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Fundamentação

As Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) vêm provocando inúmeras mudanças no cotidiano das pessoas, criando diferentes modos de vida, de pensamento e de percepção. Na educação, têm transformado a concepção de ensinar e de aprender, exigindo redimensionamento desses processos.

O imenso potencial dessas tecnologias sobre o processo de ensino e a aprendizagem pode trazer muitas contribuições tanto para os alunos quanto para os professores. Os recursos estimulam os alunos a desenvolverem habilidades intelectuais de pesquisa e investigação, pois o conteúdo não lhes é dado pronto. Isso os instiga a estarem mais concentrados e interessados em aprender. Estimulam a buscar informações sobre um assunto e relacioná-las com aquelas adquiridas em outros momentos. E, ainda promovem cooperação entre os alunos.

Para o professor, as tecnologias auxiliam na obtenção rápida de informação sobre recursos instrucionais, interação com os alunos diferente daquela ocorrida nas aulas tradicionais. Perrenoud (2000) defende que a utilização destas ferramentas permite que sejam criadas situações de aprendizagens ricas, complexas, diversificadas, não fazendo com que todo investimento (trabalho) repouse sobre o professor. O ambiente de sala transforma-se e acontecem mudanças no perfil desse profissional, que, de acordo com Peters (2011) assume um papel de facilitador, orientador ou conselheiro. Consequentemente, passa a ver o conhecimento cada vez mais como um processo contínuo de pesquisa, pois adquirem habilidade na detecção dos pontos fortes, assim como das dificuldades específicas que o aluno encontrou.

Neste novo cenário educacional, onde as tecnologias se apresentam como auxílio para melhorar a qualidade do processo de ensino e de aprendizagem, algumas tem-se destacando como Softwares educacionais, Dispositivos móveis e Aplicativos, Jogos, Ambientes Virtuais de Aprendizagem e as Redes Sociais. E ainda, as tendências tecnológicas na educação, como a Educação híbrida, Massive Open Online Course, Big Data nas escolas, Impressoras 3D, Flipped Classrom, Realidade aumentada e Tecnologia Trajável.

Desde o início da década de 90 alguns governos vêm investindo continuamente no aparelhamento das escolas públicas com a implantação de Laboratórios de Informática. No mesmo período as escolas particulares também começaram a investir pesadamente na montagem dessas salas e em equipamentos de multimídia, como computadores, datashow e telões.

As Notas Estatísticas do Censo escolar 2016, mostram um grande avanço na implantação de laboratório de informática nas escolas públicas, sendo que nos anos iniciais do ensino fundamental, o laboratório de informática está presente em 44,7% dessas escolas. Nos anos finais do ensino fundamental, o recurso está disponível em 67,8% e, no ensino Médio, o laboratório de informática é um recurso disponível em 82,7% das escolas (INEP, 2017). 

Porém, o acesso à Internet ainda é um problema no país e as baixas velocidades de conexão ainda predominam, ou seja, 41% das escolas públicas possuem conexões até 2Mbps de velocidade (CETIC, 2014). 

Apesar do avanço de percentual de escola com equipamentos ainda possuímos um resultado negativo quanto ao uso das TIC na sala de aula, pois a implantação se baseou no pressuposto errado de que faltava apenas o computador para que o processo de modernização das escolas e do ensino se desse de forma natural, como se isso fosse um processo simples e automático. 

Paralelamente a falta de incentivo por parte dos gestores, vimos uma generalizada falta de vontade ou desconhecimento por parte dos professores que resistiram ao uso das TIC.

Sob argumentos que iam do “não preciso disso” até o “não sei como usar”, foram poucos os professores que se dispuseram a aprender a usar as TIC de forma pedagógica ou mesmo a repensar suas práticas pedagógicas diante da necessidade de inserir seus alunos no universo digital onde esses, e o próprio professor, já vivem há muito tempo.

Após duas décadas quando da inserção das tecnologias na escola, já não faz mais nenhum sentido discutir se vale ou não a pena usar os computadores, a internet e as TIC de forma geral.

O mundo, independentemente de preconceitos ou vontades de alguns professores e da má vontade da maioria dos políticos, já definiu que não poderá continuar existindo sem essas novas tecnologias. 

Nesse contexto, o uso das TIC na escola deixa de ser uma possibilidade a mais e passa a ser uma necessidade que se impõe tão fortemente quanto a necessidade da lousa e do giz, que ainda existirão por um bom tempo. Mas como promover esse uso?

Primeiro é necessário condições físicas e tecnológicas nas escolas, como, laboratórios de informática e acesso à Internet. Segundo, necessitamos de professores dispostos a cumprir seu papel de educador e não apenas o seu compromisso de “dador de aulas” e finalmente, é necessário que os professores sejam formados e capacitados para o uso das TIC.