Pelos corredores do Colégio, exposições de poesias, artes e livros ocuparam os espaços. A exposição “Varal de poesias dos alunos” contava com versinhos produzidos pelos alunos dos segundos anos do ensino fundamental com base no tema do projeto coletivo “essa escola é nossa” e poemas de autoras que escreveram para crianças, como Cecília Meireles. Nas turmas do primeiro ano, a exposição foi de livros autobiográficos e interdisciplinares produzidos pelos alunos e livros de rolo com desenhos das brincadeiras que aprenderam na Educação Física.
Nas salas de aulas, diversas atividades coordenadas pelos professores integraram de forma multidisciplinar as temáticas abordadas na FLIJ 2018. A Parada Literária reforçou o convite e através dos discentes abriram espaço e impregnaram de poesia as salas de aula. O professor de Língua Portuguesa, Paulo Henrique Goliath, trabalhou com as turmas do 3º ano do Ensino Médio apresentações artísticas da obra “Os Lusíadas”. Nos espaços externos, SLAM de poesia e Cafés Literários que apresentaram textos produzidos pelos alunos e por diversos autores.
O SLAM de poesia foi coordenado pela poetisa juizforana Laura Conceição e pelos próprios alunos. Ela apresentou suas obras e depois recitou alguns poemas com a participação da aluna Maria Eduarda Masiero, do 3o do Ensino Médio.
Para o coordenador da Educação de Jovens e Adultos (EJA), professor Frederico Crochet, a batalha de poesias resgatou para os alunos a educação que se faz não somente em sala de aula, com quadro e giz. “Todos tem algo para ensinar, e a arte tem muito poder nesse sentido”, explica. Frederico ressalta ainda que a FLIJ também busca trabalhar com a questão do respeito, da valorização da arte e das diversas orientações. “Houve performances artísticas, aplaudidas pelas turmas que demostraram empatia, abordando temáticas de valorização do outro”, comenta.
Entre as atividades, o terceiro ano do Ensino Médio participou da mesa de poesia “Numa hora dessas” com as poetisas juizforanas, Laura Assis, Ana Elise Freitas, Fernada Vivacqua e Marcela Batista. As escritoras falaram um pouco de seus trabalhos, recitaram seus poemas e abriram espaço para perguntas.
A programação seguiu com uma “Roda” que promoveu o exercício literário tanto em sala de aula quanto no espaço familiar. Os alunos do terceiro ano do Ensino Fundamental leram histórias no colégio e depois as levaram para casa. Segundo as professoras de língua portuguesa, Lauriana Guttierrez e Liliana Mendes, a proposta é incentivar os estudantes a contar e a ouvir histórias além do ambiente escolar, auxiliando no processo de letramento literário.
A coordenadora da FLIJ, professora de língua portuguesa, Elza de Sá Nogueira, ressalta que o tema da feira deste ano, “A voz feminina nas artes”, é algo que requer atenção. “Por mais que a gente ache que a mulher já conquistou seu espaço e tenha sua voz assegurada, ainda nos deparamos com uma sociedade misoginia e machista. Abrir esse espaço para escritoras juizforanas é algo primordial”, comenta.
Elza ainda destaca que a essência do Colégio João XXIII ajuda a fazer da FLIJ uma feira diferenciada. “A FLIJ é um momento de integração e de protagonismo. Vemos isso na Parada Literária, que é um momento onde todos os professores da instituição têm a oportunidade de compartilhar com os alunos uma leitura de preferência e notamos isso quando os alunos também assumem papel de protagonistas. Isso é visível nas batalhas de poesias. Eles participam e coordenam todo o campeonato ao mesmo tempo”, afirma.