Desde outubro de 2020, a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) faz parte do ranking das 50 instituições de ensino superior que mais depositam patentes de invenção no Brasil. Com certeza as pesquisadoras da universidade são peças fundamentais para essa conquista. Os dados do Centro Regional de Inovação e Transferência de Tecnologia (Critt) mostram que elas estão presentes em quase 50% dos depósitos de patentes realizados pelo Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) junto ao Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI).
As mulheres estão alcançando espaços em todos os lugares da sociedade, principalmente no mundo da ciência, pesquisa e inovação, o que resulta em diversas invenções patenteáveis. Dos 157 pedidos de patentes feitos pelo NIT, ao longo dos anos, 77 tinham pesquisadoras atuantes nas equipes. Para a gerente de Propriedade Intelectual do Critt, Ana Carolina Vidon, os números demonstram que o capital intelectual da UFJF, aplicado nas pesquisas da instituição, é equilibrado entre os pesquisadores e as pesquisadoras.
Ana Carolina também enaltece a qualidade das pesquisas desenvolvidas pelas pesquisadoras, as quais de acordo com a gerente, “possuem não apenas depósitos de patentes, mas também patentes já concedidas, cujas tecnologias são voltadas em especial para a ciência da saúde”.
Pesquisadora da área da saúde e farmácia, Nádia Raposo é referência quando o assunto é ciência e inovação. Ela conta com cerca de 15 depósitos de patentes junto ao INPI e coordena o Núcleo de Pesquisa e Inovação em Ciências da Saúde (Nupics), do Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Medicina da UFJF. Segundo Nádia, o percentual de depósito de patentes das cientistas na universidade reflete o mérito e a qualidade do que as mulheres desenvolvem na ciência e também no ecossistema empreendedor.
Nádia Raposo lembra a importância das estratégias e programas criados pelo Nupics para inspirar os talentos e apoiar as pessoas nas suas criações. A pesquisadora acredita que a sua missão é inspirar o espírito inovador dos jovens e promover o surgimento de boas oportunidades por meio da educação e diversidade de pensamento. Neste sentido, para ela, a inovação e o empreendedorismo são componentes educativos que contribuem para a concretização do projeto existencial humano, em especial no universo feminino, para o empoderamento de mulheres na ciência.
Outra pesquisadora que se destaca é a professora do Instituto de Ciências Biológicas, Elita Scio Fontes. Com um total de nove depósitos no INPI, recentemente ela fez parte do grupo de cientistas da UFJF que tiveram duas cartas patentes concedidas, relativas ao desenvolvimento de dois protótipos de fitoterápicos. Elita Scio ressalta que apenas 3% dos pedidos de patente de fitoterápicos são deferidos no país. “Isso reflete a qualidade do nosso trabalho e nos incentiva, mesmo com todas as dificuldades, a continuar”, afirma.
Além disso, Elita diz que os pedidos de patentes são frutos de um trabalho iniciado há anos, de muita dedicação à pesquisa. “Na realidade isso tudo começou pela necessidade que sentia de ir além da publicação de artigos científicos e transformar nossa pesquisa em um produto que pudesse ser útil à sociedade”, conclui.