A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) acredita na importância da integração entre o meio acadêmico e a sociedade. Por conta disso, trabalha no desenvolvimento de projetos que promovam este intercâmbio. Entre eles, está o Núcleo da Economia Solidária (Nusol/UFJF), da Pró-Reitoria de Extensão, que volta a incorporar a ótica dos setores populares no desenvolvimento científico, tecnológico, artístico e cultural gerado na universidade.
A incubação de empreendimentos solidários significa, dentro do espaço acadêmico, uma troca efetiva entre sociedade e universidade, através da elaboração e discussão de uma nova forma de organização para o trabalho. A coordenadora do projeto, Marcela Sobral, reforça as vantagens do núcleo: “É uma forma de fazer com que a universidade cumpra o papel de aliar a teoria à prática, beneficiando associações e a sociedade como um todo. Também é possível aprender com esse processo, entendendo as demandas contemporâneas da sociedade, refletindo, dentro e fora de sala de aula, sobre essas atividades de geração de renda que constroem uma nova lógica de organização comercial, gerando até outros projetos de pesquisa”.
Na UFJF, este processo teve início em 1998, com a Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (Intecoop/UFJF), e tinha como objetivo orientar e acompanhar a formação de cooperativas populares e associações, a partir dos princípios da economia solidária, priorizando a geração de trabalho, renda e inclusão social. Nos últimos anos, a Intecoop reduziu as atividades para passar por um processo de reestruturação. De acordo com o pró-reitor de Extensão, Leonardo Carneiro, a equipe da pró-reitoria conduziu estudos sobre a estrutura da incubadora, atualização do projeto, que passou a integrar o Nusol/UFJF, submetido e aprovado no edital do CNPq.
Dentre as inovações, estão o novo espaço, mais próximo à reitoria, a expansão da equipe técnica e a implantação de uma nova metodologia.
As atividades do Nusol/UFJF estão previstas para o início de 2016. Em Juiz de Fora, o núcleo se prepara para trabalhar, a princípio, na incubação do coletivo Monte de Gente Interessada em Cultivo Orgânico (Mogico), que reúne produtores orgânicos e agroecológicos, técnicos e pessoas interessadas em um viver orgânico e sustentável; e da Associação Municipal dos Catadores de Papel, Papelão e Materiais Reaproveitáveis (Ascajuf), um dos coletivos incubados pela antiga Intecoop, fundado a partir da fusão de dois grupos de catadores da cidade, a Associação Mão Verdes e a Associação Catadores de Papel e Resíduos Sólidos de Juiz de Fora Apares.
Além disso, o núcleo irá atuar na Associação do Quilombo do Paiol, comunidade composta por aproximadamente 250 famílias praticantes da agricultura de subsistência em Bias Fortes, e na Associação dos Artesãos de Matias Barbosa Caminho Novo, em Matias Barbosa, atuante no trabalho de qualificar artesãos para a formação de um centro de convergência do artesão e seu artesanato.