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Como vai sua memória? Rastreando queixas cognitivas nos ambulatórios de Neurologia geral

Professores: Ana Laura Maciel Almeida e Leopoldo Antônio Pires

Fundamentação Teórica: A memória pode ser dividida em dois grandes grupos: as declarativas (eventos, fatos, conhecimentos) e as de procedimentos ou hábitos, que adquirimos e evocamos de maneira mais ou menos automática (andar de bicicleta ou usar um teclado). A perda de memória consiste, em geral, na perda de memória declarativa, pois as doenças que a provocam afetam em maior proporção as áreas vinculadas com esse tipo de memória, a saber: hipocampo, amígdalas e várias regiões corticais. A depressão é causa frequente de perda de memória declarativa. Contudo, na maioria das vezes, não se acompanha de dano neuronal irreversível e, ao tratá-la, a amnésia desaparece. As demências, por sua vez, são progressivas e graves, envolvendo a perda definitiva de algumas funções cerebrais.

O declínio leve de memória pode fazer parte do envelhecimento normal, porém pode ser ocasionado por outros fatores. O uso rotineiro de determinadas medicações controladas como os benzodiazepínicos e alguns psicotrópicos podem interferir na concentração. Há igualmente outras doenças sistêmicas como anemias crônicas, hipotireoidismo, falta de vitamina B12 que podem provocar esquecimento. Entre os idosos, a principal causa da perda de memória são as demências. O termo comprometimento cognitivo leve (CCL) designa um quadro clínico em que ocorre declínio em um ou mais domínios cognitivos, sendo a memória frequentemente comprometida. Pacientes com CCL podem apresentar uma piora progressiva do quadro, atingindo o estágio de demência. Sendo assim, sua identificação precoce contribui para uma estratificação adequada do cuidado, incluindo a preparação do paciente e da família para a possível evolução do quadro.

Objetivos: Conscientizar os pacientes e acompanhantes que frequentam os ambulatórios de Neurologia Geral do Serviço de Neurologia do HU/UFJF sobre as principais causas da perda de memória, através de explanação com ênfase na popularização do conhecimento sobre o assunto e no reconhecimento de alguns sinais específicos de cada causa. Além disso, busca otimizar a abordagem da equipe do Serviço de Neurologia, por meio do rastreio das queixas cognitivas nos ambulatórios da Neurologia Geral, visando um traçado epidemiológico de Juiz de Fora e região.

Metodologia: Serão realizadas palestras breves, buscando sempre a utilização de linguagem lúdica e acessível ao paciente, e debates acerca do tema. Essas atividades serão realizadas semanalmente ao longo de todo o ano, acompanhando o calendário do Serviço de Neurologia do HU/UFJF. Serão utilizados recursos audiovisuais, tais como cartazes, cartilhas e folders explicativos, destinados à maior compreensão dos assuntos abordados. Além disso, será realizada uma triagem com o questionário de mudança cognitiva (QMC8), com intuito de rastrear o Comprometimento Cognitivo Leve e coletar dados a respeito da prevalência da perda de memória.

Público-Alvo: Pacientes atendidos nos ambulatórios de neurologia geral e seus acompanhantes, alunos do curso de medicina e de outros cursos da área de saúde.

Disponibilidade de 12 horas semanais para a preparação do material necessário e preparação das palestras que serão ministradas, bem como para registro dos questionários aplicados e reuniões com os orientadores do projeto Profª Ana Laura Maciel Almeida e Prof. Leopoldo Antônio Pires.

Bolsista: Miralva Aurora

Voluntários: Thaíssa Ramim Reis Belgo