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Roda de conversa “Uma década da UFJF-GV e da Lei de Cotas: conquistas e desafios”

Durante todo o mês de novembro, a Universidade Federal de Juiz de Fora campus Governador Valadares realizou diferentes ações em comemoração dos 10 anos de fundação do campus avançado. Buscando contribuir junto ao calendário, e também rememorar os Mês da Consciência Negra, o Gerres realizou, no dia 29 de novembro, no formato remoto, a roda de conversa “Uma década da UFJF-GV e da Lei de Cotas: conquistas e desafios”. O encontro pode ser visto neste link (abre nova página).

 

O encontro aconteceu entre 15h e 17h e contou com a apresentação de dados sobre a efetivação da Lei nº 12.711/2012 na universidade e também no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais campus Governador Valadares (IFMG-GV). Além disso, a roda contou a fala do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial  (COMPIR / GV).

 

Os dados da UFJF-GV foram apresentados pela gerente de Graduação, Angélica Cotta Lobo Leite Carneiro. Carneiro disponibilizou uma série de informações, compiladas pela equipe da Gerência através de sistemas como o Siga e também de registros do setor. Entre os dados, ela destacou que, nos últimos anos, o ingresso dos estudantes tem se dividido em quase 50% entre cotas e ampla oferta. Para Carneiro, isso ressalta que a UFJF-GV têm se comprometido com a efetivação da Lei. Destacou também a importância da ferramenta de apoio estudantil para a permanência dos estudantes.

 

Para a gerente de graduação há pontos importantes que ainda precisamos melhorar, como o ingresso de estudantes deficientes. Ela lembrou que, neste casos, devemos observar que a legislação é mais recente. Outro ponto é o tempo de permanência dos estudantes. O diagnóstico feito pela equipe da Gerência identificou que os estudantes de ampla concorrência concluíram os cursos entre 4 e 5 anos. Já a média dos cotistas é entre 6 e 7 anos. Todos os dados apresentados por ela serão disponibilizados no site da Gerência de Graduação (abre nova página).

 

Os dados do IFMG-GV foram apresentados pelo ex-coordenador do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (NEABI), do Instituto, Giulliano Gloria de Sousa. Durante sua apresentação, Sousa recordou que os números apresentados pela Gerência de Graduação da UFJF-GV são de extrema importância, uma vez que a efetivação das políticas públicas dependem tanto de diagnóstico quanto de constante acompanhamento. O representante do NEABI apresentou a atual estrutura do Instituto Federal e lembrou que o Núcleo foi estruturado em 2015, uma vez que a comunidade acadêmica sentiu a necessidade de um espaço mais amplo de discussão sobre as temáticas racial e indígena.

 

Apesar de não ter dados compilados como a universidade, Sousa lembrou que o Núcleo é o primeiro dentro da rede de Institutos Federais e realiza, com periodicidade, diferentes ações junto aos estudantes, em especial do ensino médio. Destacou que as principais dificuldades encontradas estão no campo institucional, principalmente de liberação e adesão por parte de alguns servidores e terceirizados. Outro ponto a ser melhorado por eles está relacionado ao debate indígena, pois é preciso maior sensibilização para este cenário.

 

Para fechar a mesa de apresentações, a roda contou com a presença do COMPIR/GV, através da fala de seu atual presidente, o advogado Marcos André de Paula Oliveira. Em sua apresentação, Oliveira destacou a importância das duas instituições públicas federais de ensino na cidade, e lembrou que é preciso estreitar as parcerias, para tornar as ações mais efetivas. O conselheiro fez um breve panorama do COMPIR/GV, lembrando que a lei de sua fundação é de 2002, mas somente em 2021 o grupo ganhou um regimento interno, algo que foi resultado de muita luta por parte da comunidade.

 

Oliveira retomou dados de um estudo de caso de uma professora de Brasília, realizado no período da tragédia da Samarco. De acordo com ele, os números ressaltam a grande desigualdade social da cidade, com destaque para o recorte de raça. Pensando nisso, para ele, é muito importante que as instituições de ensino ampliem seus trabalhos, em especial de diagnóstico, tanto das situações internas, quanto da realidade local. O conselheiro deu algumas sugestões de como as instituições podem ampliar a relação com a comunidade, começando por editais de ingresso mais simples, que realmente cheguem e sejam entendidos pelo público alvo, como nas periferias.

 

Após as apresentações, foi aberto um momento para considerações dos participantes e também de perguntas e respostas. Entre os pontos levantados, principalmente pelo Gerres, está a necessidade de criarmos um calendário conjunto, que fortaleça as ações e também atinja de forma mais permanente a comunidade. Outra sugestão foi a divulgação de todas as ações institucionais via Conselho Municipal. O objetivo é que as informações cheguem a mais pessoas interessadas com a temática. Confira como foi todo o debate neste link (abre nova página).