Na manhã desta segunda-feira (02/05) os alunos do 6º ano participaram de uma roda de conversa com um grupo indígena da tribo Fulni-ô, de Pernambuco. Os índios apresentaram danças e cantigas tradicionais, cantadas em YAATHE, língua nativa.
Durante o encontro, os alunos puderam fazer perguntas a respeito da cultura indígena, bem como tirar dúvidas a respeito de questões do dia a dia, como a organização das tribos e aldeias; os costumes e tradições ao longo dos anos; a simbologia por trás de cada objeto e das cantigas; a questão da caça e da pesca, que hoje são impraticáveis, por respeito à natureza e ao meio ambiente.
Para o representante do grupo, Shyaron Bruno Frederico de Barros, as rodas de conversa são importantes para mostrar que a vida do índio também se modificou com o passar dos anos: “é importante pra eles verem como os índios estão no século XXI e não ter essa ideologia de filme, de novela ou de livros antigos”.
O encontro é resultado do trabalho de divulgação da cultura indígena feito pela tribo em escolas de todo o país. Em juiz de Fora com o apoio da UFJF, as rodas de conversa serão realizadas em dois dias no Colégio de Aplicação João XXIII, contando ainda com uma pequena mostra do artesanato feito pelos índios.
Para a coordenadora Míriam Machado, a presença dos índios no colégio é uma chance de ensinar o respeito pelas diferenças, e valorizar tanto a cultura como o aprendizado das crianças. “Elas vibram muito, dá pra ver pela participação com grande número de perguntas, que realmente queriam saber da cultura deles. Isso é porque mexe de verdade com elas”.
O diretor de ensino do Colégio, José Luiz Lacerda, comenta a importância dos alunos conhecerem uma cultura diferente: “Os livros de historia tratam talvez de forma não muito realista, talvez um pouco fora da realidade dos índios. Os alunos, ao conhecerem essa realidade, ficam muito empolgados, parece que é algo que saiu do virtual pro real para eles. Na hora que eles olham, eles pensam que de fato existem índios na sociedade. E essa tribo traz uma visão de índios que estão inteirados na sociedade, mas não perdem seus vínculos culturais.”