Em 2016 o LAHA – Laboratório de História da Arte da UFJF oferece oito minicursos na área de História da Arte e da Cultura para os alunos da graduação e da pós-graduação de toda a universidade. Encontros durante os cinco meses de duração proporcionarão a integração entre professores e alunos da pós-graduação que juntos, ministrarão os cursos para a comunidade acadêmica e para os interessados em geral. O projeto contempla a participação de pesquisadores de outras instituições (UNICAMP e UERJ) que darão suas contribuições. Cada minicurso terá a duração de três dias com duas horas cada aula, totalizando em seu término 48 horas de atividades. Sempre com início marcado às 14hs nas dependências do ICH / UFJF.
Coordenação: Prof. Martinho Alves da Costa Junior
Apresentação dos minicursos e convite pelo prof. Martinho Junior
Programação | Inscrições | Objetivos
JUNHO – 21 e 22
A representação do homem na fotografia de Alair Gomes
com a Profa. Mestranda Aline Gomes (IFCH – UNICAMP)
SALA C-I-05 – das 14 às 17hs
Ementa: Em quase duzentos anos, a fotografia percorreu incontáveis caminhos: foi prestigiada com o surgimento de retratistas, revelou o mundo distante e exótico para o deslumbramento do “velho mundo”, amargou o desgaste de uma excessiva comercialização, aproximou-se da pintura e das vanguardas em busca de reconhecimento artístico, ganhou popularidade com a imagem impressa e o fotojornalismo, tornou-se instrumento científico de precisão, passatempo popular e obra de arte, entre tantos outros. Dentro desse rico percurso as experiências fotográficas, especificamente aquelas com o corpo masculino são inúmeras. A exibição do corpo masculino, despido ou com poucas roupas aparece nos primeiros daguerreótipos. De maneira não linear, esse minicurso pretende apresentar um recorte que promova a análise e reflexão da trajetória da fotografia do corpo masculino. Nos encontros serão apresentados os trabalhos do fotógrafo carioca Alair Gomes (1921-1992). Partindo da obra de Gomes e outros artistas discutiremos a apresentação do corpo masculino na fotografia e sua representatividade na história da arte.
Aline Gomes é graduada em Educação Física; graduada em História; atualmente aluna de mestrado em História da Arte pela Universidade Estadual de Campinas/UNICAMP no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas; agência financiadora: FAPESP.
JUNHO – 28 e 29
Escritos da / sobre arte: história, teoria e crítica entre o moderno e o contemporâneo
com a Profa. Dra. Renata Zago (IAD – UFJF)
SALA C-I-05 – das 14 às 17hs
Ementa: Pretende-se desenvolver um ciclo de estudos sobre o momento artístico que se inicia nos anos 1960 e se estende até os dias atuais, período em que os paradigmas modernistas são amplamente discutidos. Uma questão fundamental será pontuar os paralelos – ou influências – e divergências da arte brasileira com a arte internacional. Para isso será necessário utilizar textos de teóricos – pensadores da arte – que refletiram sobre a produção artística e o sistema ou campo da arte. O mini curso será estruturado por temáticas que permeiam a arte contemporânea e perpassam as discussões: Autoria, Memória, Arquivo, Apropriação e citação, Anacronismo, Arte e política, Alteridade, Arte e instituição, Fim da arte, Criação de ficções.
JULHO – 4 E 6
Coleções de fotografias oitocentistas no Brasil: fontes para o estudo da história
com a Profa. Doutoranda Rosane Carminini Ferraz (ICH – UFJF)
dia 04 -SALA C-I-01
dias 06 – SALA C-I-05
das 14 às 17hs
Ementa: O estudo da prática e experiência fotográfica oitocentista permite que se desvende importantes aspectos da dinâmica social, uma vez que a fotografia deixa entrever as camadas do tempo histórico. Seu estudo é fundamental para o alargamento da noção de fontes e objetos na historiografia brasileira. Tais estudos podem envolver diferentes aspectos, de acordo com o enfoque: o fotógrafo, a história da técnica fotográfica, o objeto retratado (a pessoa ou o tema), a imagem como documentação histórica, sem desconsiderar aquele que analisa a imagem e se apropria/reelabora os discursos presentes na imagem. Nesse sentido, o minicurso tem como objetivo principal discutir o potencial da fotografia para a pesquisa em história e as características das principais coleções fotográficas oitocentistas existentes no Brasil.
