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Empreendedores apresentam planos de negócio após três meses de suporte do Critt/UFJF

Soluções apresentadas vão de "feira" de orgânicos virtual a controlador de gás. Foto: Lílian Delfino/UFJF

Soluções apresentadas vão de “feira” de orgânicos virtual a controlador de gás. Fotos: Carlos Nunes/UFJF

Enquanto a terceira edição do Programa de Formação Empreendedora começa a tomar forma, os participantes da primeira turma concluem mais uma etapa de sua experiência empreendedora junto ao Centro Regional de Inovação e Transferência de Tecnologia (Critt). Na última terça-feira (26), após três meses recebendo suporte da Incubadora de Base Tecnológica na elaboração de seus planos de negócio, quatro empreendedores submeteram seus projetos à uma banca de pré-incubação, que analisou a qualidade das propostas.

Um delas é a Box Orgânico, idealizada pelo mestrando em Modelagem Computacional pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Rodrigo de Santis. De acordo com ele, o Programa foi o primeiro passo para colocar a mão na massa e tirar o projeto do papel. “No curso, aprendemos o básico, conhecemos outras propostas e discutimos nossas ideias com outros empreendedores. E não teríamos conseguido chegar em nosso modelo de negócios trancados em casa, pois essas trocas são fundamentais”, diz.

A proposta da Box Orgânico é funcionar como uma feira online, na qual os canais de venda dos produtos são telefone, WhatsApp e e-mail. “O diferencial é que trazemos uma solução simples e conveniente para quem quer uma melhor alimentação. Somos uma caixa e o que tem dentro dela é fruto de um relacionamento mais forte e transparente entre quem consome e produz a comida”, explica Santis. Os produtos também são selecionados e avaliados pela empresa, e entregues em casa ou em um ponto de coleta escolhido pelo cliente.

Já a Invent, proposta apresentada pelo professor Kairo Ribeiro, desenvolve impressoras 3D. Na avaliação do docente da UFJF, mesmo com concorrentes internacionais, o projeto conseguiu desenvolver um produto que, em termos de design, estrutura e utilidade, se coloca melhor no mercado: “Utilizamos materiais mais leves, com maior interação com o usuário e uma linguagem eletrônica muito mais simples. Hoje, nossa impressora tem muito mais vantagens comparativas, que nos colocam em condição de crescer com muita credibilidade”, afirma.

Com seu produto já em fase avançada de desenvolvimento, ele destaca ainda que o Programa de Formação Empreendedora foi uma oportunidade fundamental para ampliar seus conhecimentos sobre mercado de forma geral e sobre o processo de planejamento, um campo que a empresa e seus idealizadores, até então, não dominavam. “Para nós, o Critt/UFJF é uma complementação estrutural e tecnológica de departamentos e conhecimentos que a empresa vai construir ao longo do seu crescimento”, enfatiza.

Para o estudante de Engenharia Elétrica Leandro Silva, que também apresentou seu modelo de negócio, poder formatar melhor e amadurecer sua ideia inicial durante os três meses de assessoria com a equipe da Incubadora foi um dos pontos altos da oportunidade de participar do Programa de Formação Empreendedora.  “O que mais me motivou foi poder executar o que eu queria, mas de uma maneira mais clara. Concretizar as ideias, tirá-las do papel, testar e ter um retorno desse esforço”, afirma.

Silva é idealizador do All Bees, iniciativa na qual está desenvolvendo um software para viabilizar soluções customizadas em cadeias de produção – sobretudo no setor têxtil – no que diz respeito ao controle e aumento de produtividade. Para o universitário, a dedicação ao projeto é estimulada por uma questão pessoal. “A minha mãe trabalha com confecções há 25 anos, e esse é um setor que precisa de inovação. Então consegui unir esses dois mundos e, agora, um terceiro, que é empreender”, explica.

 

Empreendedor já fez pedido de depósito de patente para tecnologia do negócio. Foto: Lílian Delfino/UFJF

Empreendedor já fez pedido de depósito de patente para tecnologia do negócio. Fotos: Carlos Nunes/UFJF

Opinião Técnica

O responsável pela Incubadora de Base Tecnológica (IBT), Leonardo Frossard, explica que o objetivo da banca é possibilitar um feedback de profissionais externos ao Programa de Formação Empreendedora, uma vez que estes podem enxergar pontos que ainda precisam ser desenvolvidos nos modelos de negócio. “O próximo passo é refinar o plano de negócios e, se o projeto tiver viabilidade técnica, mercadológica e financeira, registrar o CNPJ das empresas”, pontua.

Sendo assim, os responsáveis pelos projetos receberam diversas sugestões, de forma a garantir que seus produtos se adequem ao consumidor. Para o professor da Faculdade de Ciências Contábeis da UFJF e integrante da banca, Fabrício Soares, as quatro propostas são muito relevantes para o âmbito da inovação. “São ideias que, a princípio, parecem simples, mas que resolvem problemas importantes, cada um em sua área, e que têm tudo para irem adiante”.

A economista Inaiara Cóser também foi uma das avaliadoras, e também acredita que todos os projetos têm muito potencial de mercado. “Todos já têm validação dos seus produtos e isso é muito positivo. Agora, é só ajustarem alguns pontos, principalmente em relação à viabilidade financeira, para realmente inserirem os produtos no mercado”, enfatiza. O administrador Rafael Gonçalves, colaborador da Incubadora e orientador dos quatro projetos, acompanhou a evolução destes durante os três meses de suporte do setor.

Segundo ele, apesar do plano de negócios ter sua relevância questionada, é fundamental em editais de incubação, aceleração e/ou fomento, ou até mesmo para aporte de capital por um investidor. “Sem planejamento, o risco de uma boa ideia não ser bem sucedida é grande, porque o conhecimento sobre mercado e finanças faz toda a diferença”, destaca. Vale lembrar que os quatro projetos poderão concorrer ao edital de incubação, a ser lançado em agosto.

 

Outras informações: (32) 2102-3435 – Ramal 204 (Setor de Comunicação e Marketing do Critt/UFJF)

 

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