Atuação de alunos da FAMED representada no jornal Tribuna de Minas

O jornal Tribuna de Minas, no dia 20 de dezembro, publicou uma matéria sobre a atuação de acadêmicos de medicina da Faculdade de Medicina da UFJF, escrita por Kelly Diniz:

“Os alunos da Escola Municipal Áurea Bicalho, no Bairro Linhares, região Leste da cidade, têm recebido uma atenção especial em relação aos cuidados com a saúde. Toda segunda e quarta-feira, eles recebem os discentes da Faculdade de Medicina da UFJF para uma verdadeira aula de prevenção e promoção à saúde. Além disso, passam por uma criteriosa avaliação clínica para identificação de doenças crônicas e prevalentes na população, como hipertensão arterial, diabetes e obesidade. “As crianças em idade escolar são pouco contempladas com questões de saúde”, ressalta a professora Jomara Yogui, supervisora do projeto desenvolvido na disciplina Medicina de Família e Comunidade.

O trabalho desenvolvido na instituição de ensino é um piloto do Programa Saúde na Escola, oficialmente instituído pelo Ministério da Saúde em 2007, pelo decreto 6.286, de 5 de dezembro, e pactuado com a Prefeitura de Juiz de Fora em 2013. No entanto, ainda não havia sido colocado em prática pela Administração. “Estamos tentando fazer um modelo possível para ser replicado em outras unidades. Os agentes comunitários da Uaps (Unidade de Atenção Primária à Saúde) de Linhares trabalham conosco nessa escola”, explica a docente. São três agentes que atuam em conjunto com os estudantes. “Esses três profissionais estão sendo treinados para reproduzir esse modelo em outros locais, Uaps e escola”, completa.

O projeto, que teve início em agosto, já examinou cerca de cem das 900 crianças do colégio. Quando algum aluno é identificado com alguma alteração, os pais são chamados para uma conversa na escola. “Vemos o histórico familiar, avaliamos os pais e os orientamos a como cuidar desse problema de saúde identificado no filho. Avaliar os pais é um diferencial deste projeto. Estamos indo além do que o Ministério da Saúde preconiza”, afirma Jomara.

A agente comunitária de saúde Joana D’arc Matias, que participa da ação, conta que até mesmo o rendimento escolar da criança é avaliado. “A equipe da UFJF conversa com os professores para ver se tem algum aluno que precisa de um olhar melhor. A Estratégia de Saúde da Família trabalha com as crianças, mas não especificamente a saúde da criança em idade escolar. Essa faixa etária fica perdida porque não tem um programa específico para ela. Esse projeto nos dá uma visão maior das crianças do bairro e da vivência familiar.” Conforme a agente, os exames laboratoriais pedidos pela médica, necessários para uma melhor avaliação, são realizados na Uaps.

A supervisora do projeto conta que a obesidade e o sobrepeso são os maiores problemas da faixa etária entre 6 e 14 anos. “Eu trabalhei na Uaps do Linhares há dez anos. Naquela época, o perfil da desnutrição era predominante. Assim vemos a evolução da saúde na população.” A diretora da escola, Vanimar Bonoto, diz que tem observado uma maior participação dos pais. “O ideal é a saúde e a educação andando juntas.”

Estágio

Quem também sai ganhando são os graduandos da UFJF. Segundo Jomara, é esperado que os acadêmicos de Medicina desenvolvam habilidades, como manusear gráficos e tabelas de peso, estatura, circunferência abdominal e hipertensão arterial, identifiquem os papéis dos agentes comunitários de saúde e experimentem a prática do médico de família. “É muito interessante trabalhar a saúde preventiva na vida escolar. São crianças que não têm queixas, mas que vamos procurar algo que possa afetar a saúde deles para prevenirmos problemas no futuro”, ressalta a estudante do nono período de medicina Luana Pais.”

FONTE: Tribuna de Minas