Segundo o IBGE (2013), as mulheres são maioria no Brasil, representando cerca de 51,4% da população, e são maioria também dentro das universidades, onde representam cerca de 57,1% dos universitários entre 18 e 24 anos. Porém, ainda que o mercado de trabalho venha passando por intensas mudanças em sua configuração, as mulheres ocupam apenas 37% dos cargos de liderança e ganham apenas 68% comparado ao salário dos homens.
Entretanto, é possível observar empresas e instituições que buscam equidade nas relações de gênero dentro do mercado de trabalho, como é o caso do Centro Regional de Inovação e Transferência de Tecnologia (Critt). Para Débora Lipp, Gestora de comunicação e Marketing, é uma questão de justiça fazer com que homens e mulheres tenham as mesmas oportunidades, direitos e obrigações. “No Critt é primordial o desenvolvimento e a competência da pessoa, e não o gênero.”, destaca.
Para Albertina dos Santos, Gerente de Propriedade Intelectual do Critt, as mulheres estão em uma busca constante para vencer obstáculos que não deveriam mais existir atualmente, “nos acostumamos a ver mulheres como cuidadoras, protetoras, nunca falando um não”, destaca. Já no meio científico, Albertina afirma que as mulheres vêm conquistando cada vez mais espaço, mas ainda enfrentam desafios como em todas as áreas: “as mulheres vêm conquistando espaço, mas ainda é um local destinado aos homens, vide ministro da Ciência, presidente do Cnpq e presidente dos conselhos de ciência e tecnologia, todos são homens. Será que não existe nenhuma mulher competente?”, indaga.
Para Ana Carolina Vidon, Técnica Administrativa em Marcas e Patentes, é possível observar que algumas mudanças já estão acontecendo, “hoje a mulher tem muito mais destaque, eu vejo isso pelo Critt, onde a maioria das chefes de setores são mulheres.” Mas ressalta que a luta não pode parar: “isso vem ganhando bastante destaque, mas ainda sim é necessário continuar batalhando para alcançar posições cada vez mais altas, pois ainda há um diferencial no mercado de trabalho, principalmente na questão de salarial entre homens e mulheres.”
E além de todos os obstáculos profissionais a serem vencidos, muitas mulheres ainda lidam com assédio no seu dia a dia, como destaca Carolina de Souza Fonseca, fundadora e CEO da Extraclass,empresa pré incubada no Critt, “outro desafio é a falta de respeito e assédio, já fui fui assediada no Linkedin, e pessoalmente em eventos de empreendedorismo, onde eu era palestrante. Ainda existe uma certa falta de respeito e profissionalismo quando a mulher se encontra em cargo de gestora.”
Existem muitos desafios diários a serem superados, como a invisibilidade, a violência contra a mulher, a desigualdade salarial e a baixa representatividade nos cargos de liderança. No entanto, é perceptível que movimentos da sociedade têm sido positivos nos avanços para que as mulheres exerçam livremente seus atos civis, e desenvolvam todo seu potencial. O que torna fundamental a colaboração do Critt, ao privilegiar as competências profissionais sem distinção de gênero.