O projeto InTec é uma iniciativa do Critt junto a Diretoria de Inovação da UFJF que visa investir até R$ 30 mil em cada um dos três projetos selecionados com potencial de se tornarem produtos, serviços ou tecnologias que impactem a sociedade. Esse investimento irá ser destinado a insumos para facilitar a pesquisa que irá durar nove meses em busca do desenvolvimento de um protótipo, tendo toda sua tecnologia titulada pela UFJF em caso de possíveis patentes.
Segundo Débora Marques, gerente de Transferência de tecnologia da UFJF, o objetivo é possibilitar o desenvolvimento de projetos que tenham capacidade de desenvolver soluções pro mundo real através da criação de protótipos. “Assim, podemos aumentar os indicadores de inovação da Universidade, possibilitar que as pesquisas aplicadas possam receber recursos e subsídios para se desenvolverem e que nós do Critt possamos fazer a correta gestão da inovação.”
Ainda de acordo com a gerente, a importância do projeto começa no ato de inscrição, já que com esta é possível fazer o mapeamento de quais tecnologias e pesquisas de cunho inovador estão sendo desenvolvidas na universidade. “A partir disso, podemos fazer o depósito de patentes, negociar as tecnologias ou fomentar o empreendedorismo.”
O primeiro projeto selecionado foi o “INFLATIV”, um produto fitoterápico com atividade cicatrizante em cães. Segundo uma das desenvolvedoras, a professora Elita Scio, o produto surgiu das pesquisas feitas no Laboratório de Produtos Naturais Bioativos do Departamento de Bioquímica, com o objetivo de avaliar a atividade farmacológica dos extratos vegetais. “Buscamos na literatura relatos que indicam as propriedades medicinais da planta e para o tratamento de quais enfermidades ela é usada. Daí realizamos a pesquisa e com os extratos que apresentam atividade promissora, nós aprofundamos os estudos.”
De acordo com Elita, a ideia surgiu a partir da necessidade de extrapolar os limites do laboratório. “Primeiramente pensamos em realizar ensaios clínicos em humanos, mas as dificuldades foram muitas. Então resolvemos partir para o ramo veterinário tendo em vista o crescimento do mercado pet e a susceptibilidade dos cães a desenvolverem inflamações e feridas de pele.” Quanto a importância do produto, a professora defende que o INFLATIV se destaca por possuir um preço acessível e maior eficiência no tratamento: “Além de um baixo custo, o INFLATIV possui também baixos riscos de efeitos adversos comuns aos produtos disponíveis no mercado.”
O segundo projeto foi o da professora da Faculdade de Farmácia, Nádia Raposo, com o “Metachrom Cell Marker”, uma composição fixadora para citologia em formato de “kit” que facilita o diagnóstico precoce do câncer no colo do útero. “Propomos não substituir, mas avançar na capacidade de realizar o diagnóstico precoce, propiciando um rastreio mais rápido e eficaz, além de oportunizá-lo em locais distantes e sem recursos, o que não é possível com a atual técnica.”
Segundo Nádia, “com o recurso obtido por meio deste edital interno, será possível a criação do protótipo funcional, incluindo as etapas de avaliação da estabilidade do produto, além do desenvolvimento e design da embalagem.” Sobre o suporte do Centro Regional de Inovação e Transferência de Tecnologia, a professora ressalta que contará com a ajuda dos setores: “a proteção intelectual desta proposta contará com a experiência e o apoio do setor de Proteção ao Conhecimento para o depósito da patente junto ao INPI e também com a competência da equipe de Transferência de Tecnologia, para a busca ativa por parceiros comerciais que tenham condições de colocar a tecnologia no mercado.”
Já o terceiro projeto selecionado foi o do professor do Departamento de Bioquímica, Jair Aguiar, que pretende desenvolver e aperfeiçoar a produção de hidrogéis que possam ser usados para a reconstrução tecidual de cartilagens. De acordo com o professor, o produto será utilizado como suporte para as células-tronco no processo de regeneração de cartilagens já acometidas por processos degenerativos ou patológicos, como o distúrbio articular conhecido como osteoartrite.
“Os tratamentos convencionais da osteoartrite incluem terapias paliativas para redução da dor, restabelecimento da mobilidade e diminuição da lesão da cartilagem sem, contudo, promover cura da articulação afetada. Dessa forma, esperamos desenvolver os métodos para obtenção de hidrogéis para a melhora da qualidade de vida de pessoas e animais com incapacidade e mobilidade reduzidas.” Sobre as próximas etapas, Jair fala sobre a intenção de testá-los em diferentes modelos experimentais para que, futuramente, a tecnologia esteja disponível para tratamento de humanos e animais de companhia.
Para conhecer outros projetos de pesquisadores da UFJF em parceria com o Critt, acesse aqui.