Dando continuidade às rodas de conversas, no dia 18 de Abril de 2024, a turma do Horto da Faculdade de Farmácia conversou com Márcia Alfenas, que é ex-aluna da Faculdade de Farmácia da UFJF e atual presidente do CRF-MG. Márcia teve grande atuação na concepção e execução inicial do horto, enquanto ainda era aluna de graduação da Faculdade de Farmácia, fazendo parte do primeiro grupo de alunos que atuaram no horto
Apresentamos aqui alguns dos diálogos realizados na roda de conversas:
Turma do Horto: Quando e com qual finalidade iniciou-se sua atuação no Horto?
Márcia Alfenas: Foi em 1991 ou 1992. Eu não lembro se na verdade já tinha o horto, mas creio que não. O que eu lembro é que reunimos quatro pessoas que tinham essa vontade. Não era trabalho de extensão nem de bolsa, era só boa vontade mesmo. Tinha um espaço na faculdade, que deve ser o mesmo de hoje, e falávamos que ali podíamos plantar.
Turma do Horto: Quais eram os princípios e objetivos do projeto?
Márcia Alfenas: O que norteava a gente era que a nossa flora é muito rica. A fitoterapia tem uma contribuição muito grande na maioria das doenças. Era um recurso mais barato, esses medicamentos poderiam chegar até o paciente num custo menor e numa proposta de menos contra-indicação, de tratamento mais holístico e menos agressivo. A gente sabia, claro, que não trata tudo, que é um tratamento farmacológico complementar, a gente tinha essa noção.
Turma do Horto: Como selecionaram as plantas para o projeto?
Márcia Alfenas: Eu lembro que isso era uma das coisas da minha parte, que eu fazia muito. A gente queria selecionar 12 plantas que seriam importantes para a maioria dos casos e casos comuns, como febre, vômito, pensávamos muito em crianças, urticária, enxqueca, micose, que poderíamos tratar de uma maneira complementar.
Turma do Horto: Há alguma parceria entre o CRF-MG e instituições de pesquisa para promover a pesquisa na área de plantas medicinais e/ou fitoterápicos? Ou para incentivar profissionais que queiram trabalhar na área?
Márcia Alfenas: A gente trabalha muito junto, mas parceria de pesquisas não. O conselho tem um projeto de farmácias vivas, que é de prefeituras, que a gente sempre estimula. Não é um projeto do conselho porque é uma coisa de prefeitura, mas é um projeto que damos todo o suporte. Se vocês entrarem no nosso site, nós temos o portal Farma, que é nosso portal de cursos, que tem vários cursos de fitoterapia e práticas integrativas, que é uma área que temos muito carinho. Os farmacêuticos que trabalham nessa área são bem atuantes aqui no grupo técnico, então nós temos muitas normas técnicas, nós temos muitos cursos, sendo cursos robustos, com tutorias e esses farmacêuticos eles aprovam e fazem as farmácias vivas. Eles trabalham na prefeitura e tem trabalhos maravilhosos de medicamento mesmo que atende o SUS ou atende na própria farmácia viva. Na própria prefeitura eles selecionam, plantam, colhem, beneficiam e entregam esses medicamentos, ou entregam no SUS. Esses medicamentos não podem ser comercializados, é só na rede pública. Mas existem farmácias vivas muito grandes nas cidades, e temos que aproveitar e valorizar isso pois temos uma flora muito rica.