O professor dos Programas de Pós-Graduação em Ciência da Religião e em Ciências Sociais da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Marcelo Camurça, lança nesta quinta, 18, o livro “Espiritismo e Nova Era: Interpelações ao Cristianismo Histórico”, que reúne oito ensaios sobre essas religiosidades e sua relação com o catolicismo. O lançamento acontece às 17h, no hall dos anfiteatros do Instituto de Ciências Humanas (ICH) e integra a III Jornada de Ciências Sociais.
Professor da UFJF desde 1994, Camurça pesquisa a antropologia da religião no Brasil e a presença da religiosidade no espaço público. Com base nestes temas, escreveu diversos ensaios a partir de estudos, alguns históricos e outros recentes, realizados em Juiz de Fora. “Espiritismo e Nova Era” é a reunião de oito destes ensaios.
O espiritismo chegou ao Brasil no final do século XIX; já a Nova Era, ou nova consciência religiosa, é mais recente, datada da década de 90. Frente a essas novas religiosidades, de acordo com o professor, o catolicismo tenta resguardar a condição do Brasil como país mais católico do mundo e vê esses surgimentos, de certa forma, como ameaça. “Nos estudos, eu analiso essa competição, essa relação antagônica, de condenação por parte do catolicismo e também de sincretismo. Do outro lado, também há uma reação, acham o catolicismo muito tradicionalista, muito conservador, ultrapassado”, explicou.
Camurça fala também sobre a origem da Nova Era, que surge a partir da contracultura hippie da década de 1960, já bastante marcada por uma forte religiosidade “São as religiões do indivíduo, do selfie, trabalham muito com energias, vibrações, psicologias das vidas passadas, uma religiosidade alternativa”, esclarece. “A nova era é sincrética por natureza, pois o indivíduo aproveita um pouco do induísmo, do budismo, do cristianismo.”
Espiritismo e Nova Era é o primeiro livro de Camurça sobre este tema específico, mas o professor tem outras publicações sobre religião, como “Minas da devoção” e “Ciências Sociais e Ciência da Religião, interlocuções e polêmicas”. Além disso, estuda assuntos específicos das Ciências Sociais e da Antropologia. Marcelo Camurça é doutor em Antropologia pelo Museu Nacional, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e fez estágio pós-doutoral na École Pratique des Hautes Études, da Universidade de Sorbonne, na França.
Acompanhe a UFJF nas mídias sociais: Facebook | Twitter | Instagram | YouTube | Soundcloud