Fechar menu lateral

Lugar de menina é onde ela quiser, e no 30º WebMedia também!

por: Ana Beatriz (UFJF)

Oficina – (Foto: Monique Campos)

Idealizado pela professora do Departamento de Ciência da Computação Maria da Graça Pimentel (USP), o curso Meninas Programadoras: Introdução à Programação para alunas do Ensino Médio ou Concluintes é uma iniciativa de extensão universitária do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, de São Carlos. O projeto tem como objetivo principal fornecer às participantes a oportunidade de desenvolver habilidades de programação pela linguagem Python, bem como de resolução de problemas, por meio de aulas que combinam teoria e prática. Além disso, a proposta também objetiva motivar as alunas a ingressarem em carreiras de computação, estimulando a representatividade das mulheres no segmento.

Oficina – (Foto: Monique Campos)

A professora Alessandreia de Oliveira, do Departamento de Ciência da Computação da UFJF, auxilia a professora Graça com as atividades do projeto há cerca de um ano e dois meses. Em paralelo, promove o mesmo curso no contexto da UFJF. Inaugurando o primeiro dia das atividades do 30° Simpósio do WebMedia, na manhã da última segunda (14), o Workshop Meninas Programadoras recebeu alunas do ensino médio representando escolas públicas da cidade. A sessão contou com a participação das discentes da graduação que cursam Ciência da Computação e integram o projeto coordenado por Alessandreia.

Ao falar sobre o atual cenário da mulher na tecnologia, a professora destaca a presença feminina marcante na graduação em geral, chegando a cerca de 60%. No entanto, quando no segmento da computação, o número cai significativamente, ficando entre 15 e 20%. “Em uma turma de 40 alunos, apenas 5 ou 6 são mulheres”, ressalta. Nessa perspectiva, Alessandreia sublinha o formato da proposta do Meninas Programadoras, no qual apenas mulheres ensinam e aprendem em conjunto com outras mulheres. Dessa forma, fazem prevalecer a liberdade entre elas, a identificação umas com as outras e o sentimento de pertencimento. Assim, enfatiza que “é sim possível incluir mulheres na computação, na tecnologia e na engenharia, pois ‘lugar de menina é onde ela quiser’.”.

Diversidade de gênero na tecnologia, desafios e caminhos

Alessandreia – (Foto: Monique Campos)

A diversidade de gênero na tecnologia, seja no âmbito das pesquisas ou no mercado de trabalho, pode ampliar significativamente o horizonte criativo e as perspectivas referentes ao segmento, além de propiciar a melhoria dos serviços e aprimorar a criação de produtos. Certos desafios ainda permeiam o cenário. Segundo a professora da Ciência da Computação, a dificuldade em atuar em pé de igualdade com o gênero oposto é um deles, o que muitas vezes pode implicar na necessidade de reivindicar o próprio lugar ou o espaço que deseja ocupar.

Enquanto isso, o olhar de indiferença e o tratamento que por vezes subestima as profissionais também é uma realidade a ser enfrentada. Ao mesmo tempo, ainda há pouca representatividade da mulher em cargos de liderança. Além disso, pode haver uma valorização desigual entre os gêneros, ainda que realizem o mesmo exercício. Contudo, é importante destacar que, conforme Alessandreia, já existem estudos identificando o aumento de iniciativas por parte das instituições públicas e privadas estimulando a inclusão e valorização da mulher na área da computação e tecnologia. Nessa perspectiva, é essencial continuar incentivando a entrada da mulher nesses espaços, reconhecendo sempre a sua capacidade e especialidade, mesmo em meio aos desafios.

“Eu sou capaz. Eu consigo. Eu faço.
Não ter medo, não ter vergonha de mostrar aquilo que sabe, é um primeiro ponto.
Depois, a questão da conscientização, que é muito importante.”

Alessandreia de Oliveira

Depois de um ano e meio promovendo iniciativas como a realização do curso Meninas Programadoras, Alessandreia destaca como a mentalidade dos estudantes do ICE mudou significativamente, chamando a atenção dos meninos a ponto de se interessarem pela organização e envolvimento das mulheres no meio em questão, entendendo que todo o espaço, dentro e fora da tecnologia, é de todas elas também.

Conheça a iniciativa Meninas Programadoras

Para participar do projeto Meninas Programadoras e aprender as primeiras noções de programação através da linguagem Python, é preciso ser estudante do 3º ano do ensino médio, ou ter concluído recentemente, se identificar com o gênero feminino ou não binário, e possuir computador com acesso à internet para realização das atividades síncronas.
São requisitos para a conclusão com certificação:

. Apresentar frequência mínima de 75% nas aulas ao vivo aos sábados (frequência mínima);
. Participar das monitorias exigidas (horários: manhã, tarde, noite – segunda a sábado);
. Entregar tarefas em plataforma online (75% de participação mínima);
. Realizar a atividade avaliativa realizada no final da última aula ao vivo (nota mínima 5,0).

Por fim, todas que participarem pelo menos 75% das atividades propostas receberão um certificado de conclusão de curso expedido pela USP. Para saber mais, acesse o site oficial do projeto (abre em nova guia).

Para conhecer o Meninas Programadoras promovido pelo curso de Ciência da Computação e realizado no Instituto de Ciências Exatas da UFJF, acesse a página do projeto (abre em nova guia). Conheça também o perfil oficial no Instagram procurando por @meninasprogramadorasjf, onde você pode acompanhar a iniciativa coordenada pela professora Alessandreia.