Espaço de pesquisa será usado para desenvolver motor aeronáutico, em parceria com Embraer e Fapemig
A estrutura irá atender ao Grupo de Conversão Eletromecânica de Energia (GCEME), que reúne professores e estudantes de diversos setores da engenharia e conta com o apoio de pesquisadores da Unifei de Itajubá (MG) e Mälardalens University MDH, na Suécia. O prédio foi projetado para abrigar todas as instalações que o grupo irá precisar para desenvolver suas pesquisas. Foi um investimento de cerca de R$ 400 mil, custeado pela universidade. “Estamos motivados em transformar a UFJF em um parceiro da indústria e do desenvolvimento, que cria mais tecnologias e empregos”, observa o coordenador do projeto, Manuel Rendón.
Um dos principais projetos é o desenvolvimento de um motor aeronáutico híbrido-elétrico, sobre o qual a Embraer S/A demonstrou interesse em investir a longo prazo. Enquanto as aeronaves atuais contribuem para o efeito estufa pela queima de combustível, a proposta deste projeto é reduzir o impacto climático. “O motor híbrido-elétrico combina as vantagens do motor à combustão com o motor elétrico para queimar menos combustível e voar a mesma distância. Assim, reduz a emissão de gases e o impacto climático diminui”, explica Rendón. A tecnologia também propõe reduzir o ruído mecânico das aeronaves e aumentar a aceleração na fase de decolagem.
Segundo o pesquisador, o laboratório é uma forma de mostrar que a universidade tem capacidade de se tornar uma grande parceira no desenvolvimento de tecnologias aeronáuticas, uma área que envolve vários setores da engenharia. “Com a parceria poderemos conseguir recursos para comprar mais equipamento e pagar mais pesquisar e bolsas, melhorando nosso currículo acadêmico e produzindo mais publicações. Quando temos uma nova tecnologia, precisamos formar profissionais que entendem disso. Em 2050 provavelmente mais da metade das aeronaves serão híbridas ou completamente elétricas. Se a Embraer não introduzir essa tecnologia em suas aeronaves, ela vai sair do mercado e desaparecer como empresa. Para isso a universidade pública é um parceiro ideal, com altíssima capacidade de desenvolvimento de pesquisa por um custo baixo para a empresa, embora o ritmo seja mais lento”, destaca o professor.
Como parte da parceria, a Embraer financiou, de maneira conjunta, equipamentos para o banco de ensaios. De acordo com Rendón, foi um investimento de aproximadamente R$ 500 mil, sendo cerca de R$ 250 mil pagos pela empresa e a outra parte, pela Fapemig.
Durante a pandemia, o grupo segue trabalhando remotamente, mas a realocação dos equipamentos pode acontecer ainda nesta semana. A partir daí, as atividades serão repensadas para evitar aglomerações no espaço. O coordenador acredita que até o fim de agosto, o laboratório deve estar pronto para funcionamento. Cerca de 12 professores e mais de 30 alunos trabalham ou já trabalharam envolvidos com grupo.