História
O MAEA foi constituído na década de 80 do século XX, no âmbito da proposta do Projeto Museu Escola, coordenado pela Profª Marisa Timponi, cuja finalidade era reunir as coleções científicas de honoráveis pesquisadores da Instituição e dar-lhes o tratamento necessário para a sua musealização e, posteriormente, contribuísse para a formação científica e cultural no âmbito institucional.
Concomitante a concessão da coleção antropológica e arqueológica realizada pelo Prof. Dr. Franz Joseph Hochleitner foi instituído o Setor de Arqueoastronomia como parte na composição do Projeto Museu Escola, conforme Processo nº 824/86-PROEP, no qual se encontra expresso o compromisso da UFJF em dispor de espaço físico de modo a garantir a salvaguarda do patrimônio, bem como a realização de pesquisas no campo da arqueoastronomia, que consiste em uma vertente da arqueologia que trabalha na interpretação e decodificação de hieróglifos, calendários e outros símbolos das culturas antigas com sentido astronômico, bem como atividades extensionistas voltadas para a promoção de mostras e exposições periódicas sobre as sociedades pré-colombianas.
Provisoriamente foi cedida uma sala no prédio da Biblioteca Central, situado no Campus da UFJF, com vistas a acomodar a coleção supracitada, além de dar início ao processo de vinculação do Setor de Arqueoastronomia na estrutura administrativa da UFJF, expressa na publicação da Portaria nº 05/91 – PROEP e efetivada na Portaria nº 20/91 – PROEP da UFJF estabelecendo seu vínculo administrativo à Gerência de Cultura da PROEP (Conforme estrutura administrativa da época).
A partir das discussões travadas para a concretização do Projeto Museu Escola, em 1992, o coordenador do SAE, Prof. Dr. Hochleitner, e sua bolsista, graduanda em História, Ana Paula de Paula, perceberam a necessidade de fortalecimento do SAE que em 1992 agrega a coleção etnográfica doada pela Profa. Nely Ferreira do Nascimento à UFJF ao acervo do SAE que passa a ser denominado Setor de Arqueoastronomia e Etnologia Americana (SAEA). Essa anexação da coleção etnográfica ocorreu concomitante ao desenvolvimento do Projeto financiado pela FAPEMIG, Processo SHA 283/90, de inventariamento das coleções.
Posteriormente, em 2000, iniciam-se as pesquisas arqueológicas na região da Zona da Mata mineira, a partir do mapeamento e cadastro dos sítios arqueológicos, que culminou na criação do Laboratório de Arqueologia no Departamento de Transportes da Faculdade de Engenharia, no ano de 2005.
Entre os anos de 1996 e 1999 o acervo que possuía aproximadamente 700 artefatos, foi complementado por réplicas de crânios e de esculturas representativas das altas culturas pré-colombianas, doadas pelo Prof. Dr. Pe. Leopoldo Krieger, curador do Museu de História Natural da Academia de Comércio de Juiz de Fora.
Vale destacar que desde sua criação, Portaria nº 05/91 – PROEP e Portaria 20/91 – PROEP, o SAEA tinha como meta principal o despertar do interesse de alunos para a pesquisa, ensino e divulgação do conhecimento. Na ocasião foi cedida uma sala no prédio da Biblioteca Central, situado no Campus da UFJF, processo nº 23071.013144/87-12, para abrigar o acervo e o núcleo de pesquisas e projetos devotados principalmente à temática da Arqueoastronomia Mesoamericana.
Imbuídos do espírito de formação científica buscou integração a Departamentos do Instituto de Ciências Humanas, Processo 23071.003341/92-54, com o objetivo de ampliar e regulamentar as atividades desenvolvidas no âmbito da pesquisa nas áreas de História da América Pré-Colombiana, Arqueologia e Etnologia Brasileira, bem como da extensão com exposições periódicas voltadas à comunidade e aos alunos das escolas do município de Juiz de Fora e região. Contudo, naquele momento, os interesses divergiam, sobretudo, numa época em que a abordagem da diversidade cultural era bastante inovadora, quando não tratada como excêntrica ou exótica.
No anos finais da década de 90 e início do ano 2000, os projetos se ampliam para o entendimento do processo de ocupação da Zona da Mata mineira antes da colonização e ganha notoriedade no campo da Arqueologia. Essa abertura ocorre com o retorno de Ana Paula de Paula, que após a conclusão do doutoramento em Antropologia Social na Alemanha elabora juntamente com Luciane Monteiro Oliveira, mestre em Arqueologia pela USP, o Projeto de Mapeamento Arqueológico e Cultural da Zona da Mata mineira.
Em 2003, com o incremento das ações de pesquisa na região e incorporação de pesquisadores de outras áreas do conhecimento, como, biólogos, zoólogos, engenheiros e historiadores, interessados na compreensão do passado, na percepção do presente e na preservação do patrimônio natural e cultural de nossa região, o SAEA/UFJF passa a ser denominado Museu de Arqueologia e Etnologia Americana (MAEA). A sonoridade do nome remete, de certo modo, a cultura Maia, foco das pesquisas realizadas pelo Prof. Franz, como forma de homenagear as pesquisas e o pesquisador que principiou o núcleo.
Atualmente o MAEA-UFJF busca se orientar pelas determinações estabelecidas pelo Conselho Internacional de Museus (ICOM) quanto pelo Estatuto dos Museus, no exercício de suas atividades com o patrimônio cultural e com a missão de prestar serviços para a sociedade no processo de construção do conhecimento, bem como na preservação e conservação dos bens patrimoniais, por meio da valorização contínua da identidade, memórias e atuação no tecido social.