Durante o mês de abril, a Faculdade de Serviço Social promoveu um concurso para a escolha do nome de seu espaço situado à Rua Severino Meirelles, 260 – Alto dos Passos – que compunha o conjunto conhecido como “Casa de Cultura”.
As propostas de nomes concorrentes levaram em consideração que as ações desenvolvidas pela Faculdade visam a aproximação às expressões da questão social relacionadas às desigualdades sociais e aos problemas atinentes à inserção social de indivíduos e grupos, historicamente discriminados, contribuindo para o seu acesso à universidade pública; e a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, tripé fundamental da universidade pública e a integração das atividades de extensão ao ensino e à pesquisa; contando com a participação de servidores – docentes e técnico-administrativos – e de discentes de graduação e pós-graduação.
A eleição ocorreu na primeira semana de maio, sendo o vencedor divulgado no dia 16/05/19, durante a semana do assistente social da Faculdade de Serviço Social.
É com grande alegria que comunicamos que a nova designação do espaço da Faculdade de Serviço Social é CASA HELENIRA REZENDE (HELENIRA PRETA), nome proposto pelo discente Caio de Alcântara Gomes da Cruz.
A justificativa proposta pelo discente durante o concurso nos apresentou a seguinte descrição da homenageada: “Helenira Rezende, estudante e negra, conhecida como Helenira Preta, cursou Letras e Filosofia na Universidade de São Paulo (USP). Ainda no meio universitário, ganhou prestigio entre os demais estudantes e professores por ser uma aluna talentosa. Tornou-se líder estudantil e chegou ao cargo de vice-presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), espaço antes nunca ocupado por uma mulher negra.
No ano de 1968, em plena ditadura militar, ocorria o XXX Congresso da UNE, na cidade de Ibiúna. Em uma armadilha organizada pelos militares, Helenira Rezende foi presa, junto com outros estudantes, e acabou sendo torturada pelo Departamento de Ordem Política e Social (DOPS). Contudo, como sua prisão ganhou visibilidade, não chegou a ser morta ou desaparecida ainda nessa época. Posteriormente, entrou para a clandestinidade. Pouco depois, Helenira Preta entrou para a Guerrilha do Araguaia, lutando contra as forças reacionárias e antidemocráticas que governavam o país. Acabou sendo executada pela Ditadura Militar em setembro de 1972, se recusando a passar qualquer tipo de informação para os militares de seus companheiros que lutavam por um mundo menos desigual.
E penso, diante do avanço das forças reacionárias na atual conjuntura, por que não homenagear uma mulher negra, que infelizmente tombou e foi assassinada pela Ditadura Militar? Mais do que justo prestar esta homenagem. Diversas ruas e praças deste país recebem o nome de ditadores, portanto, podemos considerar como um ato de justiça homenagear todas e todos aqueles que lutaram e lutam por um mundo melhor.
Lembremos todos os nomes que lutaram para que tivéssemos uma vida menos dura. Lembremos todos os nomes de todas as pessoas que lutaram e lutam por um mundo sem exploração.
Helenira Preta, suas ideias e determinações perante as forças conservadoras jamais serão esquecidas!
Helenira Rezende, presente!”.
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