O 3º Encontro Internacional de Inovação Tecnológica e Sustentável (Inovatech), que começa nesta quinta-feira, dia 20, tem como proposta integrar estudos acadêmicos às práticas empresariais e públicas e promover a troca de experiências e o desenvolvimento de novas alternativas tecnológicas sustentáveis. Um dos convidados para o encontro deste ano é o professor da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Marcos Brandão. No primeiro dia, a partir das 16h, ele falará sobre a inovação no setor de fármacos, levando em conta a criação de novas moléculas e medicamentos. Para Brandão, sua palestra condiz com o ambiente inovador do Encontro, já que o setor farmacêutico necessita de novas propostas o tempo todo. Sua palestra pretende mostrar que fazer inovação em fármacos não é barato, e que é preciso disponibilizar tecnologia para que alunos e pequenas empresas possam desenvolver ou financiar ideias. “Não dá para todo mundo ter sua máquina, é um setor muito caro. Acredito que o Inovatech é um evento fundamental para discutir essas questões”, afirma Brandão.
“Desenvolvemos formulações capazes de colocar essas novas moléculas dentro do organismo para que tenham a atividade biológica adequada. Vamos contar um pouco do nosso trabalho e também um pouco do que acontece no Brasil”, explica Brandão. Segundo ele, a participação da UFJF nesse cenário de inovação é fundamental, especialmente por meio do Centro Regional de Inovação e Transferência de Tecnologia (Critt). Brandão é sócio da Ortofarma, empresa que completa 15 anos e iniciou o processo incubada no Critt, o que, segundo ele, foi fundamental para garantir o sucesso do empreendimento. “Minha vida profissional é dividida entre antes e depois da minha relação com o Centro. Eu costumava fazer uma ciência acadêmica para publicar artigos, dissertações, o que é maravilhoso e continuo fazendo até hoje, mas o Critt me fez pensar que é possível transformar a ciência e o conhecimento em riqueza, impostos e empregos. Ou seja, a empresa surgiu dentro da sala de aula e foi construída na Universidade”.
Brandão acredita que além da influência do Centro de Inovação na na criação de empresas do setor farmacêutico, a expectativa é que o Parque Tecnológico também exerça esse papel e possa fortalecer a inovação em nosso segmento. “O grande desafio é a disponibilidade tecnológica. Fazer inovação no setor é caro, precisa de alta tecnologia. As pessoas que têm ideias geralmente não têm o dinheiro. O inovatech é uma oportunidade para discutir esse gargalo”, propõe o professor.
Brandão lembra que a maior parte dos funcionários da Ortofarma são ex-alunos da Farmácia ou de outros cursos da Universidade, e diz que a fórmula dá certo porque sobra talento em Juiz de Fora. “Priorizamos ex-alunos da UFJF porque é um capital humano altamente especializado. A empresa chegou aonde chegou por causa dessas pessoas. Na verdade, eu tive uma ideia, quem carrega essa ideia nas costas são eles”, reflete Brandão.
O professor observa que Juiz de Fora é um grande centro inovador de educação e cultura, e que isso faz a diferença para a cidade. “Essa questão cultural e educacional, junto ao desenvolvimento da pós-graduação, propicia o desenvolvimento da inovação. Acho que o Parque Tecnológico e o fortalecimento do Critt contribuem para que a cidade se estabeleça cada vez mais como geradora de inovação e talentos.”
Marcos Brandão graduou-se em Farmácia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde também concluiu seu mestrado em Química, com estágio-sanduíche na Universidade de Waterloo, Canadá. Atualmente, é professor associado de Química Farmacêutica e Síntese de Farmácos da Faculdade de Farmácia da UFJF. Além disso, é professor permanente do Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas e dos programas de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas e em Saúde da Faculdade de Medicina (UFJF).
Veja a programação completa do evento
Outras informações: (32) 2102-3802 (Faculdade de Farmácia-UFJF)
Centro Regional de Inovação e Transferência de Tecnologia (Critt): (32) 2102-3435