A médica Walcimar Leonel Estrela  fez a palestra de abertura do 1º Encontro de Práticas Integrativas e Complementares (Foto: Alexandre Dornelas)

A médica Walcimar Leonel Estrela  fez a palestra de abertura do 1º Encontro de Práticas Integrativas e Complementares (Foto: Alexandre Dornelas)

A legitimação das práticas não-convencionais – acupuntura, homeopatia, fitoterapia e antroposofia – na saúde pública brasileira, seus benefícios e desafios, foram tema da palestra de abertura do 1º Encontro de Práticas Integrativas e Complementares realizada pela médica do Departamento de Práticas Integrativas da Prefeitura de Juiz de Fora, Walcimar Leonel Estrela. O evento ocorreu na tarde da última sexta-feira, dia 10, no anfiteatro das pró-reitorias, na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

A médica fez um breve histórico do processo de legitimação do uso dessas práticas no Brasil e ressaltou a importância de uma política nacional que regulamentasse e reconhecesse tal tratamento. “Há mais de 20 anos que temos casos do uso das Práticas Integrativas e Completamentes no Brasil, porém, apenas em determinadas localidades, principalmente em São Paulo e no Rio de Janeiro. Somente em 2006 que houve a consolidação de uma política nacional que reconhecesse esse tipo de tratamento. Lutamos muito por essa conquista, uma vez que a criação de uma política pública nacional é a forma de garantir à população o direito de optar por essas práticas e também de receber ajuda do Governo.”

Walcimar apontou os principais benefícios das Práticas Integrativas e alguns aspectos positivos da inclusão no Sistema Único de Saúde (SUS) que, segundo ela, ainda acontece de maneira informal e está em discussão. “ O tratamento que usa as práticas alternativas é menos agressivo ao organismo. Nossa preocupação é diminuir a quantidade de remédios que as pessoas tomam atualmente e também amenizar as intervenções agressivas no corpo humano. Ou seja, as Práticas Integrativas e Complementares visam melhorar a qualidade dos tratamentos”.

“Essas práticas são integralistas e preventivas, ou seja, além de ajudarem na solução de determinados problemas que a medicina convencional não descobre ou não consegue solucionar, elas evitam doenças futuras, proporcionando uma melhor qualidade de vida. Além disso, esse tipo de tratamento tem um baixo custo e tem baixa necessidade de aparelhos tecnológicos. Mas, pra mim, o principal motivo para o SUS aderir a medicina natural é a grande aceitação e procura da população por essas alternativas”, afirma Walcimar.

Preconceito, centralização no atendimento do SUS e carência de profissionais especializados foram alguns dos obstáculos que a medicina alternativa enfrenta, segundo a palestrante. “A medicina alternativa encontra alguns impasses atualmente, como o preconceito, uma vez que muitas pessoas não conhecem e já julgam como algo ineficiente.”

Ela ainda fez uma ressalva quanto a aplicação prática desses tratamentos, que muitas vezes são feitos de forma inadequada, o que oferece riscos à saúde do paciente. “As Práticas Integrativas e Complementares interferem no organismo da pessoa, tanto para o bem, quanto para o mal. Por isso, é de extrema importância que seja feita por um profissional qualificado e especializado, e que esse profissional tenha conhecimento do histórico do paciente, de tratamentos e medicamentos já usados. Por isso, a importância de uma política de regulamentação e também de eventos como esse.”

Outras informações: (32) 2102-3823 (Faculdade de Enfermagem)

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