O projeto Arte em Trânsito recebeu a exposição “Respostas para o vento” do artista Marcelo Brant, mineiro de Diamantina, que aborda a cultura tradicional de Minas Gerais através de estandartes.
O artista trabalha com manifestações da cultura popular há 35 anos, a maior parte deste tempo com a produção de estandartes. Inspirado pela riqueza de sua região e pelo legado musical e religioso familiar, ele aborda temas relacionados a fé, em diversas religiões. “Comecei produzindo para procissões de santos populares, também trabalhei como carnavalesco e fiz dessa profissão a minha bandeira, reforçando o discurso da diversidade e respeito independente da religião”, explica Marcelo. As obras são feitas com material reciclado, repletas de cores e buscam transmitir respeito, diversidade e a vontade de contribuir para um mundo melhor.
Os alunos do João XXIII conheceram a exposição durante o intervalo das aulas. O projeto, coordenado pela professora Renata Caetano promoveu um workshop de confecção de bandeiras e golas para compor figurinos. A oficina teve duração de 3 dias e, no encerramento, uma performance com as peças produzidas pelos alunos ganhou os corredores do colégio. O material está em exposição na Galeria Prof. Edson Pável Bastos .
A coordenadora do projeto Arte em Trânsito conta que “o objetivo é ampliar a visão dos estudantes de que arte acontece também fora dos espaços institucionalizados como galerias e museus, estando presentes nas ruas e festas populares. É fundamental o contato dos estudantes com essa forma de arte. O Marcelo fez uma oficina e uma exposição maravilhosa! É bom ver como os alunos se apropriaram e se colocaram nos estandartes”, conclui Renata.
O estandarte é um tipo de bandeira, com formas físicas características e um design diversificado. É um objeto simbólico para quem o carrega e, como um abre-alas, guia comunidades em desfiles, cortejos e outras manifestações culturais. Por onde passa encanta e emociona pessoas com sua beleza e representatividade. “O estandarte vem abrindo caminhos, trazendo boas energias e luz em todos os eventos que aparece. O homem que descobriu a América chegou com um estandarte na mão, assim como o homem que pisou na lua. E quando se fala da fé do povo e de alegria, como em procissões e no carnaval, o que vem na frente, anunciando, é o estandarte”, comenta o artista.
Segundo a diretora Eliete Verbena as atividades foram extremamente enriquecedoras “porque movimenta a parte cultural da escola, faz com que os alunos tenham conhecimento do trabalho artístico e, além disso, a oficina permitiu criar novas possibilidades a partir dos estandartes, que é o foco de orientação da atividade”.
Na performance repleta de cor, música e arte, o artista se despediu do colégio. “Foi um prazer realizar esse trabalho no João XXIII, estou encantado com a cidade e a Universidade Federal de juiz de Fora”, afirmou.