A Recente Produção de Espaços Públicos de Lazer, Consumo e Cultura na Zona Norte de Juiz de Fora.
Sejam espaços públicos de livre acesso administrados pelo setor público ou espaços de uso coletivo da iniciativa privada, parte-se do princípio da prática do uso coletivo do espaço. Tal processo se inicia com a intensidade da vida urbana e revela dialeticamente os efeitos da história do lugar e o controle dos agentes capitalistas na produção do espaço.
Outro fator a ser considerado é a organização interna das cidades que atrelam suas funcionalidades e a localização de suas funções a partir de sua localização geográfica. No caso em específico de Juiz de Fora, o vale do rio Paraibuna como referência locacional da história da cidade. Pois é a montante do centro da cidade, seguindo o vale do rio Paraibuna que se localiza a zona norte da cidade de Juiz de Fora.
A Zona Norte de Juiz de Fora é, segundo a prefeitura da cidade, composta por 16 regiões urbanas (https://pjf.mg.gov.br/cidade/mapas/mapa_norte.php). Em função de sua extensão geográfica constitui uma heterogeneidade significativa no espaço intra-urbano da cidade. Ademais, configura-se como referência histórica na ocupação da cidade em função do eixo de povoamento a partir do vale do rio Paraibuna e da antiga localidade de Benfica em 1847, as margens do Caminho Novo. (SILVA,2015)
Na última década a Zona Norte vem se caracterizando pela chegada de novos investimentos de multi-usos funcionais que incluem, preferencialmente, investimentos imobiliários, comerciais e espaços públicos de educação e lazer.
Portanto, pretende-se analisar o impacto social a partir de quatro espaços recentemente inclusos propriamente na zona norte e adjacências e, por conseguinte, na cidade como um todo: o Moinho Center JK, o Shopping Jardim Norte, a Praça CEU – Centro de Artes e Esportes Unificados e o Jardim Botânico da Universidade Federal de Juiz de Fora. E por sua vez, para além da questão da sociabilidade espacial, pretende-se averiguar a possível valorização do solo urbano.
Vamos considerar os três exemplos elencados na pesquisa, a partir do conceito de lugar, o que para Santos (1996) o qualifica como um espaço produzido por duas lógicas, a saber, a das vivências cotidianas das pessoas e a dos processos econômicos, políticos e sociais que constituem a globalização.
Assim, o Moinho Center JK, a Praça CEU, o Shopping Jardim Norte e o Jardim Botânico agregam as referidas características do conceito miltoniano de lugar; constituindo, por sua vez, a objetos que compõem a materialidade da cidade e expressões reais, inclusive, de processos sociais e costumes no cotidiano do espaço urbano.
As atividades do projeto BIC A Recente Produção de Espaços Públicos de Lazer, Consumo e Cultura na Zona Norte de Juiz de Fora está ainda em plena atividade. Desde agosto de 2019 foram realizadas várias atividades presenciais nas localidades investigadas: Praça CEU, Shopping Jardim Norte e Jardim Botânico da UFJF.
Foram realizadas visitas técnicas aos locais supracitados como entrevistas com os sujeitos ligados a administração dos locais. Levantamento de dados indicados pelas administrações dos locais pesquisados. Além registros e participações de atividades realizadas nos objetos de estudo.
Paralelamente foram realizadas no LATUR – Laboratório de Territialidades Urbano-regionais – reuniões do grupo para sucessivamente: avaliar os dados levantados, as ações empreendidas e as ações posteriores e consecutivas.
No momento, em função da pandemia do COVID 19, estamos com atividades de casa, com encontros virtuais. A pandemia e a impossibilidade de estarmos nos espaços públicos também nos colocaram a dificuldade da aplicação de questionários a uma amostra de usuários destes espaços.
Considerando a fase final do projeto, o intuito do grupo é a construção de um relatório final de atividades e a elaboração de artigos científicos que analisem a experimentação empírica e metodológica de nossas atividades. Assim como, a contribuição da pesquisa para o conhecimento analítico da Geografia Urbana de Juiz de Fora. Nossos estudos de caso, são exemplos de equipamentos urbanos, recentemente criados e seu uso público e coletivo pela população dos bairros e, mesmo, conforme verificado, da população de toda a cidade de Juiz de Fora.
O grupo de trabalho é composto por:
Maria Lúcia Pires Menezes (Orientadora)
Flávio Augusto de Souza Santos (Voluntário)
João Gabriel da Silva Carmo (voluntário)
Leandro Cruz (Bolsista BIC)