Rosane Carmanini Ferraz é licenciada e bacharel em História (UFJF), especialista e mestre em Ciência da Religião (UFJF). Atualmente é doutoranda em História no Programa de Pós-graduação em História, Cultura e Poder (UFJF), com a pesquisa A coleção de fotografias do Museu Mariano Procópio e as sociabilidades no Brasil oitocentista, sob a orientação de Maraliz de Castro Vieira Christo. Historiadora do Departamento de Acervo Técnico do Museu Mariano Procópio, e tutora do Mestrado Profissional em Gestão e Avaliação da Educação Pública do Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Faculdade de Educação/UFJF.
JULHO – 19 e 20
Mulheres Famosas: heroínas do barroco e sua iconografia
Com a Profa. Mestranda Juliana Guide (IFCH – UNICAMP)
dias 19 – SALA A-I-12
dia 20 – SALA C-I-05
das 14 às 17hs
Ementa: A História de Roma e a tradição do Velho Testamento legaram às artes dos primeiros séculos modernos muitas mulheres fortes. Entre elas, Lucrécia, Suzana e Judite, cuja iconografia o curso pretende explorar de forma panorâmica, tendo como ponto de chegada o Barroco de âmbito italiano. Partindo das primeiras representações visuais e das principais fontes textuais para cada narrativa, objetiva-se delinear um percurso histórico que permita iluminar as opções feitas por diversos artistas da pintura italiana na representação das citadas mulheres notáveis. O processo de consagração das mulheres famosas em questão como modelo de comportamento feminino em geral perpassa toda a reflexão, bem como os valores nisso implicados. Dentre os pintores do Seiscentos que abordaremos, pintoras como Artemisia Gentileschi e Lavinia Fontana ganharam importância nos estudos ao longo do século XX. Incontornáveis no nosso tempo, as principais questões e polêmicas que surgem a partir da produção acadêmica sobre essas artistas também serão abordadas.
Juliana Ferrari Guide é mestranda em História da Arte pela Unicamp, com estágio de pesquisa na Universitá degli Studi di Teramo, na Itália. Sua pesquisa parte da pintura seiscentista de âmbito italiano, passando pela iconografia de mulheres famosas, teatro clássico francês e representações da História Antiga de Roma.
AGOSTO – 30 e 31
Trajetória artística de Maria Pardos: o lugar da paisagem em sua obra e seus nus
Com a Profa. Doutoranda Valéria Mendes Fasolato (ICH – UFJF)
SALA C-II-04 – das 14 às 17hs
Ementa: O curso objetiva apresentar a trajetória artística de Maria Pardos (c. 1866, Zaragoza-Espanha, 1928, Rio de Janeiro-Brasil) apresentando os progressos da pesquisa biográfica iniciada em 2011. A pintora atuou no cenário artístico brasileiro no início do século XX, suas obras fazem parte do acervo do Museu Mariano Procópio. Será analisada sua inserção neste espaço pelo viés de sua produção. Para tanto, serão estudadas obras que apresentam indícios de diálogo com o extrato cultural nacional e estrangeiro do período e anterior. Daremos enfoque em dois gêneros da pintura em sua produção, a saber: o nu e a paisagem.
Valéria Mendes Fasolato é doutoranda em História pela UFJF (2015), Mestra em História (2011-2014), Especialista em Educação Infantil (2006) e licenciada em Artes Visuais (2001) pela mesma Universidade, professora de Artes do Estado de Minas Gerais.
SETEMBRO – 13 e 14
Cores e formas da virada: a pintura de Belmiro de Almeida e os movimentos pós-impressionistas de fins do século XIX
Com o Prof. Doutorando Samuel Mendes Vieira (IFCH – UNICAMP)
SALA C-II-04 – das 14 às 17hs
Ementa: Neste minicurso iremos abordar, ao longo de três dias, as obras do artista brasileiro Belmiro de Almeida (1858-1935) considerando o contexto de suas produções, a virada do século XIX para as primeiras décadas do século XX. O artista estudou na Academia Imperial de Belas Artes e, financiado por amigos, permaneceu e continuou estudos na Europa dos anos 1888 à 1892, mesmo retornando e mantendo forte vínculo com a instituição brasileira, Belmiro também continuou a alternar idas e vindas para o velho continente, principalmente para França, onde manteve atelier entre Paris e o vilarejo de Dampierre. Essa trajetória do artista nos permite abordar alguns aspectos importantes no campo das artes, principalmente as relações de suas obras com os variados movimentos da pintura deste contexto.
