Alunos do 9º do Ensino Fundamental II participaram da Oficina de Rimas com a poetisa e aluna do 3º ano do Ensino Médio Maria Eduarda Masiero, na quarta-feira(27/06). A atividade buscou promover uma reflexão sobre o espaço da mulher na sociedade e procurou estimular a criatividade dos alunos por meio de poesias feministas que questionam alguns preconceitos que o gênero sofre.
Maria Eduarda recitou para os alunos duas poesias de autoria própria, “Gorda” e “Dona do Próprio Corpo”. Em seguida, foram distribuídos desenhos de mulheres, acompanhados de reflexões e histórias que relatam o preconceito e a violência vivenciada por muitas da classe.
Segundo a poetisa, o objetivo da interação é conscientizar os alunos sobre a luta feminista, mostrar produções artísticas diferenciadas e incentivar a arte que tem um poder libertário. “Na poesia a gente sempre conta uma história. No meu caso, o que me estimulou a escrever meu primeiro poema foi quando tive um contato com uma imagem em 2014, quando estava no 9º ano. A partir de então, comecei a participar de batalhas de poesias, e hoje atuo indo em escolas e comunidades” explica.
A atividade foi coordenada pelos professores de Língua Portuguesa, Carmem Rita Guimarães Marques de Lima e Felipe Bastos Mansur da Silva, que buscaram promover para os alunos um contato mais dinâmico com a poesia apresentada no ambiente acadêmico. De acordo com Carmen, a intenção do exercício poético é que os estudantes assimilem o contexto histórico da luta feminista apresentado na oficina com os conteúdos trabalhados em sala de aula e que também criem poesias, a partir das personagens representadas nas imagens utilizadas, que falem a respeito de como a mulher é vista na sociedade e de como ela deve ser tratada. Essas produções serão espalhadas no próprio Colégio para que todos tenham a possibilidade de vivenciar essa experiência. “Muitas vezes vemos os alunos presos a uma cultura que tem marcas do machismo. Trabalhar o feminismo na escola é importante para promover respeito e a conscientização de todos. Para alcançar esse propósito, a participação de uma aluna do próprio Colégio é muito importante pois eles se identificam com ela. Esse sentimento de empatia ajuda a assimilar as mensagens das poesias dela que apresentam atitude, são combativas e reflexivas.
A mostra de cinema “Os filmes de heróis e a dificuldade de dar voz às mulheres”, coordenada pela professora de Língua Portuguesa Carolina Alves Fonseca, foi desenvolvida com as turmas dos 7º anos do Ensino Fundamental II. A atividade teve início em sala de aula, onde foi trabalhado o livro “Extraordinárias Mulheres que Revolucionaram o Brasil”, de Duda Porto de Souza e Aryane Cararo. A obra conta a história de quarenta mulheres brasileiras que mudaram a história, mas que não foram reconhecidas. Ela serviu de inspiração para o desenvolvimento de desenhos e notas bibliográficas que os alunos fizeram sobre mulheres representativas que ficaram expostas na Biblioteca do Colégio.
A representação da mulher nas histórias de quadrinho, que em seu inicio colocava o gênero em posição de vítima, ou em papéis amorosos e secundários foi apresentada através da Mulher-Maravilha que surgiu entre as décadas de 30 e 40. “Analisamos a trajetória da personagem nas HQs, os altos e baixos, o viés feminista que ainda tem traços culturais preconceituosos. A mostra de cinema tem o objetivo de fazer os alunos analisarem o filme “Mulher-Maravilha” e refletirem se ele apresenta de fato uma vertente feminista ou se apenas reproduz estereótipos. Os alunos terão que analisar os pontos positivos do filme e os pontos que deixam a desejar com relação a essa visão da mulher como objeto sexual, pois a heroína apesar de ser representada como uma figura forte, tem seu corpo a amostra. Assistindo o filme, alguns alunos já questionaram :‘Se ela está indo para a guerra, porque ela está de saia e de bota de salto alto?’, ‘ Se ela é uma super-heroina, ela não precisa estar com corpo amostra, tem que estar protegida’. Reflexões desse tipo são essências para uma sociedade mais democrática, explica.
Na quinta-feira (28/06) a autora Margareth Assis foi convidada para contar a história de seu livro “A tia Míope” e logo após fazer uma receita de doce de mexerica para os segundos anos do ensino fundamental. “A personagem principal do livro é uma mexerica e os alunos do segundo ano estudam o gênero textual receita, isso veio de encontro com o trabalho”, explica a professora Lívia. Margareth também participou da contação de histórias do seu livro “Dossiê Saci” para as turmas do terceiro ano do ensino fundamental. A atividade foi sucedida por uma caça ao saci pela área externa do colégio, onde os alunos procuraram por pistas deixadas pelo personagem.