O reitor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Marcus Vinícius David, se reuniu na última segunda-feira, 23, com a Direção Geral, docentes, técnicos administrativos e alunos do campus avançado de Governador Valadares. O objetivo do encontro foi apresentar o balanço orçamentário dos primeiros dois anos de gestão e as metas para o próximo biênio.
Segundo o reitor, a crise financeira do país acabou afetando também as universidades, principalmente após a aprovação da Emenda Constitucional 95, que limitou o orçamento aos gastos do ano anterior corrigido pela inflação. Seu principal problema, de acordo com Marcus David, foi não considerar o “crescimento do sistema”, como o aumento do número de alunos, por exemplo. Apesar disso, destacou que as contas dos dois campi estão equilibradas e que, caso não haja nenhuma alteração considerável nos cenários político e econômico, a projeção é de equilíbrio dos gastos da UFJF até 2019, quando termina sua gestão.
“Se o governo simplesmente tivesse corrigido a inflação desde 2014 o nosso orçamento hoje estaria praticamente equilibrado. Eu falo que está quase equilibrado porque, além de não corrigir a inflação, nós estamos crescendo. Olha quantos alunos entraram aqui em Governador Valadares desde 2014 sem as formaturas terem ocorrido ainda. O sistema continuou aumentando, com mais alunos entrando, o orçamento não foi corrigido e aí gera essa pressão toda”, explicou Marcus David.
O reitor atribuiu o equilíbrio orçamentário a dois fatores. O primeiro deles é a arrecadação própria – oriunda, principalmente, de projetos de sistemas de avaliação educacional que a UFJF desenvolve para o governo federal e para cerca de 14 estados –, que deve gerar uma receita de R$ 20 milhões em 2018. Em segundo está a recuperação de créditos, que no ano passado devolveu aos cofres da universidade cerca de R$16 milhões.
Apesar das medidas adotadas pela UFJF terem conseguido manter as contas em dia ao longo dos últimos dois anos, Marcus David afirmou que custear a universidade com arrecadação própria não é o modelo ideal. “O que nós defendemos é o financiamento público de todo o gasto da educação”, enfatizou.
Governador Valadares
O orçamento do campus avançado também está equilibrado. E o reitor se comprometeu a adotar medidas para garantir o cumprimento de todas as obrigações financeiras da UFJF-GV, cuja estimativa para este ano é de R$15 milhões.
“A equipe técnica daqui (Governador Valadares) está trabalhando com a equipe técnica de lá (Juiz de Fora), mas nós assumimos o compromisso de, caso seja necessário, complementar o orçamento de Governador Valadares para equilibrar as contas”, garantiu Marcus David.
Para o diretor geral do campus avançado, Peterson Andrade, a visita do reitor foi importante para a comunidade acadêmica “conhecer as perspectivas da Reitoria sobre o desenvolvimento do campus e para os estudantes, TAEs e docentes cobrarem providências para alguns problemas relacionados com a carência de estrutura própria”.
Ainda, segundo Peterson, a Direção “discutiu sobre o desenvolvimento de uma política de relação intercampi com o campus sede para uma maior eficiência dos processos administrativos e acadêmicos” e destacou a “importância do apoio da Pró-Reitoria de Planejamento para o aprimoramento permanente dos processos administrativos”.
Reunião com as pró-Reitorias
Além do balanço orçamentário apresentado pelo reitor, representantes das pró-reitorias e diretorias do campus sede demonstraram as ações desenvolvidas nos últimos dois anos, além de reunirem na segunda-feira e terça-feira, dias 23 e 24, com os setores responsáveis por executá-las no campus de Governador Valadares.
A Pró-Reitoria de Graduação se reuniu com a gerente de Graduação, Sibele Aquino, e com os coordenadores de Medicina e Nutrição para discutir sobre o reconhecimento desses cursos.
Os projetos de licitação do prédio do bairro Santa Rita, o Plano Diretor e os espaços físicos do campus avançado foram o tema da reunião da Pró-Reitoria de Infraestrutura com a equipe técnica de Governador Valadares.
Já a Diretoria de Relações Internacionais tratou sobre a política de internacionalização e o intercâmbio de graduação.
A Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa se reuniu com o coordenador acadêmico Fábio Pieri para discutir a divulgação do novo formato do edital de iniciação científica e as estratégias para potencializar o envolvimento com a pesquisa em Governador Valadares.
Pieri também participou, juntamente com Ângelo Denadai, Hilton Ribeiro, Renato Almeida e Wesley Nascimento de debate em relação ao novo marco e estruturação da Diretoria de Inovação. Esta mesma diretoria se reuniu com Ângelo para falar sobre o Laboratório Macrorregional de Análise de Águas do Vale do Rio Doce.
O setor de Comunicação, Cultura e Eventos participou de encontro com as pró-Reitorias de Cultura e de Extensão, sendo que esta última reunião contou também com a participação do Comitê de Extensão de Governador Valadares. Na opinião da pró-reitora de Extensão, Ana Lívia Coimbra “essa troca de percepções sobre o trabalho de cada área é necessária, para que possamos planejar com mais segurança e maior efetividade as ações de extensão, tendo de fato, uma inserção social no território de Governador Valadares e médio Rio Doce”.
Já a Pró-Reitoria de Assistência Estudantil se reuniu com Sibele Aquino e outros membros do setor. De acordo com o pró-reitor, Marcos Freitas, o encontro foi importante “para fazer uma integração do que vem sendo realizado em Juiz de Fora e para tentar criar mecanismos de potencialização das ações de assistência estudantil aqui em Governador Valadares, respeitando as especificidades de cada campo”. Segundo ele, “quem ganha com isso são os estudantes”.