Site do projeto de história pública, extensão e turismo de memória, coordenado por Hebe Mattos (UFJF/UFF), Martha Abreu (UFF/UNIRIO) e Keila Grinberg (UNIRIO), a partir da pesquisa desenvolvida desde 2005 com as comunidades envolvidas, sob coordenação de Hebe Mattos e Martha Abreu. No século 19, estima-se que cerca de dois milhões e meio de africanos tenham desembarcado no Brasil. No Rio de Janeiro, a maioria deles aportou no Cais do Valongo e depois em portos clandestinos do litoral, como a antiga fazenda do Bracuí, em Angra dos Reis, onde hoje se localiza o Quilombo do mesmo nome. Os africanos chegados viveram o resto de suas vidas nas plantações de café no Vale do Paraíba, como a antiga fazenda de São José da Serra, cujas terras hoje formam o Quilombo São José, em Valença. Abolida a escravidão, em 1888, muitos de seus descendentes migraram para as áreas urbanas do estado do Rio de Janeiro e transformaram a vida dessas cidades ao longo do século 20. A associação de jongueiros da cidade de Pinheiral, erguida em torno da antiga estação ferroviária, por onde muitos libertos chegaram, expressa esse movimento. Com o objetivo de reconhecer essas histórias e estimular o turismo de memória no Rio de Janeiro, o projeto Passados Presentes – memória da escravidão no Brasil, em parceria com as comunidades, desenvolveu quatro aplicativos para celular e construiu exposições permanentes no quilombo do Bracuí, no quilombo de São José da Serra e na cidade de Pinheiral. A sinalização turística e os memoriais a céu aberto buscam honrar as vítimas da tragédia da escravização e celebrar o patrimônio cultural negro erguido em terras brasileiras pelos que sobreviveram. Projeto de história digital, seu site engloba também um banco de dados sobre lugares de memória do tráfico atlântico de escravos e dos africanos escravizados no Brasil, em expansão. Foi uma iniciativa da Rede de Pesquisa Passados Presentes (LABHOI/UFF/UFJF) e (NUMEM/UNIRIO) em parceria com o Centro de Referência de Estudos Afro-Brasileiros do Sul Fluminense (Jongo de Pinheiral) e o Pontão do Jongo e do Caxambu. O projeto começou a ser desenvolvido em 2015, primeiro ano da Década Internacional Afrodescendente instituída pela ONU (2015-2024).
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