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Docente da USP aborda intervenção urbana e deterioração de centros

Professora da USP apontou exemplos bem sucedidos de intervenções urbanas no exterior e no Brasil

(Foto: Aline Carvalho)

 

A ideia de que congestionamento é sinal de deterioração urbana foi refutada pela professora da Universidade de São Paulo (USP) Heliana Comin Vargas, em palestra na última quinta, 17. Convidada para os eventos que comemoram os 20 anos do curso de Arquitetura e Urbanismo da UFJF, Heliana defendeu a vitalidade dos centros urbanos. “As pessoas têm sempre uma visão muito negativa dos congestionamentos. Para mim, eles mostram que um centro é vivo, ativo.”

Um dos exemplos citados pela professora foi o da Rua 25 de Março, em São Paulo. “O congestionamento na 25 de Março não incomoda as pessoas, pelo contrário, quem vai até lá curte a movimentação. Isso sinaliza que as pessoas encontram algo de bom lá”. Ela explica a relação: “funciona como um restaurante, se ele fica vazio, as pessoas associam a coisas negativas, como por exemplo comida muito cara ou ruim. Se um restaurante está cheio e tem até fila na porta, quer dizer que ele é bom, que a comida é boa”.

Em relação às intervenções urbanas, Heliana começou explicando como nascem os grandes centros, a importância dos fluxos para a formação deles e as causas da deterioração dos espaços urbanos. “Toda intervenção pretende melhorar a qualidade de vida das pessoas que vivem naquele ambiente, por isso, é necessário conhecer as especificidades de cada centro e de seus habitantes”, justifica ela.

Nesse sentido, a docente da USP ressalta a importação de modelos como um grande equívoco, “porque a arquitetura existente é outra, a forma dos tecidos urbanos são diferentes, o tamanho das cidades e o nível de deterioração também são diferentes”.

Durante a palestra, Heliana demonstrou exemplos de intervenções de sucesso e outras que não obtiveram êxito. O fluxo comercial teve ênfase na exposição da professora, pois, de acordo com ela, “a relação entre o comércio e a cidade é umbilical”, além de ser seu objeto de estudo. O Quincy Market em Boston, Estados Unidos, foi um dos casos em que as intervenções feitas na década de 1970 deram certo e viraram referência para estudiosos da área, até hoje. Um dos exemplos brasileiros de êxito foi o do Mercado Albano Franco, em Aracaju, Sergipe.

Na quinta-feira, Heliana participou, ainda, de mesa-redonda durante o lançamento do livro “Passagens em rede”, do professor Frederico Braida, e na sexta-feira, 18, pela manhã, ministrou um workshop sobre “Espaço do Comércio”.

 

Fonte: site da UFJF