o passado recente ou buscando fazer com que a sua comédia pessoal coincida com a história nacional.
A aprovação da admissibilidade leva inexoravelmente ao impeachment. Acaba o Governo Dilma, e a conjuntura anda, abandonando o giro falso de um gato atrás de sua própria cauda. Se anda, não nos leva do inferno ao céu, mas a um purgatório aquecido pela crise econômica, pela radicalização política, pelo apodrecimento do nosso sistema
político, pela Lava Jato. O glacial Michel Temer ascende ao poder com o velho PMDB, com uma única arma nas mãos: a possibilidade de recuperar a política como dimensão de resolução de nossos conflitos, como capacidade de exploração de possibilidades que antes pareciam vedadas, inclusive na economia. O seu grande desafio será o de
responder à herança de problemas que herdará com aquilo que hoje parece enojar a maioria dos brasileiros: a política.
Como no purgatório, será um tempo indeterminado de depuração necessária da política, sob pena de voltarmos ao inferno. As chances de dar certo são poucas a curto prazo, infelizmente, e ninguém olha para Temer como um Moisés. Mas talvez a experiência do conflito que estamos vivendo lhe dê uma chance de presidir a passagem para outro ciclo: até agora, em que pese a virulência dos conflitos políticos, todos os principais atores buscaram na Constituição os seus argumentos e premissas, respeitando o direito de errar por último do STF. Nunca antes nesse país a Constituição foi tão invocada, tão abraçada. O leitor me dirá que os políticos mentem. Sei disso, e não só os políticos. Mas talvez a Constituição esteja se enraizando entre nós mesmo assim, como nos versos da canção: só pretendo que, de tanto mentir, repetir que me ama, você mesmo acabe crendo. Este recente aprendizado pode auxiliar Temer, se durar até 2018.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Cidade

Data: 18/04/2016

Link: http://www.tribunademinas.com.br/segunda-amanhece-com-nevoa-umida-mas-sol-deve-predominar/

Segunda amanhece com névoa úmida, mas sol deve predominar

Mesmo com a presença de algumas nuvens ao amanhecer, a segunda-feira (18) deve continuar com tempo estável em Juiz de Fora. Conforme o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), ao longo do dia, o céu parcialmente nublado deve dar lugar ao predomínio do sol.
A estimativa é de que a máxima varie entre 28 e 30 graus. Neste domingo, os termômetros alcançaram 28,5 graus no Campus da UFJF, local onde estão instalados os termômetros do 5º Distrito de Meteorologia.
As condições meteorológicas seguem por, pelo menos, até a quinta-feira. “Há a possibilidade de ligeira queda de temperatura durante a madrugada, mas os termômetros tendem a se elevar durante o dia”, analisa o meteorologista do Inmet, Luiz Ladeia. “A tendência é de que até lá (quinta) não ocorram pancadas de chuva”, estima.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Cidade

Data: 18/04/2016

Link: http://www.tribunademinas.com.br/notas-do-pism-sao-divulgadas-hoje/

Notas do Pism são divulgadas

As notas do Módulo I (triênio 2015-2017) e II (triênio 2014-2016) do Pism foram divulgadas nesta segunda-feira (18), mas, devido à grande quantidade de acessos ao mesmo tempo, o site da UFJF apresentou instabilidade a partir das 15h. As notas estão disponíveis no site da Copese. Os estudantes disputam um total de 1.411 vagas, sendo 1.161 distribuídas entre os 59 cursos do campus de Juiz de Fora e 250destinadas às dez opções de graduação do campus de Governador Valadares.
O número de vagas do Pism corresponde a 30% do total oferecido pela UFJF. As provas foram aplicadas em 17 e 18 de janeiro deste ano. Após a divulgação do resultado, os candidatos poderão entrar com pedido de recurso no dia 19 deste mês, no prédio da Reitoria, das 9h às 16h. Se a solicitação for acatada, a nota do candidato poderá ser alterada com resultado a ser divulgado no dia 25.

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Veículo: Acessa.com

Editoria: Educação

Data: 18/04/2016

Link: http://www.acessa.com/educacao/arquivo/noticias/2016/04/18-notas-pism-serao-divulgadas-tarde-desta-segunda-feira/

Notas do Pism I e II serão divulgadas na tarde desta segunda-feira

Serão divulgadas às 16h desta segunda-feira, 18 de abril, as notas dos candidatos que realizaram provas do Programa de Ingresso Seletivo (Pism) I e II. As notas estarão disponíveis no site do vestibular da UFJF.

Os estudantes que desejarem fazer o pedido de revisão têm até terça-feira, 19h, das 9h às 16h para fazer a solicitação, na Central de Atendimento da UFJF, localizada no prédio da Reitoria, no Campus de JF. Caso o candidato resida fora da cidade de Juiz de Fora, deverá enviar seu recurso através do fax (32) 2102-3755 ou 2102-3979 sendo de responsabilidade própria a confirmação logo em seguida ao envio confirmando a legibilidade do documento. Quem fizer a solicitação pelo fax com o final 3755 deverá confirmar o envio exclusivamente pelo telefone (32) 2102-3738. Quem fizer a solicitação pelo fax com o final 3979 deverá confirmar pelo número (32) 2102-3911.

Procedimento

Os recursos relativos aos resultados deverão ser protocolados, exclusivamente por candidatos inscritos no Pism, por seus representantes legais (se menores de 16 anos) ou através de um procurador legalmente representado.

A nota do candidato, mediante ao recurso, poderá ser aumentada, mantida ou diminuída, sendo que as alterações ocorridas, se for o caso, serão feitas pela internet no endereço www.pism.ufjf.br, a partir do dia 25 de abril de 2016. Só será admitido o recurso com pedido de revisão de, no máximo, dois conteúdos. O valor da taxa, por conteúdo, é de R$ 22. O julgamento do pedido de revisão é feito pela Coordenação Geral de Processos Seletivos e acontece no prazo de até 72 horas após sua interposição.

Da decisão da Coordenação Geral de Processos Seletivos não caberá recurso. Confirmada a procedência da reclamação, o candidato terá sua nota alterada e a taxa paga será devolvida através dos dados bancários fornecidos por ele, não sendo devolvida em nenhuma outra hipótese.  

Ao contrário do terceiro módulo, não será excluído dos módulos I e II do Pism, o candidato que obtiver nota zero em qualquer um dos conteúdos exigidos naquele módulo.