Samuel Mendes Vieira é graduado e Licenciado em História pelo Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora (CES/JF); Especialista em Moda, Cultura de Moda e Arte, pelo Instituto de Artes e Design da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF); Mestre em História pelo Programa de Pós-graduação em História da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), defendeu a pesquisa: “À flor da pele: Amuada de Belmiro de Almeida e a pintura da segunda metade do século XIX”, sob orientação da Prof(a). Dr(a). Maraliz de Castro Vieira Christo. Atualmente é Doutorando em História pelo Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), com a pesquisa: “A malícia e o mordente: a pintura de Belmiro de Almeida e sua relação com a arte internacional do fim do século XIX”, sob orientação do Prof. Dr. Jorge Sidney Coli Júnior. Atua na área de História da Arte e História da Cultura, com ênfase em arte brasileira do século XIX, arte internacional da virada do século XIX-XX, abordando os temas da pintura de gênero, dos movimentos da pintura, como o impressionismo, pós-impressionismo e as questões da modernidade.
SETEMBRO – 20 e 21
A Videoarte no Brasil: primórdios e desdobramentos
Com a Profa. Mestranda Thamara Vênancio (IAD – UFJF)
SALA C-II-04 – das 14 às 17hs
Ementa: Partindo de práticas mais maduras da videoarte a partir dos anos setenta no Brasil, onde tem início sua primeira geração de artistas, é que podemos traçar uma perspectiva de sua construção como um campo artístico que aos poucos vai se consolidando na arte contemporânea do país. Apresentaremos a videoarte não só como uma linguagem, mas também como um campo artístico. Portanto, o curso será dividido em três partes, que englobam os períodos mais fecundos da videoarte no Brasil.
Thamara Vênancio é mestranda em Artes, Cultura e Linguagens, na linha de pesquisa Arte e moda: História e Cultura. Graduada em Bacharelado Interdisciplinar em Artes e Design. Desenvolve pesquisas na área de videoarte, arte contemporânea e moderna, mesclando teorias da arte, filosofia e sociologia.
SETEMBRO – 27 e 28
A emancipação da natureza: o gênero da paisagem como construção pictórica
Com a Profa. Mestra Aline Viana (ICH – UFJF)
SALA C-II-04 – das 14 às 17hs
Ementa: A paisagem percorreu longo caminho nas artes visuais até emancipar-se como gênero pictórico. No século XIX, a mesma adquire um papel sem precedentes em sua própria história. Considerada um gênero menor até então, a pintura de paisagem protagoniza grandes mudanças de percepção durante o Novecentos. O minicurso trará um panorama do gênero em questão na Europa e na América. Entretanto, será dado enfoque às paisagens realizadas por artistas viajantes em território brasileiro, bem como às paisagens urbanas do entre séculos XIX/XX. Dessa forma, propomos discutir acerca do desenvolvimento da paisagem como gênero autônomo. Os modos de ver a produção paisagística. A construção da paisagem: paisagem real ou ideal. A paisagem clássica. O caso dos artistas viajantes e os grandes panoramas. Até, enfim, chegarmos à paisagem urbana, onde abordaremos a cidade do Rio de Janeiro como motivo pictórico na produção de pintores como Eliseu Visconti (1866-1944) e Gustavo Dall’Ara (1923).
Aline Viana é graduada em História pela Universidade Federal de Viçosa. Mestre em História pela Universidade Federal de Juiz de Fora, na linha “Narrativas, Imagens e Sociabilidades”. Possui pesquisa vinculada ao Laboratório de História da Arte, com ênfase em arte brasileira, tendo como objeto de estudo o gênero da pintura de paisagem. Durante o mestrado trabalhou no projeto de título: Representações da cidade do Rio de Janeiro na pintura de paisagem de Eliseu d’Ângelo Visconti (1866-1944).
OUTUBRO – 18 e 19
A melancolia na arte colonial mineira
Com a Profa. Doutoranda Andreia de Freitas Rodrigues (UERJ)
SALA C-II-04 – das 14 às 17hs
Ementa: Representação visual e literária do tema da melancolia no contexto histórico-artístico das Minas Gerais ao longo do século XVIII, principalmente. Tomando alguns exemplos significativos para análise, propõe-se a discussão de termos e conceitos vinculados àquela concepção do humor melancólico, tais como vanitas, memento mori, pessimismo, desengano, assim como a investigação das relações entre melancolia, morte, tempo.
Andréia de Freitas Rodrigues possui graduação em Artes e Design e mestrado em História pela UFJF. Atualmente cursa o doutorado em História da Arte no PPGArtes / Uerj e atua como restauradora na Coordenação de Preservação do Arquivo Central/UFJF.
Objetos:
– O objetivo central deste projeto é divulgar o conhecimento científico do campo de pesquisa dos pesquisadores envolvidos frente à comunidade, tanto acadêmica quanto de Juiz de Fora e arredores.
– Promover a integração entre a prática do ensino e a pesquisa, beneficiando imediatamente a população e a formação do corpo discente da universidade.
– Integração entre pesquisadores da UFJF e de outras instituições.