A segunda edição do evento reuniu, em uma live, lideranças e pesquisadores das comunidades indígenas e quilombolas, professores e alunos do colégio para falar sobre os reflexos, as oportunidades e os desafios gerados pela pandemia do COVID-19 na saúde, na educação e a manutenção dos patrimônios culturais materiais e imateriais dessas comunidades. O vídeo do evento ainda está disponível no canal do youtube do “Colégio de Aplicação João XXIII”.
O evento foi organizado pela coordenadora Dra. Cátia Duarte e pela vice coordenadora Lilian Gil, com apoio da Pró-reitoria de extensão e do CAp João XXIII e Direção de Ensino do CAp.
A mesa de abertura contou com a presença da Diretora do CAp, Margarete Pereira; do coordenador de Ações de Extensão, Diogo Rodrigues; e, da organizadora do evento, professora Cátia Duarte. Durante sua fala, Cátia agradeceu o apoio. “Nesse o ano tão atípico que mexeu com nossas emoções, estarmos aqui para dialogar com pessoas que historicamente, cuidam dos seres da floresta e das cidades, preservam o patrimônio cultural, é uma atitude de resistência aos governos que atacam os direitos étnicos da população. Neste momento é importante registrar a origem desta proposta, objetivos e resultados já alcançados”, conclui Cátia.
A primeira mesa foi conduzida pela professora Lilian Gil e recebeu os convidados Nino Verá Xunu , AlíriaWiuira, Ronaldo do Campinho da Independência, Xumxum e Cícero da regional do Centro Amazonense. O tema abordado foi o patrimônio material dos povos originários e remanescentes quilombolas: desafios da manutenção da cultura durante e após a pandemia.  Lilian reafirmou o compromisso da escola com a ecologia dos saberes, destacando a importância de alinhar-se à coerência e à adequada democratização do acesso aos conhecimentos historicamente construídos: “Precisamos valorizar os saberes populares, tradicionais e ancestrais afrodescendentes e dos povos originários. É urgente o resgate e a defesa da cultura dos nossos povos. E isso tem a ver com o manter, viver, presenciar e manifestar culturas diferentes, que como essência, enriquecer e nos ensinar sobre nós mesmos”, afirmou a professora.
A importância de propor uma rica troca entre representantes, trazendo todo esse imenso legado que se revela no jeito próprio de viver, nas experiências, nas memórias e nos conhecimentos únicos.
Criando aos estudantes um espaço de percepção da cultura, proporcionando o diálogo direto com esses representantes e ressaltando conhecimentos como: respeito, direitos, valores, alteridade dentre outros.

 

Após o encerramento da primeira mesa, o Coral de Araponga realizou uma bela apresentação, cantando uma música tradicional Guarani.
A segunda mesa, com tema “Patrimônio imaterial dos povos originários e remanescentes Quilombolas: oportunidades educacionais e de saúde em tempos de distanciamento social”, conduzida pela professora Cátia, trouxe como convidados os indígenas Lino Karai Mirin, Aline Pachamama, Tafkea e a quilombolaAna Célia Santana. No encerramento, os bolsistas Laura Soares, Mateus Eugênio e Paula Pires contaram de que forma o evento os acrescentou saberes. “Estamos muito felizes por ter feito parte dessa construção, por ter a oportunidade de conhecer a história de cada um. Na construção do evento, crescemos um pouco a cada dia, como pessoas e futuros profissionais”, disse Laura. Foi realizado o sorteio de uma camisa entre os inscritos que receberam certificado. A ganhadora foi a graduanda em Jornalismo na UFJF, Jaqueline Silva Luiz. “Foi muito gratificante poder ouvir e ampliar mais os conhecimentos sobre as comunidades quilombolas e indígenas e saber que há líderes trabalhando para que essas comunidades se mantenham firmes durante esse período de pandemia, atentando às suas necessidades. Tive a grande surpresa de ser sorteada, fiquei muito feliz com a demonstração de carinho da equipe que preparou essa discussão”, conclui Jaqueline.
A pandemia afetou a venda de artesanatos, produtos agrícolas, entre outros meios de subsistência desses povos. Os alunos do 3º ano do colégio se mobilizaram, com apoio das professoras Cátia e Lilian, organizando uma campanha para arrecadar fundos para as comunidades indígenas e quilombolas que participaram do evento.