“Pessoas felizes são mais criativas e produtivas”. Embora óbvia, esta pequena pérola de sabedoria levou o chinês Chade Meng-Tan, engenheiro do Google, a formular um inovador programa de desenvolvimento pessoal com foco na satisfação do colaborador em seu ambiente de trabalho.
Mas o que leva o trabalhador a estar insatisfeito no seu emprego? No dia 8 de agosto, o filósofo Emílio Cunha Amorim ministrou uma palestra no Critt para responder a essa pergunta. Emílio discursou sobre as diferentes razões que motivam escolhas e trabalho, intercalando pensamentos filosóficos e músicas (executadas por ele mesmo), sempre regados a muito bom humor.
“Minha pergunta é: com que régua eu meço meu sucesso? Quando eu digo que uma carreira foi de sucesso ou não?”, questiona o filósofo. Medir a realização profissional pelo dinheiro, segundo ele, é um método muito pobre de avaliação. “Em geral, vemos que pessoas que investem em ter uma existência, fazer da sua vida uma expressão de alguma coisa, fatalmente também conseguem sucesso financeiro. Mas nem todos que atingem esse sucesso financeiro conseguem também uma existência que valha a pena”.
Além de professor e palestrante, Emílio trabalha como consultor de RH para a Mercedez-Benz em Juiz de Fora. Nos treinamentos ministrados por ele, participam tanto executivos quanto operários. “A gente quebrou muitas expectativas. Na primeira vez que eu cheguei com um violão na Mercedez pra dar um curso, o pessoal olhou e estranhou. Hoje, já é natural ter alguém da área da filosofia dando cursos dentro da empresa, falando sobre assuntos ligados a trabalho”.
O professor conta que seus cursos têm alcance na vida pessoal dos colaboradores, mas logo ressalta que a divisão entre “pessoal” e “profissional” é completamente artificial. “Você é uma pessoa só. Não acredito nessa divisão de vida pessoal e profissional, acho que é mais uma didática: eu sou quem eu sou em qualquer lugar”.