O tema mobilidade urbana foi uma das atrações do Festival Diversidade realizado neste domingo, 19, no Horto Municipal, em Governador Valadares. Realizada entre shows musicais, atividades esportivas e várias outras manifestações culturais, a “Roda de Conversa: acessibilidade urbana como política pública de inclusão de minorias” contou com ampla participação popular.
Mediador do encontro, Éder Marques de Azevedo, professor do Departamento de Direito do campus Governador Valadares da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF-GV), destacou a necessidade de que a sociedade crie espaços de reflexão sobre os direitos das minorias e a valorização da pluralidade. “Minoria não pode ser pensada de maneira quantitativa. Faz parte da minoria aquele indivíduo que tem os seus direitos excluídos, entre os quais, as pessoas com mobilidade reduzida”.
Coordenador do projeto de extensão Observatório do Orçamento Público, Éder Marques ressaltou que a população tem que atuar mais ativamente das discussões políticas que transformam a rotina da sociedade. “Nós podemos, por exemplo, fiscalizar as políticas públicas de acessibilidade ingressando no site da prefeitura e pedindo prestação de contas sobre o que tem sido feito a respeito do tema; podemos participar dos conselhos e de audiências públicas; e até entrar com representações levadas ao Ministério Público”.
Representante do Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência, Camila Carvalho destacou que a transformação se faz através da participação popular. “A gente precisa de pessoas no Conselho. Que a população se apodere desse mecanismo de controle, fiscalização e proposição. Atitude é o alicerce de toda mudança. Não importa o lugar, se você for um agente de mudança, se você tiver um olhar diferente, certamente você poderá ajudar nesta transformação”. Clique aqui e confira mais informações sobre o CMPD.
A roda de conversa contou também com a participação de estudantes da UFJF-GV. Webert Arão, do terceiro período do curso de Farmácia, destacou que Governador Valadares tem uma grande quantidade de pessoas com mobilidade reduzida. “Trata-se de uma realidade negligenciada pela sociedade na medida em que percebemos a ocupação irregular de calçadas, a ausência de rampas para cadeira de rodas, entre outros tantos exemplos”.
Segundo Camila Carvalho, 30% da população de Governador Valadares possui algum tipo de deficiência.