O livro “Mário Helênio – a história do cronista esportivo mais jovem do Brasil” será lançado nesta quinta-feira, dia 30, às 19h, no saguão do Estádio Municipal Radialista Mário Helênio. A obra foi escrita por cinco professores da Faculdade de Comunicação (Facom) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), juntamente com um bolsista de Iniciação Científica da área. O livro conta a história de Mário Helênio, considerado um dos mais jovens jornalistas do Brasil, que, em 1941, acompanhou seu pai Jarbas de Lery Santos – que era jornalista, político e presidente da Associação de Imprensa de Minas – em uma viagem à capital federal, na época o Rio de Janeiro.
Segundo um dos autores desse livro, Ricardo Bedendo, “Mário Helênio estava hospedado em um hotel e de lá ‘fugiu’ para visitar a redação do jornal ‘O Globo’ com um objetivo em mente: conhecer e conversar com Herbert Moses, considerado na época um dos grandes nomes da imprensa nacional. Nessa ocasião, Mário entrevistou o presidente Getúlio Vargas, ao lado do pai, no Palácio do Catete. Então, em função também dessa iniciativa, o jornal registrou a sua passagem, contando que, desde os 9 anos, ele já trabalhava informalmente acompanhando o pai e o tio nas redações. Aos 11 anos, Mário começou efetivamente a sua carreira, ainda de maneira informal, nas publicações ‘O Pharol’ e ‘Jornal do Commercio’, então dirigidas pelo pai”.
A ideia de se fazer um livro contando as histórias e experiências desse cronista esportivo surgiu pela iniciativa do professor da Facom, Márcio Guerra, que trabalhou com Mário Helênio na Rádio Solar. “Além de deixar mais de 50 anos de história de comunicação esportiva, Mário ampliou o esporte, pois em seus programas – diferentes dos demais – ele não falava somente de futebol, mas sim, de outros atletas e modalidades esportivas. A partir desses e de outros feitos, que aceitei, juntamente com outros colegas, o convite do Márcio Guerra para ajudar na confecção do livro”, afirma Bedendo.
O projeto foi além da construção de um simples livro: anexado ao mesmo, há um DVD que possui depoimentos do próprio Mário Helênio, relatos de familiares e pessoas que conviveram com o jornalista. Além disso, o assunto despertou em professores e alunos uma grande curiosidade e, devido a vontade de estudar mais a fundo a comunicação única e irreverente do mesmo, o professor Márcio Guerra conseguiu o apoio da UFJF para o processo de Iniciação Científica para o estudo mais aprofundado do tema.
Mário Helênio
Por mais de meio século, Mário Helênio de Lery Santos fez parte do noticiário esportivo em jornal e rádio de Juiz de Fora. Influenciado pelo seu pai, Jarbas de Lery Santos, Mário acompanhou desde muito novo o universo da comunicação. Torcedor do Flamengo e do Tupynambás, era uma verdadeira enciclopédia esportiva e guardava na memória tudo sobre o futebol de Juiz de Fora e do Brasil. Seus programas no rádio sempre foram líderes de audiência e ele se transformou também em um porta-voz dos esportes amadores. Mário Helênio comandou seu programa “Giro da Bola”, na Rádio Solar, até 26 de novembro de 1995, falecendo um mês depois.
Em 30 de outubro de 1988, foi inaugurado o maior estádio de Juiz de Fora, na época batizado como Estádio Regional – a data de lançamento do livro foi escolhida de propósito para coincidir com a data de inauguração do estádio. Mas, em 1996, houve uma mudança no nome: por meio de lei municipal o maior palco do esporte local passou a se chamar Estádio Municipal Radialista Mário Helênio. A troca foi uma homenagem ao radialista, jornalista e homem de muitas facetas que foi Mário Helênio, conhecido carinhosamente entre os profissionais da imprensa como “o Tesourinha”, já que tinha o habito de chegar nas redações dos jornais e pedir uma tesoura para recortar as reportagens e notícias de outros veículos, auxiliando na construção de seu próprio noticiário.
A obra foi escrita por Márcio Guerra, Alvaro Americano, Christiane Paschoalino, Ricardo Bedendo, Vitor Ramos e Thiago Macêdo Esteves.
Outras informações: (32) 2102-3601 (Faculdade de Comunicação-UFJF)