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Mais uma patente concedida da UFJF

Para pesquisadores, a patente é um meio que permite tirar a invenção do papel, e levar para o mundo real. Foi pensando nisso, que o professor do departamento de Química da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Adilson David da Silva, junto a professora Nádia Raposo, e as mestrandas do mesmo departamento, Juliana Alves, Larissa Lavorato e Raquel da Silva, resolveu registrar o resultado da sua pesquisa em 2012, com o suporte do Centro Regional de Inovação e Transferência de Tecnologia (Critt UFJF). “Sempre vislumbrei ter algo que pudesse ser patenteável, e não só publicado. A patente é um início do investimento em inovação.”, conta o professor.

 

O resultado desse trabalho, foi a patente conferida no final do ano passado, a segunda da UFJF já concedida pelo Inpi. O produto registrado pela equipe, se trata da descoberta dos compostos Arilhidrazonas como agentes despigmentantes, um análogo do “Resveratrol”, substância encontrada em frutas vermelhas que possuem funções antioxidantes, reduzindo o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, como o infarto. De acordo com Adilson, a ideia da pesquisa surgiu a partir de um programa na televisão, onde apresentou a substância como propriedade anticancerígena, anti inflamatória e até mesmo anti alzheimer, o que estimulou o pesquisador obter análogos semelhantes ou melhores.

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Foto: Marcelo Viridiano

 

Sobre seus resultados com os compostos, destaca que a professora Nádia teve a iniciativa de testá-los como antioxidante, sendo que este se mostrou “mais potente que o Resveratrol e, na perspectiva de despigmentante, mais potente que o ácido kójico, substância mais conhecida para este fim”, conta o pesquisador. Além disso, o professor de Química ressalta que é um composto sintético realizado em poucas etapas e, por isso, possui um custo muito menor comparado ao Resveratrol, que dependeria de um alto investimento para a sua purificação.

 

Entre as outras vantagens dos compostos sobre a substância inicial, está sua biodisponibilidade: “o análogo possui um tempo de vida no organismo muito maior que a substância de origem, já que esta não dura nem minutos”, conta Adilson. Outro ponto, é o fato de ser um produto seguro para testes: “como é um produto dermatológico, se tratando de um despigmentante que ajuda a remover manchas indesejáveis, torna-se mais seguro de ser testado, uma vez que você pode colocar na pele e não ser intoxicado por ele.” ressalta.

 

Em relação ao processo de registro do experimento, o pesquisador conta: “conheci o Critt logo no início de sua formação, e vi uma oportunidade de realizar uma patente”, e destaca também, a importância do suporte da equipe: “a Albertina (gerente do setor de Proteção ao Conhecimento) junto comigo redigiu o texto e, com a ‘expertise’ dela, me ajudou a escolher o que poderia ou não colocar no texto.” Ele ainda lembra que, depois disso, depositou algumas outras patentes no Centro, “a Albertina participou e acompanhou todo o processo”.

 

Quando questionado sobre os próximos passos, o professor conta que a ideia é se apresentar e criar laços com empresas interessadas nas ações dos compostos, a fim de fazer com que o produto chegue mais facilmente ao mercado. Sobre a academia, Adilson alerta que “o investimento em pesquisas e projetos de extensão, é essencial para torná-las mais próximas da população”, e demonstra sua crença na importância de superar os limites acadêmicos para chegar ao mundo real: “estamos no caminho, porque o momento agora, é deixar de só publicar e partir para a inovação”.