celular com aplicativo

Aplicativo será utilizado por alunos de Paraíba do Sul (Foto: Caíque Cahon)

Alguns dias após ser concluído, o Curso de Produção de Aplicativos para Celulares, promovido pelo Centro de Educação a Distância (Cead) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), começa a transformar as práticas educacionais dos envolvidos. É o caso do professor Anrafel Fernandes Pereira, participante que desenvolveu um aplicativo que, com o apoio de alunos do ensino fundamental, busca reescrever a história da cidade de Paraíba do Sul, no Rio de Janeiro.

Prevista para ser implantada na Rede Pública Municipal de Ensino da cidade, a criação tem como tema “Paraíba do Sul: A cidade que eu conheço”. Ainda sem nome definido, o aplicativo permite que alunos da disciplina de Turismo, ministrada do 6º ao 9º anos, possam desenvolver um novo olhar sobre os pontos turísticos e resgatar valores na atualidade. Segundo Anrafel, até a escolha do nome é um motivo de integração: “vejo o nome do aplicativo como mais uma parte deste projeto, que possa ser pensado e discutido com os alunos em sala”, explica.

A proposta inicial de Anrafel teve como base o desenvolvimento de novas técnicas pedagógicas para o ensino da disciplina, que, na maioria das vezes, era ministrada de forma tradicional, com leitura de livros e representações fotográficas, “o que acabava deixando a aula menos atrativa e lúdica para o discente”, comenta. Desta forma, a partir da tarefa final do curso, ele desenvolveu um projeto que envolve os alunos e agrega tecnologia ao conteúdo da sala de aula.

“Espera-se, ainda, que alunos e professores desenvolvam juntos o conteúdo disponibilizado pelo aplicativo, e também construam um novo artefato tecnológico, que pode ser aplicado e utilizado em sua realidade”, declara. A pontuação dos alunos seria baseada, segundo o autor do projeto, na quantidade de conteúdo relevante produzido, tanto a partir de publicações de lugares históricos da cidade, como locais que o aluno considera relevantes e que devam ser conhecidos por outras pessoas.

Segundo Anrafel, o compartilhamento das tarefas de produção de conteúdo entre alunos e professores contribui para que as crianças percebam sua importância no processo de ensino-aprendizagem. “Eu, particularmente, não vejo que apenas o professor detém o conhecimento, vejo seu papel como um profissional capaz de estimular e motivar os alunos a irem atrás do conhecimento e até mesmo produzi-lo. Todos têm algo para colaborar, podendo produzir e construir juntos um ‘novo conhecimento’”, declara.

Aparelhos eletrônicos em sala de aula

Com a constante utilização de aparatos tecnológicos por crianças e adolescentes, a presença de aparelhos como smartphones e tablets em sala de aula é cada vez mais comum. Para Anrafel, o papel do professor neste contexto é o de “direcionar o aluno na descoberta de como esta ‘conexão’ pode ser utilizada para trazer algo maior para ele e para a comunidade ao seu redor”. “Acredito ainda que precisamos pensar sempre na tecnologia como uma ferramenta que pode ser aplicada e utilizada para um bem maior que simplesmente nós mesmos”, relata.

De acordo com Anrafel, aprender a criar um aplicativo que seja usado na sala de aula foi um momento interessante e motivador. Ele conta que a etapa presencial foi muito importante e contribuiu para uma rica troca de experiências entre os participantes. “Foi uma ótima oportunidade de motivação para o engajamento de todos os participantes na realização da etapa a distância, a qual apresentava como desafio o desenvolvimento de um aplicativo que tivesse um papel interessante no contexto social. Aproveito para parabenizar toda a equipe pela elaboração do material e atenção disponibilizada ao longo deste curso”, finaliza.

Outras informações: Cead/UFJF – (32) 2102-3487 – Ramal 218