Entre as universidades mineiras, a UFJF ocupou a terceira posição.

Entre as universidades mineiras, a UFJF ocupou a terceira posição.

A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) chegou à 20ª colocação entre as melhores universidades do país, segundo o Ranking Universitário Folha (RUF), divulgado nesta segunda-feira, 14. A instituição subiu oito posições em relação à colocação do ano passado, alcançando a nota geral de 82,49 – o que significa um avanço de 58% desde a primeira edição no ranking, em 2012 (ver quadro). Entre as universidades mineiras, a UFJF ocupou a terceira posição.

O indicador Internacionalização foi o que obteve melhor resultado, impulsionando a UFJF para a 6ª posição entre as 192 universidades brasileiras analisadas, entre públicas e privadas (a instituição ocupava a 44ª posição no ranking anterior). Também apresentaram bons resultados os indicadores Pesquisa, que passou da 28ª para a 15ª posição e Mercado, que subiu da 71ª para a 35ª colocação.

Entre os cursos de graduação analisados, os que obtiveram melhores resultados no ranking foram Medicina (11º), Farmácia (12º), Enfermagem, Fisioterapia e Nutrição (13º), Física e Serviço Social (15º). Segundo o diretor de Avaliação Institucional da UFJF, Vanderli Fava, os cursos de saúde foram os grandes destaques da avaliação. “O resultado mostra que a avaliação de mercado dos profissionais formados na UFJF nestes cursos é muito boa, e eles possuem grande índice de inserção, sobretudo Medicina, Fisioterapia e Enfermagem.”

ufjf folha

Para o reitor da UFJF, Julio Chebli, o avanço expressivo da UFJF no ranking, assim como os resultados divulgados na semana passada pelo Guia do Estudante, devem ser avaliados no contexto do crescimento da qualidade da instituição. “O talento e a dedicação de professores e pesquisadores, dos nossos técnico-administrativos e dos nossos alunos são os fatores que proporcionam estes resultados e trazem este reconhecimento. Todos devem ser parabenizados por estas conquistas. Nossa alegria se reforça ao perceber o quanto dados como estes são considerados na hora da decisão de um estudante sobre em qual universidade gostaria de estudar e de professores e técnicos quanto buscam uma instituição para trabalhar. Nossa responsabilidade é trabalhar muito para consolidar e melhorar estes indicadores e, neste sentido, a prioridade absoluta se relaciona aos campo do ensino, da pesquisa e da extensão.”

Salto da pesquisa e internacionalização

O indicador Pesquisa, que subiu 13 posições na UFJF, analisa o total de publicações, de citações, citações por artigo, citações por docente, publicações por docente, publicações em revistas internacionais, recursos captados junto a órgãos de fomento e bolsistas CNPq.

Para o pró-reitor de de Pós-graduação, Pesquisa e Inovação, Lyderson Facio Viccini, o crescimento é resultado do aumento e consolidação dos programas de pós-graduação, a capacitação do corpo docente e a participação de pesquisadores internacionais. “A ampliação dos programas de pós-graduação na UFJF possibilita a inserção do pesquisador no cenário internacional e contribui para a geração de recursos humanos qualificados.”

Já o indicador Internacionalização leva em consideração as citações internacionais por docente e as publicações em coautoria internacional. Um fatores que mais influenciaram o crescimento da UFJF neste índice foi a participação de pesquisadores da instituição em publicações internacionais, com coautoria, como o estudo da área de física publicado no periódico “Physics Letters B”, assinado por mais de 900 pesquisadores internacionais – sendo 11 deles do Brasil e um da UFJF, o professor Augusto Santiago Cerqueira.

Leia mais sobre a pesquisa em matéria publicada na Revista A3

Para o pesquisador é um grande mérito participar de um projeto internacional como esse, que não seria possível de ser realizado se não fosse através da colaboração. “O que importa não é fazer ciência para si mesmo, mas para ter impacto”.  

O artigo em questão, citado mais de mil vezes por outros autores, demonstra a massa aproximada do bóson de Higgs, o que, segundo Cerqueira, é uma das principais descobertas da ciência nos últimos tempos, e a maior da física de partículas. “O Brasil e a UFJF financiam esse experimento, seja na liberação dos docentes ou com recursos captados em editais de pesquisa. Eu mesmo já apliquei cerca de R$ 500 mil em projetos ligados ao CERN, e não é em passagens, mas em eletrônica, em algoritmos.” As pesquisas da UFJF dentro do grupo brasileiro estão ligadas ao desenvolvimento de sistemas de algoritmos de processamento de sinais para análise das colisões atômicas do experimento.

Para a diretora de Relações Internacionais, Rossana Melo, um fator muito importante para o crescimento é a incorporação no nível institucional da internacionalização. “Assim, nós criamos um ciclo virtuoso: em uma universidade em que a internacionalização faz parte da cultura institucional, um professor com contatos no exterior e pesquisa relevante internacionalmente abre portas para novos acordos internacionais e grupos de pesquisa em conjunto. Então, a Diretoria de Relações Internacionais (DRI) entra no processo, negociando mais vagas de intercâmbio através desse acordo, além de buscar bolsas para apoiar esse intercâmbio. Em consequência, os alunos que não tinham nenhuma relação com o projeto que deu início ao ciclo se beneficiam, encontrando maiores oportunidades de fazer um intercâmbio. Quanto mais alunos no exterior, maior o potencial de talentos se destacarem. Assim, voltam ao Brasil e estabelecem pontes entre novos parceiros internacionais e a UFJF, realimentando o ciclo.”

Sobre o Ranking

O Ranking Universitário Folha (RUF) é uma avaliação anual do ensino superior do Brasil feita pela Folha desde 2012. No ranking estão classificadas as 192 universidades brasileiras, públicas e privadas, a partir de cinco indicadores: pesquisa, internacionalização, inovação, ensino e mercado. No ranking de cursos é possível encontrar a avaliação de cada um dos 40 cursos de graduação com mais ingressantes no Brasil.

Outras informações: ruf.folha.uol.com.br/2015