Com o objetivo de apoiar o desenvolvimento tecnológico local e regional, o Centro Regional de Inovação e Transferência de Tecnologia (Critt UFJF), criado em 1995, oferta incentivo às micro empresas no processo de incubação, capacitação e transferência de tecnologia.
Como tudo começou:
A proposta de criação do Centro foi desenvolvida por Maurílio da Costa Souza e Carmelita Elias Vidigal, que conta sobre a aprovação por meio dos Conselhos da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), e sobre o apoio do CNPq, que concedeu bolsas de pesquisa e desenvolvimento tecnológico para profissionais. “As empresas que nasceram ou foram apoiadas pelo Critt estão presentes no mercado, crescendo, gerando empregos e produtos.” conta Carmelita.
Maurílio e Carmelita se formaram na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e posteriormente trabalharam como professores na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Foi na viagem de doutorado na Universidade de Paris XI, que os fundadores do Critt tomaram conhecimento dos Núcleos de Inovação Tecnológica. Foi ali que começou a surgir a ideia da implantação de um centro na UFJF.
Feita a proposta do Critt e colocada em funcionamento, houve o apoio efetivo de órgãos, como o Sebrae, na capacitação de pequenas empresas. O Cnpq atuou no fornecimento de bolsas, assim como a finep. Logo após, foi feita a etapa da certificação do Critt, com a participação e liderança da professora Carmelita.O que possibilitou a expansão do Critt para o setor empresarial, relembra Maurílio.
O Critt foi fundamental em iniciativas importantes como a parceria com o INPI, que facilitou o registro de marcas e patentes e também o programa de treinamento e consultorias para melhoria de produtos e processos.
Época de inovação e tecnologia para Juiz de Fora:
“Tudo que era novidade era ligado ao Critt” conta a gerente de Proteção ao Conhecimento do Critt , Albertina Santos, sobre os primeiros anos do Centro. Porém, foi em meados dos anos 2000 que a conscientização sobre a necessidade de proteger seus inventos e da importância da inovação ganhou força.
“Transferência de tecnologia é um trabalho intenso. É um processo vasto que, às vezes, dependente de produtos que nem sempre estão prontos.” Conta a gerente, que ressalta
que, esta, é a forma que a Universidade tem de desenvolver os recursos gastos com a Propriedade Intelectual, já que é através dela que acontece o desenvolvimento econômico e social, por meio dos empregos e negociações. “É o processo mais importante porque não basta ter, tem que transferir.”
Ainda sobre essa época, relembra da primeira transferência de tecnologia da Universidade. Foi a invenção do professor do departamento de Física, José Paulo Furtado, com mais dois parceiros, que estreou o serviço de licenciamento no Critt. O produto se trata de um mimeógrafo automatizado que utiliza álcool em gel e efetua cópias de forma autônoma, utilizando o gel como insumo básico. Sobre o professor, Albertina lembra da sua contribuição para o avanço do Centro, “foi a primeira pessoa a falar de ‘inovação’ aqui dentro.”
A gerente de Proteção ao Conhecimento conta que, quando o órgão foi criado em 1995, já existiam outras lugares que faziam o trabalho de capacitação e aceleração de empresas. Porém, foi com a chegada do Centro que começou a se falar de inovação e transferência de
tecnologia para a cidade: “Já existiam incubadoras , mas o Critt criou um ambiente para Juiz de Fora.”