O Brasil pode estar em uma posição ainda inferiorizada no que diz respeito às contribuições internacionais sobre trabalhos de referência na área policial, em específico da Polícia Militar. A análise é do doutorando em Ciência Política pelo Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro(UERJ), Victor Toscano. Ele foi o convidado de mais um episódio da série Pesquisa em Sociologia, do Nevidh em Pauta Convida.
Com o tema “A polícia que gritou ‘guerra’: policiamento e violência no Rio de Janeiro”, Victor ressaltou que “muitas literaturas atualmente sobre intercâmbios policiais colocam o Brasil numa posição de receptor, uma posição subordinada”. O pesquisador revelou que, neste contexto de intercâmbios de conhecimentos e práticas policiais, “existe a hierarquia do norte, criando ou distribuindo para o Brasil e o Brasil só distribuindo para os seus pares do sul global”. De toda forma, como está ainda no começo dos estudos do doutorado, acredita existir uma certa contribuição da polícia brasileira para os países norte americanos.
Nos seus estudos, Victor também já fez uma avaliação das viagens internacionais da Polícia Militar do Rio de Janeiro, entre os anos de 2001 e 2024. “No início dos anos dois mil, o tema principal que motivava essas viagens era a questão do combate às drogas, momento de pesquisa e implementação do PROERD no Rio de Janeiro”, explica.
Outro ponto da pesquisa destacado refere-se à “unanimidade de falar que o Rio de Janeiro é um estado em guerra”. Segundo Victor, é uma linguagem adotada pelos policiais devido à “configuração de vários grupos armados, brigas por território” e também porque, de alguma forma, essa expressão “guerra” configura uma ação que se identifica mais com a política de “matar o inimigo” para sobreviver.
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