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Professor da UFJF-GV participa do debate “O Vale do Rio Doce: um desastre em andamento”, promovido pela USP

 

IMG-20160331-WA0002O professor do Departamento Básico de Saúde da UFJF-GV, Reinaldo Duque, é um dos participantes do debate “O Vale do Rio Doce: um desastre em andamento”, promovido pelo Instituto de Estudos Avançados do Polo São Carlos da USP. Realizado nesta quinta-feira (31), às 19h, com transmissão através do site http://www.iea.usp.br/aovivo, o evento visa discutir os efeitos provocados pelo rompimento da barragem de Fundão, pertencente à mineradora Samarco, que, após mais de cinco meses, ainda espalha rejeitos de minério ao longo de todo o curso do Rio Doce.

 

Para Reinaldo Duque, os impactos ambientais e sociais provocados por esta tragédia são incalculáveis. “Não dá para avaliar uma multa como a que o governo aplicou à Samarco. É impossível estimar quais serão os prejuízos em médio e longo prazo”.  O pesquisador da UFJF-GV também demonstra preocupação em relação à água que é distribuída à população que mora em centros urbanos que dependem da captação de água do Rio Doce. “As consequências para a saúde da população serão vistas em 5,10,15, 20 anos. Todos esses metais pesados são reconhecidamente substâncias bioacumuladoras, então elas entram na cadeia alimentar e são acumuladas nos organismos vivos que não têm capacidade de expelir. Também é reconhecido cientificamente que todos esses metais têm potencial tóxico que podem causar diversos tipos de problemas de saúde.”

 

Os prejuízos se estendem por diversas comunidades localizadas ao longo da Bacia do Rio Doce, conforme ressaltou Duque. “Foram atingidos agricultores familiares, produtores de leite, vários assentamentos de reforma agrária, comunidades de pescadores e ilheiros, além dos indígenas Krenak, que têm sua terra às margens do Rio Doce. O povo Krenak tem uma relação cultural e simbólica muito forte com este rio. Eles já foram dizimados ao longo do tempo e ainda assim lutaram pelo seu território. Agora, mais uma vez, têm o seu modo de vida e as atividades produtivas como caça, coleta e pesca, comprometidas”.

 

Do ponto de vista biológico e ecológico o professor enumera outra série de prejuízos provocados pelos rejeitos que invadiram o Rio Doce. “Todos os seres que respiravam no Rio praticamente morreram, então há uma grande baixa na biodiversidade. Também cabe ressaltar que na bacia do Rio Doce existem algumas unidades de conservação que foram atingidas, principalmente o Parque Municipal de Governador Valadares e o Parque Estadual do Rio Doce, onde foram encontrados vários corpos de animais que entraram em contato com a água do Rio.”

 

Para discutir os prejuízos ao Rio Doce, o evento reunirá ainda outros quatro debatedores e um moderador com diferentes experiências no tema: Marcelo Tramontano (IAU-USP), Luciano Costa (IAU-USP), Rafael Lazzarotto Simioni (FDSM/Univás), Eduardo Mario Mediondo (Cemaden/EESC-USP) e Marcel Fantin (IAU-USP).

 

O debate “O Vale do Rio Doce: um desastre em andamento” será transmitido nesta quinta-feira, às 19h, no site http://www.iea.usp.br/aovivo.

 

Fonte:<https://www.ufjf.br/campusgv/2016/03/31/professor-da-ufjf-gv-participa-do-debate-o-vale-do-rio-doce-um-desastre-em-andamento-promovido-pela-usp/>