Dando continuidade às rodas de conversas, no dia 25 de Março de 2024, a turma do Horto da Faculdade de Farmácia conversou com o professor Daniel Pimenta. Sua notável influência na concepção inicial do horto foi evidenciada.
Apresentamos aqui alguns dos diálogos realizados na roda de conversas:
Turma do Horto: Como iniciou seu trabalho no horto?
Prof. Daniel: Fui convidado por um amigo, o professor Renê, para participar de uma reunião, mais ou menos em 1991, na qual estavam presentes o Prof. Murilo, o Prof. Picinini e o Professor Renê. Fiquei sabendo em último momento que teria seleção para professor substituto em Anatomia Vegetal, então fiz a seleção, passei, e desde então comecei a trabalhar no horto. Eu trabalhava voluntariamente, como todos também, e fomos juntos construindo o horto.
Turma do Horto: Qual o impacto do horto?
Prof. Daniel: Fundamental. Sempre foi assim, porque planta medicinal você tem que trabalhar no tato, no olfato, não dá pra ficar só no Power Point. A gente levando os alunos lá, é que cai a ficha pra eles de um monte de coisas, até da anatomia. Eu faço aquela brincadeira: folha de hortelã e folha de capim-limão, por que uma você sente o cheiro e a outra não? Aguça a história da anatomia, né? Os pêlos glandulares estão externos na folha de hortelã e as células oleíferas estão internas na folha de capim-limão. Então o horto da faculdade de farmácia é fundamental para questão pedagógica, didática, aguçar a curiosidade dos alunos.
Turma do Horto: Quais eram as atividades realizadas nele?
Prof. Daniel: Ficava a disposição para professores fazerem pesquisa, coletarem plantas para fazer extrato, ou para uma aula ou para uma pesquisa específica. Isso sempre foi uma possibilidade para eles lá. Da minha parte, o que eu mais peguei lá foram três plantas para fazer um sabão contra piolho, que eu usava no meu projeto de extensão.
Turma do Horto: Outras atividades realizadas no horto
Prof. Daniel: Na época que o Eduardo Dutra foi secretário de agricultura do município, eu ainda era professor substituto, em 1992. Eu pedi um trator para ele e ele liberou um trator da prefeitura para arar a terra. Veio um técnico de Viçosa, que chegou a aproveitar o horto para plantar Guaco. Ele fazia extrato e aproveitava para fazer um xarope glicólico na farmácia universitária. Mas não era uma ação coordenada, sempre foi o pessoal, era coração das pessoas.
Turma do Horto: Como era a infraestrutura e o acesso ao horto?
Prof. Daniel: Já tinham os canteiros de alvenaria demarcados. O acesso era tranquilo, teve uma epoca que eu tive até chave do horto. Depois o acesso era mais difícil, mas era só pedir a chave e marcar para utilizar.